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24 de agosto de 2012

GUERRA FRIA


O período da História descrito por Guerra Fria ficou definido pela bipolarização do mundo entre duas ideologias antagônicas: o comunismo, defendido pela URSS, e o capitalismo, modelo econômico vigente nos EUA.
Historicamente a Guerra Fria teve inicio no período pós-guerra, após a 2ª Guerra Mundial, quando EUA e URSS saem vencedores da guerra. A Conferência de Ialta realizada em 1945 definiu as áreas de influência soviétiva, e também a pontuou a URSS como inimiga do blogo ocidental capitalista.
A noção de Guerra Fria determinou um conceito para classificar as disputas entre URSS e EUA em um conflito indireto, que ao mesmo tempo significou uma ameça iminente de um possível conflito nuclear entre as duas potências.
Uma Cortina de Ferro descia sobre a Europa – declarou Wilson Churchil. As potências capitalistas organizavam planos políticos e militares para afastar a influência socialista do mundo. Na América o presidente Harry Trumam (EUA) implementou a Doutrina Trumam em 1947, como um ação em defesa da democracia e do capitalismo. Nos EUA a campanha anti-comunista teve incio com o marcatismo: “Caça as Bruxas”.

Nova ordem mundial:

Como forma de dar suporte a economia capitalista, em 1944 foi firmado o acordo de Bretton Woods, onde o dólar tornou-se a moeda mundial. Além disso, foram criados como suportes financeiros o FMI – Fundo Monetário Internacional, e o BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, conhecido como Banco Mundial, ambos com o objetivo de manter a estabilidade liberal capitalista.
O Plano Marshall foi criado após a II Guerra Mundial pelos EUA como um plano de reconstrução economica da Europa, solidificando a hegemonia dos EUA como potência capitalista mundial.
Em resposta, a URSS lançou o COMECON, um plano econômico que pretendia apoiar financeiramente os países socialistas. A URSS integrar as economias dos países membros criando um mercado comum.
Como forma de estabelecer uma proteção militar e garantir a bipolarização entre URSS e EUA, foram criadas duas instituições que se encarregavam de manter a segurança das duas superpotências e seus aliados: a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que englobava os países capitalistas e seus aliados; e o Pacto de Varsóvia instituído pela URSS, que apoiava militarmente os países socialistas e seus aliados.
Um marco da Guerra Fria foi a divisão da Alemanha após a 2ª Guerra Mundial. A Alemanha e a capital Berlim, foi dividida em quatro áreas de influência: Inglaterra, França, EUA e URSS.
Em 1949, os territórios da França e Inglaterra foram anexados aos domínios americanos, sendo criada a República Federal da Alemanha cujo regime era liberal-democrático de economia capitalista.
A parte ocupada pela URSS deu origem a República Democrática Alemã com regime comunista. O acirramento das disputas entre URSS e EUA determinou a construção do Muro de Berlim em 1961 dividindo a Alemanha em dois domínios políticos e econômicos distintos.

Corrida Armamentista:

A corrida armentista foi marcada pela disputa entre os URSS e a EUA no desenvolvimento de armas nucleares e na indústria bélica como um todo. Tal investimento provocou um aumento do desenvolvimento técnico-científico de ambas as potências.
Temia-se o conflito direto e a emergência de uma guerra nuclear entre URSS e EUA, no entanto, o crescimento da indústria bélica serviu para financiar as guerras de descolonização afro-asiática, e auxiliar revoluções que emergiram na Ásia e na América, como a Revolução Cubana, apoiada pela URSS.
Com o triunfo de Fidel Castro e do Comunismo após a Revolução Cubana em 1959, deixou os EUA preocupado com a proximidade do seu inimigo e da influência das ideias comunistas na América .
Os EUA tentaram uma invasão, o “Desembarque da Baía dos Porcos”, para afastar o comunismo de Cuba. Esta invasão levou os Soviéticos a colocarem mísseis na Ilha de Cuba, apontados para os EUA.

