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17 de fevereiro de 2009

É carnaval! O que existe por traz desta história?

Quem gosta de carnaval é conhecido pela boemia, pela folia ou como alguém que aproveita o período para representar personagens, e desfilar o ufanismo nas escolas de samba. Inclusive neste período atual a marca do carnaval brasileiro é o samba, mas sempre foi assim? È difícil imaginar, mas enquanto uma festa popular de caráter irreverente e alegórico, o carnaval possui raízes até na Mesopotâmia, em comemorações de reverência aos deuses e também da virada de calendários. No entanto, a idéia de uma festa de exaltação da carne, só ganhou força com o surgimento do cristianismo, onde a presença da Igreja introduzia novos hábitos e costumes na sociedade européia a partir do século V. Foi neste cenário, onde o jejum como forma de abstinência para a preparação da quaresma – no período da quarta-feira de Cinzas ao domingo de Páscoa, que surgiu na interpretação popular, que os três dias anteriores a esta festa deveriam ser destinados ao excesso para a preparação do jejum. Em contraposição à manifestação popular, a Igreja determinava como pecado tal comportamento, inclusive a utilização de fantasias, ou máscaras que modificassem a aparência do individuo. As máscaras e fantasias representavam adereços comuns em diversas culturas ao longo da História, em festas no paganismo, ou em comemorações a uma boa colheita na Idade Média. Porém, a idéia de comédia e teatro popular improvisado surgiu durante o Renascimento, onde em comemoração a arte, nas cidades italianas como Florença, Veneza e Roma, o povo desfilava ao som de canções fantasias e máscaras que escondiam as diferenças sociais, e através dos bailes carnavalescos realizavam festas e jogos para toda a população. Ao longo dos anos, o carnaval atravessou os oceanos e se misturou com a festa de reis e o maracatu dos africanos trazidos para o Brasil, resultando no samba e nos blocos de rua. No período de festas carnavalescas, os escravos desfilavam a cultura africana e um tempo de memorial de uma sociedade atada nas correntes do trabalho forçado. Na rua, fantasias e alegorias divertiam a população colonial que em comemoração se misturava, mas mantinha nos círculos da nobreza os bailes tradicionais venezianos de máscaras. Os processos históricos atribuíram à festa da alegoria popular novas tradições, entre elas as escolas de samba, que atraem para o Brasil milhares de turistas interessados em conhecer a festa mais típica e popular do Brasil: o carnaval. Fica nesta pequena descrição histórica uma reflexão: não seria porque os tambores africanos trouxeram um calor e um gingado diferente? Bom carnaval para todos, e cuidado com os excessos!

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