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17 de fevereiro de 2009

Arte e História: uma viagem pelo tempo de Debret

No século XIX, no Rio de Janeiro circulavam muitos pintores e artistas estrangeiros, entre eles, o francês Jean Baptiste Debret, conhecido por retratar em desenhos inconfundíveis a sociedade brasileira e cenas singulares do cotidiano das famílias patriarcais e da escravidão brasileira. Debret nasceu em 1768 e era filho de um funcionário público. O fato de existir em sua família pintores e desenhistas, impulsionou o jovem a realizar alguns trabalhos artísticos, participando intensamente dos movimentos revolucionários na França como pintor ao lado de seu primo Jacques-Louis David. Com a participação na Revolução Francesa (1789), Debret acabou por tornar-se pintor oficial de Napoleão durante o Império Napoleônico ilustrando batalhas e feitos do imperador. Com a queda de Napoleão em 1815, a vida de Debret mudou radicalmente, e diante das condições de retorno da família Bourbon ao poder na França com o Congresso de Viena (1820), Debret resolve vir ao Brasil a convite da corte portuguesa, tornando-se também o pintor oficial do império português. Existe uma discussão entre os historiadores da existência ou não de uma Missão Francesa influenciada por D. João IV, visto que chegaram neste período muitos arquitetos, engenheiros e artesões franceses, como se a corte os tivessem convidado com o objetivo de garantir o progresso urbano e intelectual da ex-colônia. O fato é que a presença de tantos artistas impulsionou uma mudança no estilo arquitetônico em particular no Rio de Janeiro – capital do império português; e no desenvolvimento das artes plásticas com a fundação da Academia Brasileira de Belas Artes (1829). Após permanecer quinze anos no Brasil, o pintor retorna a França, aonde publica seus registros no livro: Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, dividido em três volumes, com ilustrações e descrições de tudo que havia observado em sua passagem e viagem pelo país. Em 1848, na cidade de Paris, Debret veio a falecer. Não deixe de observar na Coluna Fatos e Fotos um pouco dessa viagem realizada e eternizada pelo pintor em algumas imagens selecionadas pelo Blog Pensando Alto. Como bons historiadores percebam as representações dos negros e indígenas, observando a percepção que os europeus possuíam destas culturas. Refletir e criticar estas descrições permite que quebremos o elo etnocêntrico e eurocêntrico de nossa História. Boa Viagem!

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