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19 de novembro de 2007

Uma viagem por três fornteiras! E viva o Mercosul!

Viajar para uma única cidade e conseguir conhecer duas cidades de dois países diferentes com apenas uma identidade é realmente uma vitória continental. O Mercosul funciona, como uma idéia de livre acesso e trocas culturais entre os indíviduos da América Latina, permitindo uma zona livre de comércio, mas também representa um processo de integração. Divirtam-se com as novidades turísticas e os pensamentos altos trazidos desta viagem! SEJAM BEM VINDOS!

12º CBAS – Congresso Brasileiro de assistentes social: “Questão social na América Latina". Foz do Iguaçu, aí vou eu!

Durante os dias 26/10 até o dia 5/11, a cidade de Foz do Iguaçu, famosa pelas Cataratas e o prestígio político, cultural e econômico de ser vizinha de três fronteiras: Paraguai (Cidade do Leste) e Argentina (Porto Iguaçu) receberam mais de 3.000 pessoas em suas terras no sul do Brasil – região do estado do Paraná. Em um congresso que privilegiou como público-alvo profissionais e não estudantes, fora o choque com o preço exorbitante do congresso realizado em um luxuoso hotel da cidade, pensei também em como seria ser de outra profissão em um encontro nomeado especificamente pela categoria de assistentes sociais. A segunda pré-idéia, no entanto, desapareceu no aeroporto quando além de acompanhada de três doutoras da faculdade de Serviço Social: Nívia, Miriam e Rosenária, conheci duas profissionais “em família”, duas curiosas “mãe e filha” – assistentes sociais públicas da área de saúde; Gemima e Beth. A cidade de Foz do Iguaçu foi perfeita para cediar o congresso, pois com sua localização geográfica ela abrigava uma multiplicidade cultural realmente fantástica como a maior comunidade árabe do Brasil, a maior mesquita sunita mulçumana da América Latina, e o maior templo budista da América Latina. A diversidade étnica foi outra coisa interessante de notar e comparar com a realidade carioca e o níveis étnicos de pobreza do Rio de Janeiro. Contrariando as altas estatísticas de população negra e pobre da região sudeste, as fronteiras do sul do país com o Paraguai e argentina, possuem um alto índice de miscigenação indígena, que por meio do trabalho artesanal, e em cocar para lembrar de uma antiga tradição procura ganhar a vida, explorando o exotismo, e as diferenças culturais sobreviver frente ao sistema capitalista. Para somatizar a este espaço diverso localizado no Brasil, as muitas assistentes sociais traziam as diferentes demandas profissionais, a um congresso que misturava diferentes posições políticas. Inclusive eu não havia conhecido até então, durante estes 24 anos, uma categoria tão politizada e marxista na minha viva. O encontro com movimentos sociais de diferentes níveis e reivindicação trazia uma pauta continental, pensando em um ponto comum para unir suas demandas: a idéia política. E durante o evento, foram construídas e discutidas agendas políticas direcionadas ao socialismo como um caminho comum à destruição do sistema capitalista e não apenas do neoliberalismo. Enquanto o congresso trazia novas idéias e direcionamentos ideo-políticos, duas fronteiras tão próxima traziam a curiosidade em conhecer as relações sociais e as diferenças culturais e étnicas existentes nestes países, e tão dos limites geográficos – com as belas Cataratas do Iguaçu e a usina de Itaipu. Impressões desta viagem com fotos e vídeo, e idéias do CBAS, você encontra desbravando este blog e pensando alto! BOA VIAGEM!

18 de novembro de 2007

Homossexualidade é política, direito de escolha e respeito.