Corrida espacial:

A imagem apresenta o Sputinik II, o segundo satélite lançado pelos russos ao espaço cujo tripulante foi a cadela Laika em 1957.

O desenvolvimento tecnológico determinou uma corrida espacial entre EUA e URSS para saber quem chegava primeiro ao espaço.
O primeiro satélite artificial foi lançado em 1957 pela URSS, o Sputnik com a tripulante Laika, um cachorro. Também o primeiro satélite tripulado, foi de responsabilidade soviética, com Yuri Gagarin.
Em contraposição aos avanços soviéticos, a NASA foi criada em 1958 para o ivestimento espacial. Em 1969, os EUA foi o primeiro a chegar a Lua com o astronauta Neil Armstrong a caminhar em solo lunar.

Guerra Fria na Ásia:

O ano de 1949 foi conturbado também no continente asiático. Em outubro, o Partido Comunista Chinês, liderado por Mao Tse-tung, tomou o poder e proclamou o nascimento de mais um país socialista, a República Popular da China.Os americanos, com a Doutrina Truman, não estavam alheios ao avanço da esquerda na Ásia e reforçaram a presença militar na bacia do Pacífico, procurando preservar sua influência no sudeste asiático. Dessa forma, a revolução chinesa levou para a Ásia as fronteiras da Guerra Fria.
 Havia o receio de que o Japão, pela proximidade com a União Soviética e a China, fosse engolido pelo bloco socialista.
Uma das primeiras conseqüências dos acontecimentos na China foi a invasão da Coréia do Sul pelos vizinhos norte-coreanos, de governo pró-soviético. Eles queriam reunificar o país sob a bandeira do socialismo. A ofensiva, em junho de 1950, desencadeou uma ação enérgica dos Estados Unidos, que aprovaram na ONU uma ajuda multinacional à Coréia do Sul. Era tudo o que os americanos queriam. Em algumas semanas, sua indústria bélica produzia uma quantidade expressiva de armamentos para uso na Guerra da Coréia. Além disso, Washington estimulou a participação do Japão no chamado "esforço de guerra". A indústria japonesa passou a produzir o material de apoio aos soldados no front, como roupas, remédios e alimentos sintéticos. Com isso, o Japão tentou resolver o problema do desemprego por meio de compromissos econômicos com o bloco capitalista. No final do conflito, em 53, a rígida divisão entre capitalistas e socialistas na bacia do Pacífico estava cristalizada.
Essa batalha estratégica pelo controle do sudeste asiático teria desdobramentos dramáticos nos anos1960, com o envolvimento direto dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.

Manifestações Sociais:

No decorrer da década de 1960, os movimentos pacifistas cresceram rapidamente nos Estados Unidos e na Europa, tornando-se uma fonte permanente de pressão sobre os governos. Entre os americanos o movimento ganhou força com as manifestações de protesto contra a Guerra do Vietnã. Na Europa, a opinião pública tomava consciência de que o continente seria devastado na hipótese de um confronto nuclear.
A primeira iniciativa mais concreta de contenção da escalada armamentista aconteceu em 1968, quando 47 países assinaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, com duração de 25 anos.
No fim dos anos 1970, o clima era tenso entre Estados Unidos e União Soviética, como resultado de uma complicada situação internacional. Diversos fatos politicamente relevantes se sucederam na mesma época, como a invasão soviética no Afeganistão, a revolução sandinista na Nicarágua e a revolução dos aiatolás no Irã.

Coexistência Pacífica:

Período de relativa tranquilidade, que surgiu após a morte de Stalin, presidente da URSS, em 1973.
O sucessor de Stalin: Nikita Khrushchov tentou através do dialogo pôr fim ao clima de guerra entre as duas superpotências.
Instituiu-se uma linha de fax direta entre o presidente americano Nixon e o presidente soviético: o Telefone Vermelho cujo objetivo era evitar possíveis conflitos armados entre as duas potências

Fim da Guerra Fria:


Em 1985, o novo dirigente soviético, Mikhail Gorbatchev, declarou a moratória nuclear unilateral, uma iniciativa surpreendente que favoreceu as negociações para a redução dos arsenais atômicos.
Em 1987, as superpotências concluíram em Washington um acordo para a eliminação dos mísseis baseados em terra com alcance de até 5.500 quilômetros. Em 1991, em Moscou, assinaram o Start, Tratado de Redução de Armas Nucleares Estratégicas.
Com o fim da União Soviética, em dezembro de 1991, os Estados Unidos tornaram-se a maior potência política e militar em todo o mundo
A Rússia, por seu lado, tinha urgência em reduzir os gastos militares para fazer frente aos problemas econômicos e sociais surgidos na transição para o sistema de mercado.
Muitos observadores fazem críticas a Mikhail Gorbatchev, dizendo que o ex-dirigente soviético fez muitas concessões aos Estados Unidos, num curto espaço de tempo.
É necessário observarmos outros aspectos da situação do país naquele período. Ao assumir o poder, em 1985, Gorbatchev encontrou a economia soviética à beira do colapso. Alguns historiadores indicam que o país destinava ao setor de defesa mais de 20% de seu PIB, Produto Interno Bruto. Os americanos, em 1987, destinavam ao setor 7%, e a Grã-Bretanha, 5% do PIB. Mesmo gastando proporcionalmente menos, o Ocidente também sentiu o peso econômico da corrida armamentista. A crise foi atenuada com a transferência de tecnologia para os demais setores produtivos da economia.
Os americanos sempre trataram de aplicar as conquistas da tecnologia bélica na indústria de bens de consumo. Isso propiciou o desenvolvimento da microinformática, das utilidades domésticas e dos automóveis velozes e econômicos. Mesmo com essa política industrial, os Estados Unidos figuram, nos anos 1990, entre os países mais endividados do mundo, em parte por causa dos gastos com a defesa. Os reflexos da crise são notados no corte de verbas para a educação, saúde e serviços públicos. 

 VÍDEOS SOBRE GUERRA FRIA:




A DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA



A descolonização afro-asiática provocou o fim dos impérios coloniais europeus surgidos a partir do final do século XIX, determinando a emancipação política e ao mesmo tempo, a dependência econômica dos povos africanos e asiáticos.
A luta pela emancipação e liberdade surgiu de duas correntes ideológicas distintas. A primeira estava associada à defesa das tradições culturais e da identidade dos povos dominados, e a outra surgiu de ideais da burguesia ocidental sob forma de nacionalismo. Ambos no processo de descolonização assumiram formas de resistência contra a dominação européia. O nacionalismo e o sentimento de pertencimento cultural contribuíram para formação de partidos que se diferenciavam em duas correntes políticas distintas: o socialismo e a republica democrática ou liberalismo de orientação capitalista.
Como fatores históricos da descolonização afro-asiática estão a participação das colônias na Segunda Guerra Mundial, onde metrópole e colônia lutam juntos, o que determinou o surgimento do sentimento de libertação dos povos colonizados.
A crise econômica dos países europeus durante o período pós-guerra contribuiu para a autonomia colonial e reforço da identidade e nacionalismo dos povos colonizados.
A ideia de união do Terceiro Mundo criada na Conferência de Bandung em 1955, declarou aos países europeus a importância da união dos países subdesenvolvidos pela busca da autonomia política, econômica, pela defesa da justiça, direitos humanos, cooperação e liberdade.
O terreno para as diferentes independências estava criado.

As Vias da Descolonização

A descolonização afro-asiática não foi um processo homogêneo. A independência ocorreu por duas vias diferentes: a pacífica e a violenta;
No caso da via pacífica, a independência da colônia era realizada progressivamente pela metrópole, com a concessão da autonomia político-administrativa, mantendo o controle econômico do novo país, criando, desse forma, um novo tipo de dependência;
As independências que ocorreram pela via de violência foram causadas pela intolerância das metrópoles em conceder autonomia às colônias. Surgiram as lutas de emancipação, geralmente vinculadas a guerrilha, onde em tempos de Guerra Fria, URSS e EUA determinavam orientações ideológicas e indiretamente forneciam armas para substanciar o conflito.

