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18 de novembro de 2012

OS ESTADOS UNIDOS NO SÉC XIX



A conquista do Oeste, realizada pelos pioneiros, agravou a rivalidade política e econômica entre o Norte burguês – capitalista e o Sul agrário – escravocrata, desencadeando a Guerra de Secessão (1861/1865). Após a guerra civil, seguiu–se a fase de reconstrução do país, onde os Estados Unidos se transformaram em uma potência mundial cuja política externa se baseava no isolacionismo em relação à Europa e no intervencionismo na América Latina.

A) Marcha para o Oeste:

A Marcha ou Conquista Oeste determinou uma fase da História norte-america marcada pela interiorização, corrida pelo ouro, busca de matérias-primas e domínio de novos territórios, em grande maioria espoliados das populações indígenas.
O crescimento demográfico foi um dos principias fatores para a Marcha para o Oeste no século XIX. A necessidade de aumentar a produção de alimentos determinou a incorporação de novas terras para o plantio, de pastagens para a criação de gado e de procura de metais precisos.
Os pioneiros dessa marcha foram os imigrantes europeus, que sem condições de sobrevivência na costa leste marchavam em cavalos, carroças ou navegando em barcos pelos rios. Estes novos colonos, dizimaram as tribos indígenas, expulsando–as de seu território, cujo objetivo era desenvolver em suas terras a agricultura, a pecuária e a mineração.
Para justificar a conquista do interior os americanos utilizaram o Destino Manifesto, uma doutrina que determinava que estes estavam predestinados por Deus a ocuparem aquelas terras.

Os novos territórios incorporados pelos EUA foram adquiridos por compra, acordos diplomáticos ou pela guerra. A região chamada de Louisiana foi comprada da França por 5 milhões de dólares; além disso, a Flórida também foi adquirida pelo valor de 15 milhões, pagos à Espanha. Por meios diplomáticos, os norte-americanos adquiriram a região de Oregon, cedida pela Inglaterra. Em 1846 os mexicanos entraram em guerra com os norte-americanos devido à anexação, por parte dos EUA, do Texas, região pertencente ao México. Essa guerra resultou na derrota dos mexicanos, assim, o México foi obrigado a ceder metade de seu antigo território aos EUA
A expansão territorial produziu grandes consequências históricas para os EUA durante o século XIX: O Crescimento Demográfico entre 1820 e 1860, foi intensificado pela imigração européia, atraída pela grande quantidade de terras disponíveis no país. O povoamento foi realizado principalmente por pioneiros (criadores de gado, agricultores sem terra, granjeiros e caçadores). Paralelo à ocupação dos novos territórios, o massacre aos indígenas e o confinamento em reservas tornou-se uma triste realidade aos povos nativos da região.
O desenvolvimento econômico, a expansão territorial e o crescimento populacional, aliado a disponibilidade de mão de obra, impulsionaram o mercado e o desenvolvimento do país, expandindo a indústria, o comércio, a agricultura e a pecuária.
As transformações sociais ocorridas nos Estados do Norte a Leste desenvolveu uma rica e poderosa burguesia industrial, e uma classe operaria organizada, diferente dos Estados do Sul, que alicerçaram a economia na grande propriedade, monocultura e no trabalho escravo.

B) Guerra de Secessão (1861/1865):

A Guerra de Secessão consistiu em uma guerra civil gerada pelo antagonismo existente entre os Estados do Norte e os do Sul. Esta diferença já era conhecida desde a época colonial, no seu processo de formação, que levaram os Estados do Norte, por optarem por uma colonização de povoamento baseada na pequena propriedade, na agricultura de subsistência e no trabalho livre; a constituírem um mercado interno que impulsionou o desenvolvimento do comércio e da manufatura nas cidades costeiras. Ao lado de uma classe média formada pelos granjeiros do interior, surgiu uma rica e próspera burguesia nas cidades litorâneas. A sociedade sulista se caracterizou por uma poderosa aristocracia rural, que dominava uma imensa massa de escravos.
Entre os principais fatores da Guerra de Secessão estão às rivalidades políticas, onde desde a independência, a política do país havia sido dominada pela aristocracia sulista, porém com a Marcha para o Oeste e o crescimento da industrialização, o Norte acelerou as bases capitalistas industriais enfraquecendo a elite rural do Sul.
Foram fundados grupos políticas que representavam o Norte como o Partido Republicano, e o Sul liderava o Partido Democrático. Os novos partidos queriam eleger representantes para o Congresso Federal, quem o controlasse teria assegurado a direção política do país. A aristocracia sulista pretendia deter a crescente influência dos Estados do Norte, mas a burguesia nortista, embora não se opusesse à escravidão, desejava implantar o trabalho livre e conquistar a supremacia política.
Em relação às rivalidades econômicas, as indústrias do norte adotaram uma política tarifária protecionista para evitar a concorrência com mercadorias britânicas e, consequentemente fortalecer o mercado interno, o que irritou o sul que defendia o livre comércio que assegurava o mercado de exportações de matérias primas aos ingleses. O acordo entre os Estados do Sul e a Inglaterra consistia na relação da entrada de produtos manufaturados ingleses pelo sul aterias sem taxas tributárias, em troca da venda de matérias primas.
Abraham Lincoln
 Paralelo a rivalidades políticas e econômicas estava a questão da Abolição da escravatura.
O estopim da guerra foi a eleição do candidato Republicano Abraham Lincoln nas eleições de 1860. Lincoln era abolicionista e queria o fim da escravidão, o que levou a aristocracia rural a reagir fundando o Estado dos Confederados da América, com a participação de 11 estados que se declararam separados dos EUA.