A pauta da militante MaryLucia Mesquita – assistente social, representante do Instituto Divas, lésbica, feminista e negra. A referência do lugar da onde vem, contempla a trajetória de MaryLucia Mesquita, que antes de apresentar as demandas do Movimento brasileiro de Lésbicas, expões como apresentação o seu currículo de lutas dentro da sociedade “capitalista patriarcal”, conceituada desta forma por ela mesma. Segundo a posição de Mary, a sociedade capitalista além de patriarcal e voltada para a dominação do homem sob a mulher, vive sob a regência do sexismo, ou seja, a exploração e condenação do sexo como xenofonia. A construção histórica da heterossexualidade como pratica cotidiana e moral levaram à homossexualidade a marginalidade e caracterização desta opção sexual como doença. Utilizando-se do conceito de Judit Bateer “heterosexualidade compulsória”, para explicar a naturalização da heterossexualidade como única expressão sexual, Mary debate a subalternização da homo e bissexualidade, opondo-se a relação entre homens e mulheres como a única alternativa de amor legitimada por lei e pela mídia como. Neste contexto social onde a homossexualidade torna-se invisível e colocada em segredo por muitos indivíduos, que se voltam para a preservação social por meio da construção de uma identidade discreta. O problema da homofobia como uma prática discriminatória é apontado por Mary como uma construção social e cultural da sociedade. A politização da sexualidade por meio dos movimentos sociais é um caminho voltado para a discussão dos direitos e para a socialização do afeto entre indivíduos do mesmo sexo, mas, sobretudo, rever projetos políticos é uma pauta essencial visto que as reivindicações em torno da diversidade também contemplam um projeto comum de sociedade que viabilize o reconhecimento das diferenças. É importante pensar nos conceitos de igualdade e minorias, lançados como um caminho a construção de agendas voltadas para a universalização. Os homossexuais não são minorias sociais, mas são vistos como se fossem. A luta pelo alcance de direitos perpassa, no sistema capitalista, pela igualdade de oportunidades. O capital abre a oportunidade de reivindicação do movimento social, mas mercantiliza as idéias a partir de tribos, acessórios, turismo, individualizando a questão e quebrando os diálogos entre o diverso. Mary questiona neste embate de luta pelos direitos: que tipo de diversidade queremos? Mercado ou direitos? Portanto, apoiar a liberdade de orientação sexual, implica em entender a articulação dos sujeitos coletivos e suas reivindicações. Segue abaixo a pauta desta batalha: -Direito de visibilidade e de expressar a liberdade de vivenciar a orientação sexual escolhida; -Enfrentar todas as formas de violência. Não a homofobia e criminilização. -Reconhecimento institucional e legal dos direitos. Proteção pelo Estado à família formada por casais homossexuais. Para mais informações sobre o movimento e a campanha “O amor fala todas as línguas”, ver: www.cfess.org.br

O dia do Zumbi é o dia da consciência negra.

O feriado do dia 20/11 foi instituído pelo presidente FHC durante o seu mandato, buscando um diálogo com o movimento negro que reivindicava o dia da consciência negra diferente do dia da Abolição comemorado em 13/05. É importante perceber que historicamente, a abolição decretada pela princesa Isabel em 1888 decretou a libertação de milhares de escravos no Brasil, mas não contemplou como lei, nem à longo prazo com a proclamação da república em 1889 (comemorada em 15/11) a inclusão destes segmentos sociais como cidadãos portadores de direitos. A necessidade de ícones e heróis é contemplada como uma maneira de memorizar e lembrar histórias de um passado importante para a comunidade negra, no entanto, a historia oficial na maioria das vezes só se reportava a eventos descritos por intelectuais, que em muito representavam o escravo negro-africano como coisa ou apenas como mão de obra. A fala abolicionista de Joaquim Nabuco, abriu as portas para o reconhecimento da cultura negra, no entanto, o olhar do autor não se detinha a um projeto amplo de inclusão cultural e sim, de eliminação da escravidão como entrave ao desenvolvimento industrial e modernização do país. A busca por novos sujeitos históricos é algo extremamente novo na História. As revisões historiográficas passaram a ser realizadas, principalmente uma nova ótica visão da escravidão a partir dos anos 1960, mas entendendo a perspectiva da desigualdade em negros e brancos por meio de estudos marxistas e de classe. Como um embrião as falas dos sujeitos históricos se somariam- a uma perspectiva política a partir do fortalecimento do movimento negro. Zumbi, o primeiro escravo africano a construir uma comunidade combativa no Brasil, auto-sustentável – a comunidade quilombola, que em seu funcionamento lembrava os costumes e a memória africana, foi o herói escolhido como referência, resistência, para representar a luta dos negros no Brasil. Diferente da luta colonial que implicava em assimilação cultural e obrigatoriedade do trabalho, a pauta contemporânea reivindica o reconhecimento cultural, o acesso as oportunidades, e cobre da história a cidadania negada dos tempos de outrora. Dia 20/11 é o dia da resistência, da memória, que contempla uma história antiga de lutas. É dia de Zumbi, representado com muita festa, batuque, dança e alegria. Vamos comemorar!