O Caso indiano: a independência pacífica.

Mahatma Gandhi
A maioria das colônias asiáticas atingiu a independência no período de 1945-1954. As lutas se desenvolveram contra as metrópoles que haviam sido enfraquecidas economicamente, militar e politicamente da Segunda Guerra.
Na Índia o tema da independência estava em discussão desde os anos 1920, quando enfim popularizou-se e chegou até as massas. Na realidade o movimento pela participação política e criação de um partido que se expressasse a favor dos hidus, foi criado por uma elite anglo-indiana em 1885, que sonhava com o Self Governament.
Após a participação na Primeira Guerra, muitos indianos continuaram a lutar a favor de reformas na legislação, porém os ingleses se recusavam gerando muita insatisfação entre os indianos. Enquanto a indústria e a economia cresciam enriquecendo a Inglaterra, os indianos passavam situações de miséria e desigualdade social perante as elites. O sistema de castas na Índia se consagrou em uma dificuldade de ser superada, configurando-se em um obstáculo a mobilidade social.
Mahatma Gandhi, o “apostulado da não violência”, começou a se impor diante do povo. Formado em direito na Inglaterra, Gandhi viajou por grande parte da África e da Europa, lutou em algumas batalhas a favor do exército inglês, porém manteve-se sob uma postura de não assimilação cultural, utilizando seu conhecimento para lutar em nome das tradições e da liberdade dos indianos. Ele previa o desenvolvimento da Índia e do povo indiano através de produtos nacionais como tecidos, sal, e especiarias que quando produzidos e consumidos pela população cortariam os laços de dependência com os ingleses e sua cultura de industrializados.
Regressando para Índia em 1915, Gandhi empreendeu a organização de resistência dentro do Partido do Congresso. Seu ideal era o retorno a terra através da salvação espiritual e da não violência.
Junto a Nehru e Ali Jinnah, Gandhi em 1920 propôs o programa de libertação da Índia. Foram propostos: planos de boicotes aos tribunais, as legislaturas, as instituições de ensino e a recusa aos pagamentos de impostos: muitos indianos foram presos por motivos políticos, inclusive o próprio Gandhi.
A independência acabou se dando de forma gradual, a grande liderança vista na figura de Gandhi, assim como o resgate a cultura indiana tradicional, acabou contribuindo para que os ingleses promovessem uma política de concessões e criação de uma nova constituição. Em 1935 a nova constituição estava para ser outorgada pelos ingleses, mas os indianos repudiaram e a consideraram ilegítima.
Jinnah membro da Liga mulçumana desde 1906 defendia o federalismo na Índia, através da separação entre mulçumanos e hindus cujo objetivo era a criação do Paquistão.
Apesar das diferenças entre as Liga Mulçumana e o Partido do Congresso estes dois grupos acabaram por se aproximar em função do crescimento das idéias marxistas entre os operários, e do afastamento do movimento da religião. A Inglaterra diante desta observação resolveu em 15 de junho de 1947, assinar a independência da Índia e do Paquistão. Esta divisão entre hinduístas e mulçumanos gerou o fanatismo entre os grupos, determinando o assassinato de Gandhi, por um hinduísta que se recusava na atitude conciliatória com os mulçumanos.

O Caso da Indochina: a Guerra do Vietnã.