A guerra foi iniciada em 1863 em Gottysburg, e foi vencida pelos nortistas liderados pelo general Grant. Nesse ano Lincoln declarou o fim da escravidão e em 1865 anexou os Estados Confederados dando fim ao conflito. Abraham Lincoln foi assassinado logo depois durante uma peça de teatro por John Wilkes Booth.
Após a guerra seguiu–se um período de reconstrução, caracterizado pelo grande crescimento industrial, agrícola e demográfico. Até 1890 os Estados Unidos passaram de sexta potencia para primeira potencia mundial, superando a Inglaterra, Alemanha e França. Após a Guerra de Secessão nos Estados Unidos, foram criadas várias leis para a formação de um novo Estado, sendo algumas delas as Leis de Jim Crow. As Leis de Jim Crow forçavam ambientes escolas e locais públicos a ter ambientes separados para negros e brancos, semelhantemente ao regime de apartheid na África do Sul.

Após a lei de segregação racial, negros e brancos sentavam-se em lugares diferentes no ônibus, os bebedouros também eram diferenciados, incluindo escolas e bairros
 A não aceitação dos Estados do Sul acerca da Abolição da escravidão determinou uma política de segregação social e a criação de grupos racistas extremistas denominados Ku Klux Klan (KKK). Este grupo defendia a supremacia branca e o protestantismo, para submeter os negros à dominação branca era comum o uso da violência, da repressão e do racismo, visando restringir os direitos da população afro americana. 
Tais leis só foram revogadas em 1964, no Civil Right Acts (Atos de Direitos Civis) após longa pressão de movimentos sociais, em especial do movimento negro.

Ku Klux Klan

O isolacionismo em relação à Europa e o intervencionismo na América Latina foram as principais características da política externa norte americana.
A Doutrina Monroe criada em 1823 cujo lema era “A América para os americanos”, justificou o imperialismo dos EUA na América Latina. Após intervir na guerra de independência de Cuba contra a Espanha, conquistar Porto Rico no mar do Caribe e as Filipinas no Pacifico,e ainda anexar o Havaí ao seu território, os EUA assumiu a supremacia naval no Pacífico, adotando uma política imperialista na América Latina
A Doutrina Monroe determinou o Corolário Roosevelt conhecido como a política do Big Stick (1901/1909), que determinava a intervenção militar americana nos países latino americanos que estivessem colocando em perigo os interesses políticos e econômico dos EUA.

UNIFICAÇÃO ITÁLICA E ALEMÃ


A) UNIFICAÇÃO ITÁLICA:

Antecedentes:

A Revolução Francesa desencadeou uma série de revoluções na Europa quebrando a estabilidade deixada pelo Congresso de Viena. Na Itália a Revolução de 1848, desencadeava a iniciativa italiana de se unificar politicamente e aderir aos movimentos liberais nacionalistas. Em 1848 a Itália estava dividida em vários Estados independentes: Reino das Duas Sicílias, Estados Pontifícios, ducados de Toscana, Parma e Módena, Reino do Piemonte – Sardenha, e Lombardia e Veneza que ficavam sob o domínio do Império Austro – Húngaro.
Contra a descentralização e o absolutismo organizaram – se diversos movimentos como a Jovem Itália liderado pelos Camisas Vermelhos, que visavam a unificação sob regime italiano, comandado pelas camadas médias liderado por Giusep Garibaldi; e o Risorgimento, movimento da alta burguesia, que lutava pela unificação sob uma monarquia liberal, comandado por Camilo Cavour. Esses movimentos foram contidos pelas tropas austríacas e só foram concretizadas em 1870.