17 de setembro de 2007

O cúmulo determinou o ápice do descaso político para todos da sociedade: políticos e cidadãos.

Renan Calheiros? Você o conhece? Sim! O que acha a respeito de toda a corrupção do senado? Ah, o Brasil é assim mesmo, teve uma história política fundamentada na corrupção, todo mundo é ladrão, mudar pra quê? Sair nas ruas por quê? Sinceramente, esta um sol e me ligaram, tenho mais o que fazer, até porque a culpa é nossa! Nós elegemos nossos representantes. O povo brasileiro é burro e não sabe votar!É isso! Quantas desculpas e quanta falta de ação.Na verdade a falta de posicionamento político do povo brasileiro determinou o descaso completo. Um presidente do senado mal caráter é acusado e continua no poder, assim como o próprio Lula. Acredita que eu votei no Lula, você também? Pois é nós acreditamos em NADA! Sair as ruas não agrega ninguém pois a TV e a internet são mais interessantes. Neste sentido, as reinvindicações acabam ficando no plano virtual literalmente, e se a revolução virou piada, o único caminho é a cultura. Agregar idéias com música, tribos por ações que movimentam a sociedade. O que o capitalismo individualiza, a cultura recria e transforma. É fascinate. Somatizando a educação, quem sabe não seria um caminho de evitar que o Renan e o Lula continuassem no poder, porque o cpmf eu continuo a pagar todo mês!

31 de agosto de 2007

Quebrando as regras!

Das belezas da famosíssima Copacabana, o Forte atrai olhares de todo o mundo e visitações turísticas durante a semana inteira. A Colombo completa o programa proporcionando a todos um cardápio delicioso e que vale a pena gastar um bom dinheiro, não só pela vista natural do bairro em que se encontra a confeitaria como também pela qualidade dos serviços. O forte oferece várias atrações e uma delas é a exposição sobre a História do Brasil sob o ponto de vista militar. Logo que entrei no último itém da exposição após ter passado pelos interiores do fortificações e ter visto alojamentos, enfermaria, balas, um maquinário extenso e também uma homenagem ao 18 do Forte - um dos acontecimentos mais estranhos e polêmicos da historiografia que inclui uma revolta de 18 cadetes mais um civil que aderiu a rebelião; cheguei a sala de colônia e república. Na entrada da exposição fui recebida com um painel dos 500 anos de história do Brasil celebrando o encontro dos índios com os portugueses, inclusive os portugueses foram interpretados pelo museu como militares a serviço da exploração dos novos territórios, e aí, os índios coitados, como na historiografia nacional, durante toda a exposição foram exterminados: primeiro pelos portugueses, depois capturados pelos paulistas com as bandeiras e por fim sumiram do mapa! Chocada, ainda tive que digerir a Guerra do Paraguai e condecorações a Duque de Caxias pela grande impreitada militar. A devastação do Paraguai pela aliança do Uruguai, Brasil, Argentina e Inglaterra foi tamanha, que sob os resquícios de um país devastado sobrevive uma população subempregada à serviço dos informalidade. A exposição não se encerrava por aí. Após a proclamação da república pelos militares viajei até as memórias de CASTELO BRANCO!!!SOCORRO!Arrasada com o memorial destinado ao nosso execelentíssimo presidente, caridoso e nada violento, resolvi sair correndo ao lembrar-me dos horrores da ditadura, do DOPS, das torturas e todos os movimentos sociais abafados pelos militares que ficaram no poder durante 20 anos (1964/1979)!!! Ao sair da exposição resolvi refletir sobre a vista natural que Copacabana possui, porque vangloriar milico NÃO DÁ!!Fatos históricos a parte, o importante é diversificar os sujeitos históricos.