A França instalou-se no mundo indochinês em busca do café, do arroz, café, borracha e chá, assim como a exploração de minérios como o carvão, implementando uma política colonial de exploração. A população sofria com o trabalho forçado, e as indústrias trazidas pelos franceses acabaram por modificar a organização rural da sociedade, arruinando as organizações comunais em detrimento da economia mercantil.
Os indochineses, ao contrario, desde o domínio mantiveram uma posição de combatividade perante a política de assimilação cultural francesa. Até 1939, ocorreu a formação de uma elite colonial inspirada nos princípios liberais que exigia reformas nas políticas coloniais, tais como: a reforma no ensino, mantendo as tradições coloniais, a taxação de impostos para ocidentais.
Neste mesmo período surgiu um movimento a favor do comunismo no Vietnã liderado por Ho Chi Minh. Muitos destes revolucionários haviam estudado e se formado na França. Em 1930 foi criado o Viet–Minh: partido comunista.
Em 1941, foi criado o movimento de grupos nacionalistas vietnamitas: a Liga das Organizações, um movimento revolucionário, que tinha o objetivo de legitimar a liderança dos Viet-Minh, lutando contra a dominação e ocupação francesa.
A mobilização das massas esteve ligada a idéias que difundiam a independência nacional, e o esforço de desenvolver a economia e modernizar o país, sob o discurso nacionalismo e comunista.
Em 1945, Ho Chi Minh proclamou a independência do Vietnã como estado livre, o que determinou a guerra contra a França e o bombardeio de algumas cidades pelo antigo colonizador. Através da tática de guerrilha, os vietnamitas conseguiram expulsar os franceses e instaurar um governo socialista sob o apoio da China e contra o governo americano, em meio ao clima de bipolarização.
Diante do desgaste francês, os EUA passaram a enviar cada vez mais auxilio bélico a França. A guerra extrapolava o seu caráter libertador e passara a assumir uma posição de combate a expansão comunista na Ásia. Durante nove anos os americanos lutaram contra os “vietcongs” (apelidado dado aos vietnamitas pelos próprios americanos).
Em 1954, a guerra deixava de ser francesa e assumia a liderança americana, O Vietnã sul passa pedir apoio financeiro colocando-se contra a república socialista de Ho Chi Minh.
Durante o longo período de guerra o Vietnã Norte conseguiu se desenvolver modificando estruturas sanitárias, construindo escolas, criando cooperativas comunais no campo, e literalmente se transformando numa “pedra no sapato americano”. Após longos protestos nos EUA e com a luta pelos direitos civis, os americanos decidiram na década de 60 se retirarem da guerra, garantindo a vitória aos vietnamitas e também ao comunismo.

DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA (PARTE 2)


A Independência da Argélia

A conquista da Argélia pelos franceses foi iniciada em 1830, através da ocupação do Mangrebe – uma região mulçumana de profunda influência árabe. A partir deste período a França introduziu um processo de afrancesamento e dominação dos nativos, tomando terras, matas, jazidas minerais. Muitos argelinos foram removidos para dar espaço à pilhagem colonial. Nestes primeiros anos, houve um decréscimo da população nativa e um aumento dos grupos de colonos
Os colonos franceses na Argélia, denominados "pieds noirs" tinham condições de vida superiores às dos argelinos e a discriminação contra os nativos era realizada como uma forma de dominação. Em 1945, ocorreram as primeiras manifestações pela independência. Essas manifestações foram lideradas por muçulmanos, religião predominante na Argélia, mas também sufocadas pelos franceses.
A derrota francesa na Guerra da Indochina, em 1954, acentuou a crise francesa, abrindo espaço para o crescimento dos movimentos pela emancipação na Argélia. No mesmo ano, a população muçulmana da Argélia, movida pelo nacionalismo islâmico, voltou a se colocar contra a França sob a liderança da Frente Nacional de Libertação. A Frente Nacional de Libertação organizou-se militarmente para derrotar o domínio francês.
Em 1954, iniciou-se a guerra de independência da Argélia.
Em 1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual os líderes da Frente foram capturados e levados presos para Paris, onde permaneceram até 1962. A violência praticada pelos franceses contra a população civil na Batalha de Argel aumentou o descontentamento da dominação francesa  sob os argelinos.
Em 1958 foi proclamada a IV República Francesa. O general De Gaulle subiu ao poder e recebeu plenos poderes para negociar a paz com o Governo Provisório da Argélia, estabelecido no Cairo (Egito). As negociações de paz estenderam-se até 1962, quando foi assinado o Acordo de Evian, segundo o qual a França reconhecia a independência da Argélia, pondo fim à guerra, que já durava oito anos.