O processo de unificação e construção do Estado Nacional:


Em 1850 a Itália continuava dividida em diversos estados soberanos, e predominantemente agrária e atrasada em relação aos outros países europeus.
O nacionalismo se expressava principalmente através do Risorgimento.
O reinado de Piemonte conservou a monarquia constitucional, e sofreu um surto de industrialização, o que propiciou o fortalecimento da burguesia piemontesa. Com a ascensão de Cavour ao posto de primeiro ministro pelos partidários da unificação, tem inicio a retomada da luta pela unidade territorial italiana. Em 1858, Cavour firmar a aliança franco–piemontesa, organizando um pacto militar anti-austríaco.
A Franca havia se comprometido a dar apoio militar contra a Áustria. As tropas franco–piemontesas venceram a Áustria na Batalha de Magenta e Solferino, mas a ameaça de uma intervenção militar da Prússia levou a França a se retirar da Guerra, obrigando os piemonteses a assinar com a Áustria o Tratado de Zurique, que cedia as regiões de Lombardia, Piamontese, Nice e Sabóia à Franca, ficando Veneza com a Áustria.
Paralelamente, Garibaldi através de movimentos patrióticos na Itália Central, conseguiu conquistar: Toscana, Módena, Parma e parte dos Estados Pontifícios, que foram anexados a Piemonte formando o Reino da Alta Itália.
Giusep Garibaldi.
 Em 1860 as tropas piemontesas estabeleceram a ligação terrestre entre norte e sul da Itália, onde foram incorporados ao Reino da Alta Itália formando em 1861 o Reino da Itália.

Conclusão da Unificação Italiana 1866 - 1870.

 
Para a conclusão da unificação italiana restavam ser anexados os estados de Veneza ainda sob o comando austríaco, e Roma que estava sob o domínio de Napoleão III. A França se opunha a unificação, pois temia o surgimento de uma nova potencia próxima a sua fronteira. A Prússia, que também estava promovendo sua unificação, se opôs a Áustria e a França, unindo-se a Itália numa aliança ítalo– prussiana contra seus inimigos comuns.
A aliança ítalo–prussiana venceu os austríacos, que foram obrigados a ceder Veneza aos italianos, ficando pendentes os Estados de Tirol, Trentino e Ístria. Em 1870 foi desencadeada a guerra franco–prussiana, e a derrota da França possibilitou a incorporação de Roma à Itália.
A unificação política nacional concluiu – se sob o governo de uma monarquia constitucional e parlamentar. A Itália atrasou seu desenvolvimento capitalista industrial. O sul do país permaneceu agrário dominado pelas elites rurais, já o norte conseguiu um relativo desenvolvimento industrial, mas a falta de mercado consumidor e matéria prima impediu o crescimento industrial.
Para a plena unificação italiana ainda restavam duas questões a serem resolvidas: o irredentismo e a Questão Romana.
O irredentismo representava a luta pelos estados pendentes, que desencadearam fortes movimentos nacionalistas para libertá–los no século XIX. Em 1915 com a entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial, grande parte das províncias foram retomadas da Áustria. A Questão Romana ficou conhecida pela inexistência de relações políticas e diplomáticas entre Igreja e Estado, assim em 1929 com Pio XI no Tratado de Latrão sob o governo fascista de Mussolini estabeleceu relações diplomáticas e políticas com a Igreja concedendo–lhe a Praça de São Pedro, conhecida como Estado do Vaticano.

B)A UNIFICAÇÃO ALEMÃ

Antecedentes:

A Revolução de 1848 na Alemanha, assim com a Itália também exigia governos liberais e a formação de um só Estado.
Em 1848 os rebeldes organizam a Convenção de Frankfurt, visando redigir uma nova constituição para a Alemanha unificada, mas a Áustria sufoca as rebeliões em seu império, onde apenas em 1871 a Alemanha consegue retomar a luta pela unificação.