23 de agosto de 2007

Pensando Alto...

O que é pensar alto?
Quando você imagina que está em um outro lugar que não é o onde você realmente se encontra, meu amigo, tenha certeza de que você pensa alto.
Se por acaso, estiver conversando com um amigo e de repente a sua mente se transporta para outra dimensão, seja para Vênus,Jupter ou Plutão. Meu amigo, você pensa alto.
Uma notícia na tv trágica ou plausivel de reflexões criticas e complexas com outros assuntos e temas tomam o seu inconsciente de forma imediata, sim, você pensa alto.
Mas, se por acaso você for professor de História e estiver ensinando reforma religiosa e resolver assistir RR Soares para entender o significado do protestantismo atual, não se assute. Pior seria se em um momento você adormecesse e subtamente acordasse com uma lágrima petrificada em seus olhos. Calma! Você não se converteu, ainda...
Agora, se escrever te faz pensar, sonhar e organizar as idéias de maneira clara e objetiva, não ligue para lágrima petrificada do programa religioso. Abrace a idéia, sinta-se à vontade e lembre-se que além de você pensar alto, você VOA!

A política de segurança a base de tiros e mortes. O caso pouco comentado do Morro do Alemão no RJ

Não dá para permanecer estático a ação da polícia no Rio de Janeiro, mascarada em uma política de segurança voltada para a marginalização das favelas e moradores de comunidades. Desde o mês de maio até o mês de junho de 2007 o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, que abriga mais de 13 comunidades com o saldo de 250 mil moradores, sofreu uma operação policial de ocupação à favela, por inicativa do departamento especial da polícia militar: a Bope, que envolveu uma ação com 1.350 políciais. Com o objetivo de fazer a limpa no tráfico e na influência de bandidos na comunidade, a polícia na verdade acabou por executar uma chacina onde 44 pessoas foram mortas e 78 foram feridas. A atitude que envolve uma ocupação está diretamente relacionada a uma questão de segurança, que antes de qualquer intervenção voltada para morte de civis inocentes, envolva uma política voltada para o direito e também para cidadania da população atacada. Porém, o olhar à população pobre carioca, e principalmente aos moradores de favela é de total repúdio, tantos das autoridades que deveriam se envolver com ações educativas e passifistas para desviar as crianças do tráfico - como muitos moradores têm feito através da fundação de ONGs com objetivos artísticos e culturais; como também os próprios cidadãos deveriam se manisfestar a partir de um olhar crítico e analitico em relação ao sensacionalismo e a própia política de segurança característica de atitude repressivas. Acredito que a intervenção militar tem aproximado e muito as ações policias a atitudes repressivas e autoritárias como as antigas ações do DOPs em tempos de ditadura nos anos 1960/70. Imaginar que muitas pessoas inocentes foram mortas por políciais e torturadas apenas por serem moradores da favela e terem no mesmo espaço que conviver com o tráfico, é realmente inaceitável em tempos de exercício democrático. Segundo uma reportagem da revista Caros Amigos/ agosto de 2007 "Complexo do Alemão: entre a perversidade da mídia e a perversidade da polícia", uma perícia médica reveleou que em uma ação de 78 tiros, 19 inocentes foram mortos com sinais de tortura e bala nas costas.Uma das vitimas, de apenas 14 anos, estava indo visitar a tia quando foi atacado pelos políciais da Bope. Imaginar que a própria polícia invade a comunidade com frases saídas do auto-falenate do caveirão dizendo: "Vim buscar a sua alma", possibilita o rascíonio, que o tipo de politica de segurança carioca não procura apenas higienizar as favelas do tráfico, mas também isola-las do convívio social, na medida em que tais atitudes determinam a criação de uma imagem completamente marginalizada e estigmitizada destes espaços sociais. Um exemplo desta afirmativa, é a dificuldade dos moradores em conseguir emprego, onde muitos não colocam o verdadeiro endereço, e de receber mercadorias, pois as empresas não entregam os produtos alegando que estes locais são classificados como "áreas de risco". Acredito que esteja na hora da sociedade pensar em outras alternativas que não sejam a de permanecer "cansadinhos" - como muitos atores e atrizes tem feito aderindo ao movimento Cansei; e pensar em alternativas para combater a violência a partir de políticas inclusivas que integrem o cidadão à sociedade, e retire as crianças da vulnerabilidade do tráfico, já que o tráfico como profissão é visto como uma forma de conseguir dinheiro rápido e trabalho. O primeiro passo está em não se acomodar a este tipo de situação, nem tão pouco se acovardar. Lutemos por nossos direitos, isso significa uma política de segurança onde nós todos estejamos seguros e não coagidos ou vitimizados pela violência de nossa guerra civil urbana.

