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31 de janeiro de 2018

Vídeo: apresentação de crônicas. "O cliente tem sempre razão".




Em uma atividade do Curso de Redação e Roda de Leitura para Colaboradores da Rede Zona Sul, que relacionou música e narrativa com a canção “Faroeste Caboblo” da Legião Urbana, foi solicitado aos alunos que produzissem um texto a partir da trajetória de Santo Cristo: o protagonista da história escrita por Renato Russo.
Confira a seguir a redação que com muita criatividade e crítica conseguiu ilustrar uma narrativa comum à realidade das comunidades cariocas.
 



ESCOLHAS ERRADAS DESTINO CERTO.

Por Denis Rocha

Quando criança Carlos teve uma vida difícil, morando junto com seus três irmãos e sua mãe na periferia do Rio de Janeiro, no bairro de Bonsucesso, na comunidade do Parque União. Sendo ele: pobre, negro e excluído da sociedade que o marginalizava.
Todos os dias saia com sua família para pedir esmolas nos sinais de trânsito da Praça das Nações, parte nobre do bairro onde morava. E ali ficavam até conseguirem o suficiente para sustentarem-se.
Na adolescência, já acostumado com as malandragens da vida de rua, se juntava aos outros meninos de sua idade a fim de ir ao Centro do Rio na Saara praticar vários furtos, e ate mesmo roubar à mão armada, mas não com revólveres, e sim, com um canivete prateado de cabo azulado, que sua mãe dizia ter sido de seu pai.
Aos finais de semana seu destino era certo! Pegava carona pela porta de trás ou pulando a janela do ônibus 484, que ia de Olaria à Copacabana. E nesse trajeto, já no teto do ônibus, zoava todos que encontrava pelo caminho, aproveitando a adrenalina sem se importar em arriscar a própria vida. A volta era outra aventura. Corria da polícia após ter furtado um dos velhinhos que andavam descuidados.
Hoje ele reside no bairro de Bangu, depois de ter sofrido um acidente ao cair do terceiro andar de uma casa fugindo da polícia que o perseguia por causa do roubo de um carro forte da empresa Transbank. O acidente o deixou de cadeira de rodas e com pouca mobilidade no braço esquerdo, tornando-o um dos poucos deficientes a residir no complexo penitenciário de Bangu 3.