O processo de unificação e construção do Estado Nacional:

Mapa da Alemanha antes da unificação
O conjunto de 38 Estados alemães formava a Confederação Germânica, dominada pela hegemonia austríaca, que recusava a unificação alemã.
Esta divisão contribuía pra retardar o desenvolvimento econômico capitalista, permanecendo a economia alemã predominantemente agrária, com exceção da região renana – pertencente à Prússia – onde ocorrera uma relativa expansão comercial e industrial. Na década de 1830 foram criadas as Zollverein – a união alfandegária dos estados alemães, que permitiu um avanço econômico na economia alemã.
Depois do fracasso em 1848, a Prússia estava decidida a derrotar a Áustria e sabia que só o faria por guerra, pois a tentativa parlamentar foi frustrada. Com o inicio e a consolidação dos Zollverein, se estabeleceu uma aliança política entre a alta burguesia e os Junkers, que compunham uma aristocracia que controlava a administração e o exército. Os Junkers promoveram a modernização militar comandada pelo general Von Moltke. Este processo de fortalecimento da Prússia culminou em 1862 com a nomeação de Otto Bismarck representante da aristocracia Junkers para primeiro ministro

Otto Bismarck
Em 1864 a Alemanha declarou guerra a Dinamarca para anexar os ducados dinamarqueses concedidos no Congresso de Viena em 1815, firmando alianças com a Franca e Itália.
Em 1866 iniciou–se a Guerra austro–prussiana denominada como a Guerra das Sete Semanas, na qual os prussianos venceram os austríacos na Batalha de Sadowa.
O Tratado de Praga permitiu a substituição da Confederação Germânica, pela Confederação Germânica do Norte, que reagrupou os Estados da Alemanha setentrional sob a direção da Prússia. A tentativa de anexação dos Estados alemães ao sul esbarrou na oposição de Napoleão III, que em 1866 declara guerra a Prússia.
A batalha de Sedan selou a vitória da Prússia sobre a França, o que possibilitou a anexação dos estados do sul em 1871. Guilherme I foi coroado rei da Prússia marcando o II Reich (império) – O I Reich foi o Sacro Império Romano Germânico.


Com a unificação alemã ocorreu uma ruptura de um suposto equilíbrio europeu deixado pelo Congresso de Viena; quebrado pelo revanchismo francês através do tratado assinado em 1871, que anexava jazidas de ferro da província da Alsácia Lorena a Alemanha, que se transformou numa das principais causas da Primeira Guerra Mundial.
A Revolução Industrial Alemã, realizada na passagem do século XIX para o XX, se deu com os minérios da Alsácia Lorena, que impulsionaram o desenvolvimento industrial alemão, colocou a Alemanha lado a lado com a Inglaterra. A necessidade de mercados externos levou a concorrência industrial, comercial e naval entre as duas potencias, o que determinou a disputa por domínios coloniais.
A Política de Alianças, visando promover o isolamento francês na Europa e evitar as consequências do revanchismo francês por ter perdido a Alsácia Lorena, determinou em  1873 a criação de alianças entre a Áustria e a Rússia, conhecida como: Liga dos Três Imperadores, que durou até 1878. Em 1882 na política de alianças, a Alemanha incorpora a Itália fazendo surgir a Tríplice Aliança.
No final do século XIX a França tentando quebrar este isolamento, se aproximou da Inglaterra e Rússia formando a Tríplice Entente. A divergência entre estas duas poderosas alianças contribuiu para a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914.

RESUMINHO RÁPIDO! 

 
 As unificações Itálica e Alemã estiveram associadas aos movimentos nacionalistas que emergiram durante o século XIX. O nacionalismo tinha um caráter liberal e reforçou movimentos sociais voltados para a defesa da nação e do Estado. Neste cenário a burguesia busca manter a lógica de reprodução do capital e da produção industrial através do dominio do Estado.Tal inciativa determinou uma ruptura com os interesses da classe operária, visto que, o Estado burguês busca a manutenção da exploração da classe trabalhadora - a base do modo capitalista de produção. O movimento operário passou a defender um regime político revolucionario, que exclui a burguesia, apoiando-se nos ideias socialistas e comunistas. O contexto histórico da Unificação Itálica e Alemã esteve relacionado diretamente com o desenvolvimento industrial e expansão das relações capitalistas de produção. A burguesia unificou o território para ampliar a produção e tomou o Estado para regular e promover o crescimento industrial.

PARA REVER O QUE ESTUDAMOS:

VÍDEO ANIMAÇÃO OS NAVEGANTES: UNIFICAÇÃO ITÁLICA E ALEMÃ:





 

NACIONALISMOS NO SÉCULO XIX E NOVAS IDEOLOGIAS





Na Europa do século XIX, proliferavam os mais diversos grupos étnicos, linguísticos e históricos. A Revolução Francesa consagrou “o direito dos povos disporem de si próprios” e a obrigação de os governantes colocarem em prática a “vontade da nação”. Hinos patrióticos, bandeiras e obras intelectuais (historiadores, linguistas e filósofos políticos) endossavam o movimento das nacionalidades.
Os movimentos nacionalistas ocorridos na Europa durante o século XIX, assumiram um caráter bastante contraditório. Em alguns países (França, por exemplo), ele se inclinou para a esquerda, ansiando por uma sociedade liberal ou democrática. Em outras regiões (Polônia e Hungria), o nacionalismo foi aristocrático, feudal e religioso, pois visava restaurar a ordem social e política do Antigo Regime.
O nacionalismo teve uma relação direta com as classes sociais e o desenvolvimento do capitalismo. Em relação ao movimento operário, o nacionalismo embasou críticas políticas ao Estado Burguês determinando a criação de novas ideologias como o socialismo e o anarquismo.