22 de agosto de 2007

Precisamos conhecer e desmistificar a informação por trás das políticas de cotas nas universidades brasileiras.

As políticas de cotas constituem em braço das ações afirmativas. O objetivo central deste tipo de ação é integrar à sociedade indivíduos pertencentes a grupos sociais definidos por gênero, deficiência física, idade ou características étnicas culturais. O sentido de integração perpassa por um requisito que envolve a noção de uma desigualdade pré-estabelicida na sociedade entre estes indivíduos e o corpo social. Portanto, entende-se que a partir deste mecanismo os indivíduos excluídos conseguiriam alcançar indicadores sociais e econômicos equiparáveis a maioria dos demais indivíduos já incorporados. É interessante perceber que estas políticas não prevêem reverter à ordem capitalista, e sim reservar e repartir espaços com grupos sociais afastados socialmente, onde os indivíduos passam a adquirir oportunidades diferentes, como passagem gratuita para estudantes, caixas eletrônicos especiais para idosos, vagões em metro só para mulheres, e reserva de vagas nas universidades para negros (pobres), indígenas, deficientes físicos e alunos de escolas públicas, entre outros exemplos. Neste sentido, o que incomoda a sociedade em relação às políticas de cotas no Brasil é a repartição, ou seja, a abertura de espaços que já abrigam grupos sociais dominantes para outros então inferiorizados. Sabe por quê? Porque historicamente deveríamos recontar a história de nossa sociedade desvelando a invisibilidade de sujeitos sociais há muito tempo calados. Isto implica em rever conceitos que perpassam por desigualdades sociais muitas vezes justificadas não só pela diferença de classes como também pelo racismo. Chegamos a um ponto central em relação ao debate sobre as políticas de cotas: a cota racial, ou seja, a reserva de vagas para negros, que agora para participar da política devem ser pobres - pelo menos na UERJ. Acredito que existam dois problemas: o primeiro é a centralização do debate pela mídia somente neste tipo de cotas, e o outro é o desconhecimento das reivindicações históricas do negro como sujeito social. No Brasil, os negros segundo o IBGE são a população parda e preta de brasileiros, que unidas registram um percentual que colocam o país no segundo lugar entre os países de maior população negra do mundo, onde só perdemos para Nigéria. Para pensar em racismo no Brasil é necessário voltar a nossas raízes históricas e na nossa construção como nação, buscando entender em que lugar o negro se encontra em nossa formação social. A partir deste entendimento devemos pensar na escravidão não só como uma coisificação do homem, ou como um sistema econômico, mas como um sistema que reuniu famílias africanas e construiu histórias e relações sociais de muitos negros. Olhando os negros como sujeitos históricos, passamos a entender que a sua inserção em uma sociedade dominada por portugueses não foi dificultada apenas pela cor, mas também pelo estigma da escravidão e por políticas que envolveram discursos racistas e teorias voltadas para necessidade de embranquecer a população como forma de torná-la civilizada. Com esta perspectiva, o trabalho livre era visto no final do século XIX e no início do século XX como um sinônimo de desenvolvimento, a ser ocupados por imigrantes europeus e não por ex-escravos ou libertos. Perante esta situação, qual foi a atitude do Estado para integrar os negros na sociedade e garantir-lhes direitos e acesso a cidadania brasileira? Esta questão auxilia a raciocinar sobre a construção do racismo no Brasil. A lacuna histórica justifica a realidade atual, onde a grande maioria da população negra se encontra a margem da sociedade, morando em favelas, ocupando de piores postos de empregos e sofrendo atitudes racistas por sua condição cultural e social. A repartição dos espaços é importante, principalmente pelo convívio e conhecimento de uma identidade que está sendo construída por meio de reivindicações sociais, em torno do que é ser negro. Devo admitir, que ser negro não deve ser fácil, declarar-se como negro tão pouco. Conhecer a si mesmo e a realidade a qual está inserido demanda um estudo crítico das origens, da história e do presente. Assumir a música que mais gosta, as roupas, o cabelo, o bairro onde mora e as discriminações que já sofreu, é um processo de desvendamento de si e de construção de identidade, para que muitos negros possam lutar por seus direitos. E para estes movimentos a política de cotas é um inicio e uma luta em torno do direito à educação pública. Esse direito envolve não só o acesso, mas a manutenção do Estado em relação ao financiamento das políticas sociais, e neste sentido não só as universidades estão envolvidas, mas também as escolas públicas de todo o país. A política de cotas não é um movimento isolado da sociedade, ela é fruto de uma organização social para viabilizar oportunidades.