A Independência do Congo

Em 1867, a Bélgica fundou a Sociedade Internacional para a Exploração e Civilização da África, iniciando a ocupação do Congo, que se tornou a possessão belga em 1885, e colônia em 1908.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os movimentos de emancipação generalizaram-se na África e, em 1960, na Conferência de Bruxelas, a Bélgica concedeu a independência ao Congo, que constituiu a República do Congo.
O Governo foi, então, exercido pelo presidente Joseph Kasawubu e pelo primeiro-ministro Patrice Lumumba, que desde a década de 1950 iniciara a luta pela independência do Congo, com a formação do Movimento Nacional Congolês, de tendência nacionalista e socialista. Além disso, Lumumba queria construir um Estado sob a ideia do pan-africanismo, que ratificava a importância do reforço da identidade negra e da africanidade em seu país.
Após a independência do país, na província de Catanga ocorreu um movimento separatista liderado pelo governador Moise Tchombe, que, apesar de proclamar a independência da província, não obteve o reconhecimento internacional. Desencadeou-se, então, uma guerra civil. Moise Tchombe recebia o apoio de grupos internacionais interessados nos minérios da região e de tropas mercenárias belgas.
Em setembro de 1960, o presidente Kasawubu demitiu o primeiro-ministro Patrice Lumumba.
Lumumba não aceitou a demissão e o Congo passou a ter dois governos.
Kasawubu foi preservado. Lumumba foi aprisionado e entregue a Moise Tchombe. Levado para Catanga, Lumumba foi assassinado em 1961. Sua morte provocou violentas manifestações dentro e fora do Congo o que o transformou em símbolo da luta pela independência. Em 1962, as forças da ONU intervieram no Congo para impedir a secessão da Catanga. Moise Tchombe foi exilado.
Cyrelle Adula assumiu a chefia do governo em meio aos movimentos liderados pelos partidários de Lumumba (morto em 1961).
Os partidários de Lumumba dominavam boa parte do país, em 1964, quando Adula convidou Moise Tchombe (recém-chegado do exílio) para auxiliá-lo e vencer os rebeldes.
Adula renunciou e Tchombe assumiu o cargo de primeiro-ministro.
A guerrilha aumentava e, então, os EUA intensificaram a ajuda militar que já vinham concedendo ao governo de Tchombe.
Os partidários de Lumumba, em resposta, transformaram 60 norte-americanos e 800 belgas em reféns de guerrilha, o que levou a Bélgica a preparar uma ação de resgate, provocando o fuzilamento de 60 reféns pelos guerrilheiros; os demais foram libertados.
O presidente Kasawubu, em 1965, demitiu o primeiro-ministro Tchombe e logo em seguida o general Mobutu deu um golpe e assumiu a Presidência do país, que, em 1971, denominando-o de República do Zaire. Em 1997, em meio a uma verdadeira guerra civil, Mobutu saiu do Zaire. Controlada por revolucionários, a região passou a denominar-se República Democrática do Congo.

O Fim do Império Colonial Português

A independência das colônias africanas portuguesas ocorreu por meio da negociação após a queda da ditadura salazarista. Apesar da negociação, a independência das regiões ocupadas anteriormente por Portugal sofreu um processo de guerra civil descrito pela disputa de diferentes etnias locais pelo poder. Financiadas pelos URSS ou EUA, as guerras de independência se intensificaram determinando um cenário trágico aos países colonizados.

Angola:

Em 1956, foi fundado o Movimento Popular pela Libertação da Angola – MPLA; que, em 1961, desencadeou as lutas pela independência, sob a liderança do poeta Agostinho Neto.
Outros dois movimentos surgiram dentro do processo de lutas de independência: a União Nacional para a Independência Total de Angola – UNITA; e a Frente Nacional de Libertação da Angola – FNLA.
Em 1974, foi assinado o Acordo de Alvor, segundo o qual os portugueses reconheceriam a independência da Angola em 1975, devendo ser formado um governo de transição formado pelo MPLA, UNITA e FNLA. Os três grupos iniciaram entre si uma série de divergências que resultaram em uma guerra civil e a invasão do país por tropas do Zaire e da África do Sul (apoiados pela FNLA e UNITA, respectivamente), que recebiam ajuda militar norte-americana;
O MPLA, liderado por Agostinho Neto, solicitou a ajuda de Cuba, e, em 1976, derrotou as forças da UNITA e da FNLA.