O Movimento Socialista:
Karl Marx 1818/1883. 
A exploração dos operários e reivindicações por direitos determinou a emergência de movimentos sociais de caráter revolucionários, entre eles o socialismo.
O conde de Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837) e Robert Owen (1771-1858) são chamados de socialistas utópicos porque o socialismo que pretendiam era irrealizável.
Para Saint-Simon, a principal missão da sociedade devia ser o desenvolvimento de riquezas. Sendo assim, os industriais formariam uma classe social mais importante que a nobreza e o clero e, portanto, deveriam governar o país. Segundo Saint-Simon, era preciso fazer com que as classes abastadas compreendessem que a melhoria das condições de vida dos pobres implicaria também na melhoria das condições de vida das classes ricas.
Fourier propõe a criação de grandes edifícios administrados dentro de normas cooperativistas. Nas comunidades idealizadas por Fourier não haveria igualdade absoluta, e sim a igualdade de oportunidade, onde os filhos dos pobres receberiam a mesma educação dos filhos dos ricos. Haveria sufrágio universal e os trabalhos desagradáveis seriam melhor remunerados.
Em suas fábricas, Owen reduziu a jornada de trabalho dos operários. Procurou melhorar as habitações e ainda abrir armazéns onde operários podiam comprar a preços baixos produtos de boa qualidade. Owen foi além, organizou escolas e creches. Tentou, sem sucesso, organizar na América do Norte uma comunidade agrícola comunista.
Os pensadores debatidos acima propunham uma reforma nas condições dos operários e não uma revolução como pregava Karl Marx e Friedrich Engels. Fundadores do marxismo, estes pensadores só vislumbravam a emancipação humana dos proletários através da tomada do poder, dissolução das relações burguesas de produção buscando a superação do próprio capitalismo.
Os alemães Karl Marx (1818- 1883) e Friedrich Engels (1820-1895) publicaram em 1848 o Manifesto do Partido Comunista. Nessa obra, Marx e Engels apontam para a revolução socialista através do derrubada do Estado burguês. O Manifesto do Partido Comunista convocava a união entre os proletários: “Proletários de todo mundo, uni-vos!” e difundia a ideia da ditadura do proletariado como forma de alcançar o poder.
O socialismo se coloca como a primeira fase para o comunismo. O socialismo tem inicio com a revolução e instauração do Estado proletário, que possui a função de socialização dos bens sociais e fim da propriedade privada. Quando superada esta etapa, o comunismo é instaurado não havendo necessidade da existência do Estado.
Marx e Engels participaram ativamente das lutas políticas e sociais de seu tempo. Apesar das perseguições, em 1864 os amigos inseparáveis fundaram a Associação Internacional dos Trabalhadores - a primeira internacional.
Para Marx e Engels a história da humanidade tem sido a história da luta de classes, ou seja, a luta entre patrícios e plebeus na sociedade romana, senhores feudais e servos da gleba na sociedade medieval, burgueses e proletários na sociedade capitalista. Segundo essa corrente ideológica, cabe à classe operaria o papel histórico de transformar a sociedade capitalista,

O Anarquismo:

Bakunin 
 Bakunin, Kropotkine e Enrico Malatesta foram os principais ideólogos anarquistas.
O anarquismo prega a negação do Estado (para os anarquistas o Estado só existia para “sepultar” a liberdade), o fim da propriedade privada. Os anarquistas idealizavam a criação de comunidades livres e autônomas,além disso, eram a favor do anticlericalismo: “Se Deus existisse realmente, seria necessário fazê-lo desaparecer.” (Bakunin).
Para Bakunin, o homem é bom quando livre, porém, “qualquer Estado, como qualquer teologia, parte do principio de que o homem é essencialmente mau e perverso”.

APROFUNDE OS ESTUDOS!

TELE AULA DE HISTÓRIA SOBRE REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E NOVAS IDEOLOGIAS NO SÉCULO XIX.