21 de agosto de 2007

Sobre a ortodoxia e a modernidade... sim, estou falando dos judeus!

Engraçado imaginar a ortodoxia como uma forma de preservação dos costumes e hábitos tradicionais de uma cultura. No caso dos judeus, a história e trajetória cultural determinou uma diáspora confusa e ambigua. Por mais que Abraão tenha determinado que a diferenciação de judeus e não judeus estivesse na circuncisão e também no uso de determinadas idumentárias e leis sagradas, a perseguição ao primeiro povo a declarar-se seguidor de um só deus contribuiu para manutenção de outras formas de unir judeus à religião. Pelo que tenho percebido, a preservação do costume religioso judaico perpassa por uma educação centrada na história e nas escrituras sagradas, por meio das leituras da o Torat e do Talmud. O Torat, conhecido também como o antigo testamento, intensifica aos judeus a caracteristica do povo escolhido por Deus para obter a salvação, a partir das histórias e dificuldades do primeiro e famoso profeta em busca da Terra Prometida e do fim da escravidão: Moshé - Moisés. O Talmud é um livro longo e mais moderno, no sentido de possuir regras que determinam as condutas e o comportamento de um judeu religioso. Isso significa, que se a terra estremecer e as placas tectônicas modificarem a paisagem, os judeus deverão manter aqueles hábitos e costumes sagrados. Fechamento? Limitações? Tire suas conclusões a partir de algumas observações "talmudianas". Os homens não comprimentam as mulheres por estas sangrarem.Pois é, o sangue na religião judaíca é considerado impuro, então como a mulher mestrua todo mês e o homem não tem como controlar esta função natural, é melhor não comprimenta-las. Ah?! Se casadas não podem mostrar os cabelos. Nem para filhos e marido. O marido só os vê em dias de "relações sexuais", e nestes dias, já que a mulher é impura em relação ao homem, ela toma aquele banho sagrado para receber o querido marido. Submissão ou preservação? Sim, eu sei, ainda fico indecisa sobre outro assunto: a virgindade. Não sei se encaro como pureza, resguardo ou atraso. Os homens e mulheres casam virgens, e o rabino fica encarregado da escolha do casal que deverá formar uma família.Mesmo que que no judaísmo seja permetido a separação, nos dias atuais onde a instituição do casamento está praticamente falida pela liberdade sexual e ausência de monogamia, fica uma dúvida em função da importância da virgindade como pureza e fidelidade ao parceiro, mas a certeza de que a felicidade é você quem faz. As roupas são outro ponto interessante. As mulheres só não são mais escondidas que as mulçumanas porque no lugar do lenço usam perucas ou trouxinhas no cabelo. Fora isso, é blusa sem decote, mangas nos cotuvelos, saias abaixo do joelho, meias e sapatos fechados.Os homens, no entanto, após o barmitzvá passam a substituir os kipás pelos chapéus pretos, ternos pretos, sapatos pretos e blusas brancas. Eu acho curioso esta forma de preservação partindo de uma educação centralizada no indivíduo religioso, na lingua hebraica, no calendário judeu e na familia como centro das relações sociais, mas vejo problemas. O maior de todos os problemas é o não diálogo. Neste sentido, estou me referindo a ausência de interesse em conhecer outras culturas e novidades como forma de observar as diversidades e construir conhecimento. Na minha opinião, quando o homem possui certeza de sua fé e convicção no que acredita, não precisa ser guiado por um cabresto para obter a salvação e seguir os ensinamentos da religião. Apesar disso, devemos admitir que a ortodoxia por mais radical e fechada, nos proporciona cruzar naturalmente nas ruas com sujeitos como esses. Só para concluir, a foto que coloquei nesta postagem é do cantor Matisyahu. Um cantor de reggae judeu ortodoxo. Diante das colocações expostas e das regras do Talmud, muitos ortodoxos não o encaram como religioso pelo fato do cantor misturar ritmos modernos com mensagens e ensinamentos sagrados. Criticas à parte das ortodoxias, devo confessar que sou sua fã!

17 de agosto de 2007

Sobre nós mulheres e a síndrome do corpinho nota 10!

As mulheres são simplismente os seres mais estranhos e complicados que existem. Primeiro, evitando os jargões naturais, nós não apenas mestruamos como também conseguimos mudar de humor e transmitir novos sentimentos durantes estes dias. O problema em geral se dá entre aqueles que convivem com as mulheres durante este período que se mostram como momentos de carência ou furia. Sim, estou falando da TPM para explicar as diferenças, mas não queria me extender muito neste assunto particular. Na realidade é interessante como este tipo de sentimentalismo e emoção caracterizam a mulher em quase todas as ações cotidianas. Eu comecei falando da TPM, mas na verdade eu quero utilizá-la para explicar um sentimento particular das mulheres: a feminilidade. São poucas a que utilizam, mas todas as mulheres o possuem. A feminilidade é a mulher.Ela se explica na aparência, na sesualidade, no vestir-se, no falar e sobretudo na inteligência. É simplismente essencial! Mas, por que muito dessa essência natural acaba sendo perdida no decorrer das novidades modernas, ou seja, no dia a dia, no trabalho, e nas próprias relações sociais? A beleza na minha opinião não quer dizer burrice, pelo contrário, inteligente é a mulher que se adequou a multiplicidade das exigências diárias da modernidade: filhos, trabalho, marido, casa, e um corpinho nota 10? Milagre? Necessidade? O corpinho nota 10 é necessidade? Pois bem, a necessidade é se sentir bem, fazer o que mais gosta,namorar, caminhar ou sair para beber um chopp, mas infelizmente temos sofrido com a síndrome do corpinho nota 10! Essa síndrome é séria e afeta diretamente mulheres que nem ainda mestruaram, ou seja, nem sentiram a famosa TPM, mas como mulheres, devem sempre estar belas. E a feminilidade? Mulheres, essa é a nossa arma! A beleza é inerente ao nosso ser. Sempre fomos seres tão belos. Mesmo antes de Cristo nascer nós eramos vistas como seres malígnos por sermos belas - gordinhas ou magrinhas, acredita? Na bíblia corrompemos Adão, e na Idade Média fomos queimadas como bruxas! Não esqueçam o nosso curriculo de lutas. Demoramos muito para atingirmos lugares sociais importantes e alcançarmos um reconhecimento social necessário para obtermos escolhas e decidirmos nosso futuro. Não se prendam à rótulos e não se deixem levar pela amargura da multiplicidade de tarefas! Usem a feminilidade. Tornem-se e permaneçam bonitas pela versatilidade, personalidade e inteligência, e neste item vale apena ser saúdavel, sim, mesmo que o seu corpinho não seja igual ao da Gisele Bunda!