Moçambique:

Em 1962, foi criada a Frente de Libertação de Moçambique - Fremilo, por Eduardo Mondlane, que iniciou as lutas pela independência de orientação socialista.
Samora Machel, em 1969, assumiu a direção do movimento, que disputou, através da guerrilha, o controle do território.
Em 1975, Portugal reconheceu a independência da República Popular de Moçambique.

Consequências da Descolonização Afro-Asiática
Como consequências da descolonização destaca-se a criação de um novo bloco de países que, com a América Latina, compôs o Terceiro Mundo. A noção de Terceiro Mundo determinou o reconhecimento do subdesenvolvimento dos países recém emancipados politicamente, mas que mantem em sua estrutura econômica a dependência dos países desenvolvidos.
As guerras de independência intensificaram a pobreza e a desigualdade social na África, onde a ajuda humanitária da ONU torna-se fundamental para garantia dos sobreviventes das guerrilhas.

IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO XIX



Contextualização Histórica:

O imperialismo surgiu sob uma nova ótica neocolonialista associada ao crescimento industrial ocorrido no século XIX. As potências industriais européias: França, Inglaterra, Alemanha, Rússia, Bélgica e Portugal, necessitavam de novos mercados consumidores, sobretudo, de matéria-prima e mão de obra barata, para a manutenção do crescimento industrial capitalista e da constante produção de mercadorias.
Sob este contexto, ocorreu uma nova corrida colonial voltada para partilha e ocupação da Ásia, África e Oceania sob a adoção de uma política imperialista, caracterizada pelo domínio territorial, pela intervenção militar, e interferência econômica.
Sob a ótica do capitalismo monopolista, indústrias multinacionais foram transferidas para as áreas colonizadas alterando a dinâmica política, econômica, social e cultural dos países dominados, o que determinou o subdesenvolvimento e a dependência econômica das áreas subjugadas pelo imperialismo europeu.

Colonialismo no século XVI e Neocolonialismo século XIX: diferenças:

Ideologia e missão civilizadora:

O imperialismo do século XIX, permeado pelo ideal da supremacia econômica e cultural, formulou o mito da superioridade racial dos países europeus, incluindo concepções científicas que enalteciam os brancos e a exploração capitalista. Por esse motivo destacou-se a doutrina racista do filósofo inglês H. Spencer, conhecida como “Darwinismo Social”.
Segundo Spencer, a Teoria da Evolução de Darwin podia ser perfeitamente aplicada à evolução da sociedade, pois assim como existia uma seleção natural entre as espécies, com o predomínio dos animais e plantas mais capazes, ela existia também na sociedade.
A luta pela sobrevivência entre os animais correspondia à concorrência capitalista; a seleção natural não era mais nada além da livre troca dos produtos entre os homens; a sobrevivência do mais capaz, do mais forte era demonstrada pela forma criativa dos gigantes da indústria, que engoliam os competidores mais fracos, em seu caminho para o enriquecimento.

Resultado do imperialismo:

Como resultado do imperialismo observa-se a intensificação do capitalismo monopolista como uma solução parcial para crise de mercado e superpopulação.
A vitória do modelo político liberal burguês amenizou as lutas operárias através da criação de alguns direitos trabalhistas, no entanto, a exploração ao trabalhador continua sendo a máquina do crescimento industrial.
No mundo colonizado ocorreu uma desestruturação econômica, política social e cultural. A fome, a pobreza, segregação racial e social, e as lutas nacionalistas se transformam em uma marca do subdesenvolvimento.
A partilha dos novos impérios coloniais determinou uma disputa de territórios que acabaram por causar a 1ª Guerra Mundial 1914.

VÍDEOS SOBRE IMPERIALISMO: