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19 de setembro de 2012

ESPECIAL BRASIL IMPÉRIO (1808/ 1889)

A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL NO BRASIL (1808/1822)
Muitos historiadores analisam a chegada da corte portuguesa para o Brasil com um salto inicial para a autonomia da colônia, reforçando os ideais burgueses de liberdade individual, no que diz respeito a política, ao comércio e as próprias relações sociais. Neste período, podemos também compreender o surgimento de uma brasilidade e identidade em ser brasileiro, visto que o Brasil havia se tornado a cede do reino e império português.
Na Europa Napoleão iniciava a expansão de seu império, e também havia decretado o Bloqueio Continental a marinha e aos comerciantes ingleses, procurando diminuir a influencia da Inglaterra na economia européia, o que ameaçava invasões a todos os países que não cumprissem o decreto napoleônico.
Portugal encontrava-se em uma situação de externa dependência à Inglaterra, devido aos tratados comerciais assinado com os ingleses, sobretudo o Tratado de Methuen (1703) que favorecia os portugueses no comércio de vinhos em troca de tecidos. Tal situação determinou que os portugueses mantivessem as relações econômicas com os ingleses e transferissem a corte para o Brasil.
Em 1808 com a chegada de D. João VI ao Brasil, a colônia ganhou uma nova organização política e econômica. O Estado português transferiu-se para o Brasil e com ele trouxe todos os títulos e regalias de uma administração política real, ou seja, a partir deste momento como cede do reino, o Brasil deixava de ser a colônia, passando a adquirir um status de metrópole ganhando estruturas administrativas autônomas, desenvolvendo o comércio interno e adequando as estruturas aos valores europeus, hábitos, costumes, sobretudo infra-estrutura urbana. Neste mesmo ano foi decretada a abertura dos Portos as Nações Unidas, o que determinava a livre exportação dos produtos colônias e importação de produtos estrangeiros, o que determinou o fim do pacto colonial. Esta atitude revogava o monopólio do comercio e trazia a colônia novos valores burgueses de liberdade comercial, concorrência e necessidades de desenvolvimento industrial. D. João VI também revogou a lei de proibição ao desenvolvimento industrial criada em 1785, incentivando a indústria brasileira, porém esta ainda não possuía estrutura, nem tão pouco, conseguia concorrer com os manufaturados ingleses que entupiam e monopolizavam o mercado interno brasileiros.
Em 1810, D. João VI e os ingleses assinaram o Tratado de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação. O Tratado de Aliança e Amizade estabelecia o apoio mutuo dos dois reinos: Portugal e Inglaterra em qualquer declaração de guerra ou invasão, o governo português comprometia-se em abolir gradualmente o trabalho escravo, e estabeleceu tarifas especiais para os produtos ingleses em taxações de 15% sobre os manufaturados, enquanto os produtos portugueses continuavam pagando 16%, e os demais países europeus 24%. Os súditos ingleses teriam garantia de liberdade religiosa, e direito a serem julgados por juízes ingleses, reconhecendo a superioridade da jurisprudência britânica. A Inglaterra possuía o direito de reexportação dos produtos tropicais, e livre navegação nas águas brasileiras
O Estado português no Brasil consolidava-se sobre o domínio inglês.
Com a chegada da corte o Rio de Janeiro, capital da colônia, teve que se adequar para receber a família Bragança, e também adquiri um novo status e infra-estruturas, que levassem o Brasil a obter semelhanças com a Europa. Tais mudanças foram: criação da Biblioteca Real, Banco do Brasil; Passeio Público; Jardim Botânico; imprensa, reestruturação das ruas e casas para abrigar a família real e construção da Quinta da Boa Vistas e etc.
A configuração social da corte joanina no Brasil foi composta por muitos colonos que ganharam privilégios políticos recebendo Títulos e Brasões de Nobreza, dados como prêmio de relevantes serviços prestados ao rei. A Nação colheu o fruto, de tão benéfica providência real, exterminando as ilusões democráticas e dirigindo, e submetendo, todas as classes sociais a subordinação ao rei, sempre tendo em vista a pirâmide hierárquica monárquica e, mantendo sob controle os indivíduos em seus ofícios e no devido respeito à autoridade real.
A estadia de D. João VI no Rio permitiu a reorganização política-jurídica do país e estabeleceu contatos não tão amistosos entre as duas facções sociais: a nobreza migrada e as elites da terra constituída por negociantes de grosso trato, sendo que, os reinóis primavam por alargar e enfatizar as distâncias sociais. Nessa fusão conflituosa de interesses, orquestrada pelo rei, se definiram os contornos da nascente classe dirigente brasileira, que promoveu a construção do Estado Imperial durante o século XIX e, em algumas particularidades, permanecem como elementos construtivos da relação política social no Estado Brasileiro, até hoje. 
 
DE VOLTA A PORTUGAL E ADEUS AO BRASIL.

Durante a estadia da corte Portuguesa ao Brasil as transformações e atenções de D. João VI estiveram voltadas para o sudeste. O nordeste em crise desde o século XVII após a queda da exportação do açúcar no mercado europeu. A região cobreva do rei o reconhecimento e investmentos realizados no Rio de Janeiro como forma de superar a crise economica, a pobreza e a desigualdade social que assolava a região. A sitação se agavou quando em 1816 uma forte seca  afetou não só a produção açucareira como a produção de alimentos. A revolução tinha como objetivo separar-se do Brasil, formando um governo provisório previa a proclamação de uma república e a elaboração de uma constituição. Os revoltosos dividiam-se quanto a abolição da escravidão. As tropas portuguesas incidiram e abafaram a revolta, executando os amotinados e predendo os líderes.
Não houve tranquilidade no período joanino. Em 1809 a política externa de D. João VI determinou a invasão dos portugueses na Guiana Francesa e em 1816 na Banda Oriental do Rio do Prata, onde a guerra objetivou a manutenção da Provincia Cisplatina sob dominio português.
Com guerras e conflitos de ordem interna e externa, a política joanina assumia uma posição de instabilidade.. A situação se agravou quando com a queda do império napoleônico e o Congresso Viene em 1815, D. João VI passa a ser convocado para retomar o controle da dinastia de Bragança em Portugal. O rei, decide então, elevar o Brasil a cede do império português a Reino Unido de Portugal e Algares, o que determinou o título oficial de cede do império português, legitimando todas as decisões tomadas por D. João VI, garantindo a autonomia política e econômica da colônia. Este seria um caminho pelo qual não teria mais volta e o Brasil tentaria andar por suas próprias pernas.
Em 1820 em Portugal explode a Revolução Porto, onde a volta de D. João VI é exigida imediatamente, caso contrário as juntas governativas elaboraraiam uma Constuição que limitaria o poder real e transformariam o reino português em uma monarquia constitucional.
No Brasil a notícia não agradou o partido brasileiro, formado pela elite rural que havia alcançado prestigio político com a estadia da corte no país. O retorno de D. João VI à Portugal determinaria a recolonização do país do monopolio rela, o fim do livre comérico e da participação política. Foi então que D. João decidiu voltar a Lisboa deixando seu filho D. Pedro I como princípe regente. Este episódio ficou conhecido como Dia do Fico que ocorreu em 9 de janeiro de 1822.
A independência do Brasil seria alcançada meses depois sob pressão do partido brasileiro e desgosto do partido português formado por portugueses erradicados no Brasil, que desejavam o retorno das relações coloniais.No dia 7 de setembro de 1822, sob as margens do Rio Ipiranga, D. Pedro I proclamou a independência. No entanto, ela só se consolidou em território nacional após as guerras travadas no nordeste, onde o auxílio de oficiais ingleses foi fundamental neste processo.
O reconhecimento da independência não veio de graça. O Brasil teve que pagar a Portugal o valor de dois milhões de libras esterlinas, dívida paga pelos ingleses em troca da manutenção dos acordos economicos e relações comerciais estabelecidas por D. João desde a Abertura dos Portos em 1808. O Brasil abandonava a dependência dos portugueses para passar a subordição aos ingleses.
Restava agora a D. Pedro I a organização do Estado ainda sob uma estrutura social e economica colonial cuja base era a agroexportação e a escravidão.

Pintura de Rugendas. Carregadores de Água.

1º REINADO (1822/1831)

O governo de D. Pdeo I teve o papel de organizar um Estado que recém emancipado encontrava-se assolado pela crise economica, disputa política e problemas sociais. A ganforra partidária da qual D. Pedro I estava inserido referia-se a disputa entre o partido brasileiro e o partido português. O partido brasileiro defendia a adoção de uma monarquia parlamentar com divisão de poderes, enquanto o partido português mantinha uma postura conservadora em defesa do poder centralizado e da monarquia absolutista. Ambos os partidos estavam de acordo em duas questões: a manutenção da unidade territorial e da escravidão.
Em 1823 o projeto da constituição foi apresentado sob o apelido de “Constituição da Mandioca”, pois nas eleições primárias só poderiam votar os homens com renda anual ao equivalente de 150 alqueires de mandioca. A Assembléia Constituinte assumia um caráter liberal, sendo marcada pela presença e influência do partido brasileiro, que defndia além do voto censitário instrumento político das elites rurais, a redução da figura di imperador a uma participação mínima, reduzida pelo parlamento e divisão de poderes. O autoritarismo e caráter absolutista de D. Pedro I determinou em 1824 a dussolução da assembléia constituinte. D. Pedro I outorgou a constituição de 1824, mantendo as seguintes decisões: 1)Voto censitário – só possuem direito ao voto cidadãos com renda anual superior a 100 mil réis, homens livres, maiores de 25 anos, 2) Divisão de Poderes –Excutivo, Legislativo e Judiciário,4) Monarquia Hereditária, 5) Poder Moderador – o imperador pode intervir em qualquer decisão tomada pelo parlamento. 6)Senado vitálicio, 7)Deputados eleitos de quatro em quatro anos. Mulheres, libertos, escravos e a maioria da população ficava excluída do direito político e da cidadania.
Com a imposição da Constituição de 1824 a crise política e economica agravou-se no país e degastou ainda mais o governo de D. Pedro I. Como resultado ao autoritarismo e centralização política imposta pelo rei, explode em 1824 a Confederação do Equador, liderado por Frei Caneca – ex líder da Revolução Pernambucana 1817.
A Conferderação do Equador foi um desdobramento da Revolução pernambucana de 1817. No entanto, ela contou uma participação maior de províncias que desejavam autonomia em oposição a centrlização política. A revolta assumiu um caráter separatista e liberal. Os revoltosos defendiam um regime republicano, democrático e federativo, além do fim da escravidão. A confederação foi reprimida pelas tropas do goveno e os líderes executados, entre eles, Frei Caneca.
O prestigio do imperador perdia força. A imprensa noticiava a crise e opunha-se ao rei. A situação piorou quando D. Pedro I em 1828, sob auxilio britânico, partipou da Guerra da Cisplatina. A provincia tornou-se independente separando-se do Brasil dando origem a República Oriental do Uruguai. O interesse de manter a Cisplatina anexada ao Brasil estava na livre navegação do Prata para o escomento da produção de mate originário do Mato Grosso, que utilizava o transporte fluvial para ter acesso ao mar.
Com a morte de D. João VI em Portugal, a corte exigiu o retorno de D. Pedro I como filho mais velho para assumir o trono, caso contrário seu irmão mais novo D Miguel assumiria o trono em seu lugar.
Com o Banco do Brasil falido, impopularidade e a perda de apoios do partido brasileiro devido ao autoritarismo e caráter absolutista, o imperador perdia o controle do Estado. Em 1830 como estopim da situação o jornalista Líbero Badaró foi assassinado devido a difusão das ideias liberais no jornal o qual era editor. Em 15 de março de 1831 no Rio de Janeiro, os brasileiro atacaram com pedras e garrafas os portugueses que organizavam uma festa para o imperador que retornava de Minas de Gerais, também sob vaias da população. Este episódio ficou conhecido como Noite das Garrafadas. Em 7 de abril de 1831, D. Pedro I deixou como herdeiro do trono seu filho de 5 anos D. Pedro de Alcântara (D. Pedro II). Até a maioridade do herdeiro, o governo do Império foi exercido por uma Regência.
 
PERÍODO REGENCIAL (1831/1840)

O período regencial foi marcado por um período de transição político e revesamento político entre o partido progressistas de caráter liberal e regressista de caracteristeristica conservadora, que durante a menoridade do imperador, revezaram-se no poder sob um regime parlamentar.
A situação política se polarizou em diferentes partidos políticos. De um lado estavam os conservadores denominados de caramurus, que defendiam a centralização política e o retorno de D. Pedro I, de outro, os liberais moderados ou chimangos que defendiam a autonomia provincial e uma monarquia parlamentar, e os liberais radicais ou farrapos que defendiam o federalismo, a autonomia provincial e a república.
Fases das Regências: 1)Regência Trina Provisória (abr/jul 1831); 2)Regência Trina Permanente (1831/1834); 3)Regência Una do Padre Feijó (1835/1837); 4)Regência Una de Araújo Lima (1837/1840) Regresso Conservador (Golpe da Maioridade).
A Regência Provisória de 1831 liderada pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e José carneiro de Campos teve caráter liberal e determinou a suspensão provisória do Poder Moderador, a proibição de criação de novos impostos e também de dissolver a Câmara de Deputados. Convocou eleições para votação de uma Regência Permanente. Votada a criação da Regência Permanente (1831/1834), tornaram-se regentes o Brigadeiro Francisco Lima e Silva, João Bráulio Muniz (Norte) e José da Costa Carvalho (sul). Durante este período foram tomadas as seguintes medidas: criação da Guarda Nacional, criação do Código de Processo Criminal, da autoridade judiciária e policial (nos municípios) aos “juízes de paz”, eleito entre os grandes proprietários. Neste período também foi decretado o Ato Adicional de 1834 que consolidou a reforma dos liberais através da Reforma constitucional, da criação de Assembléias Legislativas Provinciais (Deputados Estaduais). Capital nomeava os Presidentes de Província, da elevação do Rio de Janeiro a Município Neutro, da substituição da Regência Trina por Regência Una, da suspensão do Poder Moderador e do Conselho de Estado até o fim do Período Regencial e da garantia da autonomia provincial.
Durante a Regência Una do Padre Feijó (1835/1837) o cenário de autonomia provincial permite o surgimento de uma série de revoltas de cunho social e separatistas que ameaçavam a unidade brasileira. A descentralização política permitiu um maior questionamento e reivindicação ao poder central.

 
MOVIMENTOS
PERÍODO
MOTIVOS
LOCAL
FARROPILHA
(CUNHO SEPARATISTA)
1835-1845
INICIADA POR ESTANCIEIROS DO SUL PREJUDICADOS COM A CONCORRÊNCIA DO COMÉRCIO DO CHARQUE COM A ARGENTINA E URUGUAI. EXIGIAM UMA POLÍTICA PROTECIONISTA DO IMPÉRIO, E TAMBÉM ALMEJAVAM AUTONOMIA POLÍTICA COM A PROCLAMAÇÃO DE UMA REPÚBLICA INDEPENDENTE.
RIO GRANDE DO SUL
SABINADA
(CUNHO SEPARATISTA)
1837
UMA LUTA DE PROFISSIONAIS LIBERAIS POR MAIOR AUTONOMIA PROVINCIAL. LIDERADA PELO MÉDICO DR. SABINO, A REVOLTA QUERIA A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E A SEPARAÇÃO DO BRASIL.
BAHIA
CABANAGEM
(CUNHO SOCIAL)
1833-1836

ORGANIZADA POR CABANOS, A REVOLTA TEVE PRESENÇA DE ESCRAVOS, CAMPONESES E CLASSES BAIXAS QUE REINVIDICAVAM AS CONDIÇÕES SOCIAIS QUE VIVIAM E O ABUSO DO PODER DE LATIFUNDIÁRIOS.
PARÁ
BALAIDA
(CUNHO SOCIAL)
1838-1841
COM FORTE FUNDO SOCIAL E FORTE PRESENÇA POPULAR. A REVOLTA REIVINDICAVA A POBREZA E CONTOU COM AOPOIO DE LATINFUNDIÁRIOS QUE APROVEITARAM O LEVANTE PARA DEFENDER A AUTONOMIA PROVINCIAL.

MARANHÃO
MALÊS
(CUNHO SOCIAL
1835
REVOLTA DE ESCRAVOS ISLÂMICOS CONTRA OS ABUSOS DA ESCRAVIDÃO. PELA LIBERDADE RELIGIOSA, RESPEITO CULTURAL E FIM DA ESCRAVIDÃO.
SALVADOR BAHIA

A ameaça a unidade brasileira determina que liberais e conservadores passem a defender um projeto político comum: o retorno a monarquia centralizada através do golpe da maioridade. Com a Regência Una liderada pelo regressista Araújo Lima (1837/1840), ocorre um retorno da centralização política, a anulação do Ato Adicional. O Rio de Janeiro retoma o poder de capital passando a nomear funcionários e controlar órgãos da polícia e da justiça nos Estados, e por fim, surge o Clube da Maioridade (1840), onde liberais e conservadores votam pelo retorno a monarquia como forma de manter a estabilidade política e territorial do Brasil. As palavras de ordem são centralidade e unidade.
Em 1840 ocorre o Golpe da Maioridade onde a maioridade de D. Pedro II é antecipada, e com 14 anos o jovem rei assume o poder dando inicio ao 2º Reinado.
D. Pedro II com 14 anos ao assumir o trono brasileiro em 1840.


2º REINADO (1840/1889)

Diante do quadro de agitação social que desgastava o Império brasileiro, temeroso pela fragmentação, a única solução política viável foi antecipar a maioridade de D. Pedro II, que aos 14 anos tornou–se imperador.
A consolidação do 2º Reinado se deu por volta de 1840 a 1850, marcando um período centralizador, antidemocrático e antipopular regido por D. Pedro II em auxilio de um Parlamento. Uma reforma do Código de Processo Criminal centralizou a justiça e a repressão aos movimentos sociais.
A última revolução a explodir foi a Revolução Praieira (1848/1850), ocorrida em Pernambuco de característica liberal que se opunha às oligarquias latifundiárias locais. Comandada pelo Partido da Praia, o movimento lutou pela nacionalização do comércio e por propostas sociais. A revolta foi reprimida pelo império, que sufocou a última contestação provincial.
Politicamente podemos observar a consolidação da estabilidade política durante o 2º Reinado ocorreu devido a uma característica peculiar determinado pelo “parlamentarismo à brasileira” ou “parlamentarismo às avessas”.
O parlamentarismo teve origem na Inglaterra, onde política descentralizada e parlamento controlam a política cuja principal característica baseia-se na ideia de que “o rei reina, mas não governa”.
O parlamentarismo brasileiro se diferenciava completamente do inglês, pois nele o rei governava, julgava e administrava devido à existência do poder moderador. O poder moderador foi restaurado e com isso fortaleceu o poder executivo, na medida em que o rei podia dissolver a câmara e interferirem todas as decisões políticas tomadas pelo parlamento.
O fortalecimento do poder executivo levou a centralização político administrativa do império, que agradava os senhores de terra escravistas, embora seu poder político estivesse limitado a nível local. A centralização permitia o retorno a ordem tão ameaçada no período anterior, e indispensável à manutenção do poder das elites agrárias.
Produção de café.
O apogeu econômico do Segundo reinado foi marcado pelo fortalecimento da cafeicultura, que inicialmente teve como grande núcleo produtor o Vale do Paraíba do Sul, posteriormente expandindo–se para o Oeste Novo (Vale do Paraíba e Baixada Fluminense - 1870). Convencionou–se chamar o Oeste Novo de setor moderno, famoso pela terra roxa, esta área sofreu forte crescimento industrial, com o aparecimento de ferrovias e novas técnicas de produção
A produção dessas fazendas dependia da mão de obra escrava, mas como o tráfico negreiro havia sido abolido em 1850, no Oeste Novo a mão de obra tornou-se livre e realizada por imigrantes europeus, que trabalhavam em sistema de parceria ou colonato, ou seja, produziam nas terras cedidas por cafeicultores e entregavam a maior parte da produção aos donos da propriedade. O sistema de colonato foi um mecanismo que embargou a compra de terras pelos imigrantes após a Lei de Terras em 1850. Esta Lei acabou com o sistema de hereditariedade e de sesmarias – doação, permitindo a compra e venda das propriedades. Como forma de impedir o acesso as terras, os latifundiários arrendavam parte da propriedade em troca de trabalho nas lavouras de café.
Imigrantes europeus trabalahndo nas fazendas de café.
A abolição do tráfico negreiro no Brasil se deu com a lei Eusébio de Queiroz (1850). Mas o tráfico de escravos só foi abolido por pressões inglesas através da Lei Bill Alberdeen (1845) que permitia o aprisionamento de navios negreiros caso o Brasil mantivesse o tráfico de escravos. Os ingleses queriam ampliar o mercado consumidor proveniente do crescimento industrial capitalista através da imposição do trabalhador livre e assalariado.
O fim do tráfico negreiro significou a libertação de capitais pra atividades comerciais, financeiras, industriais, aumentando o desenvolvimento brasileiro. Começaram a ser construídas para o transporte da produção de café e ligação de regiões além do deslocamento de pessoas pelo território brasileiro. Além disso, a utilização do capital inglês permitiu a construção de portos, estaleiros, sistema a gás de iluminação pública. Essas mudanças seriam impensáveis sem a atuação do empresário Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá.
Em 1844 foi lançada a Tarifa Alves Branco, que tentou equilibrar as finanças do país a partir de um protecionismo alfandegário que instituiu taxas de até 60% para a importação de produtos. 
 
A GUERRA DO PARAGUAI (1865/1872)
Após a independência, o Paraguai adotou uma política isolacionista de desenvolvimento, fechando–se para o exterior. Através desta medida, Francia e Carlos Antonio Lopez fizeram uma reforma agrária e eliminaram quase totalmente a miséria e o analfabetismo. Quando Solano Lopez assumiu o poder buscou criar o “Grande Paraguai” acabando com o isolacionismo, assumindo a ideia de alcançar a hegemonia continental, para tal, precisva obter o acesso ao mar. Solano Lopez invadiu o Mato Grosso, Corrientes e o Rio Grande do Sul, com o objetivo de chegar ao litoral.
Objetivando frear o expansionismo de Solano Lopez e temendo a perda da navegação do Rio do Prata foi criada a Tríplice Aliança, formada pelo Brasil, Uruguai e Argentina. A política expansionista paraguaia foi detida com a vitória da Aliança e o massacre de mais de 95% da população masculina do Paraguai além do corte abrupto no processo de desenvolvimento.
Para o Brasil, como consequência da guerra restou ficou crise econômica, o fortalecimento do exército e o crescimento do abolicionismo alimentado pela forte presença negra no exército brasileiro durante a guerra.

ABOLIÇÃO LENTA E GRADUAL:
A partir da década de 1860 a campanha abolicionista começa a aumentar devido a chegada dos imigrantes como força de trabalho e do próprio fim do tráfico de escravos transatlântico.
Os escravos nunca deixaram de se rebelar contra o regime opressivo que sofriam, refugiando–se em quilombos para organizar uma vida comunitária, livre e sem injustiças.
Com Guerra do Paraguai a maioria da população era escrava vivenciou a experiência de cidadania, o que reforçou o vínculo de liberdade e identidade nacional.
Grande parte das elites rurais se beneficiavam com a escravidão. O escravo enquanto trabalhador poderia ter a exploração máxima da mais-valia, e também poderia ser vendido como mercadoria. Desta maneira a abolição se tornou um processo gradual, sobretudo pela participação política das elites rurais na política brasileira.
28 de setembro de 1871 foi estabelecida a Lei do Ventre livre cujos filhos de escravos que nascessem desde a data de vigor da lei seriam considerados livres. O proprietário de terras deveria resguardá–lo até os oito anos, quando finalmente poderia entregá–lo ao governo e receber uma indenização, ou continuar utilizando seus serviços até os 21 anos em retribuição dos gastos que tiveram com seu sustento.
Em 28 de setembro de 1885 é publicada a Lei dos Sexagenários, onde os escravos com mais de 60 anos seriam libertados.
Somente no dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que decretou o fim da escravidão. 
Documento da Lei Àurea de 1888 que decretou a Abolição da escravidão assinada pela princesa Isabel.
A abolição em termos econômicos significou um salto para os setores mais dinâmicos, como as fazendas mais modernas, pois determinou o fim aos entraves à expansão do trabalho assalariado e à imigração. Ela só trouxe dificuldades aos setores de economia que já se apresentavam em crise como a cafeicultura o Vale do Paraíba e as lavouras do nordeste. Politicamente o fim da escravidão contribuiu para o desgaste da monarquia, fortalecendo o movimento republicano e o poder dos cafeicultores do Oeste Paulista que assumiam o papel da burguesia agrária.
Em relação ao ex-escravo, a abolição não consolidou a integração social do negro na sociedade, nem tampouco contribuiu para redução das desigualdades raciais. O negro manteve-se fora do reconhecimento enquanto cidadão de direitos, ficando marcada pela herança da escravidão, que determinou relativa dificuldade de mobilidade social e inserção no mercado de trabalho em profissões de além do nível social que já se encontravam.

OS REPUBLICANOS:
O movimento republicano só tomou força à partir de 1870 através dos partidos e jornais republicanos como: o “O Manifesto Comunista”, “A Republica” e o “Partido Republicano”
A situação do país colocava as províncias do Sudeste (SP, MG, RJ e ES), que apresentavam maior crescimento demográfico diante da expansão das lavouras cafeeiras de exportação, como o centro de ampliação das diversidades econômicas e financeiras, e de modernização dos serviços urbanos, o que atraia um número cada vez maior de imigrantes europeus. A transformação socioeconômica de caráter capitalista industrial determinou a formação de novas classes e camadas sociais: como a burguesia agrária, industrial, e as camadas médias urbanas. As camadas médias urbanas eram as mais responsáveis pela propagação dos novos ideais que rondavam a sociedade como o positivismo – ordem e progresso.
As divergências políticas entre os fazendeiros ligados a decadente produção açucareira e cafeeira do Vale do Paraíba que não contestavam a monarquia, com a burguesia agrária formada pelos cafeicultores do Oeste Paulista, que se sentiam prejudicados com a centralização política exercida pelo governo imperial, determinou a emergência do ideal republicano. A República para burguesia nascente tornava–se uma necessidade, pois proporcionaria a descentralização político–administrativa além de maior autonomia das províncias.
Em 3 de dezembro de 1870 foi divulgado o “Manifesto republicano” no jornal A República cujo documento considerava a monarquia uma instituição decadente e propunha a independência das províncias, elevando–as a categoria de Estados próprios, vinculados apenas pela nacionalidade da solidariedade dos grandes interesses em representação e defesa do exterior.
Com a vitória na Guerra do Paraguai, os militares cobraram do imperador o reconhecimento pela campanha bem sucedida e prestigio político. Os militares defendiam a abolição e muitos se tornaram republicanos opondo-se a monarquia.
Além da defesa da República, a crise imperial passou a formar-se de outros fatores. A questão religiosa caracterizada pelo fim do Padroado, onde o rei perdia o direito de nomear cargos eclesiásticos, desgastou ainda mais a monarquia, fortalecendo as teses da separação da Igreja e do Estado e da liberdade de culto.
A dificuldade do velho regime monárquico centralizado em atender as exigências dos novos setores levou ao golpe final em 15 de novembro de 1889, onde o Marechal Deodoro proclamou a república decretando o Governo Provisório da Nação Brasileira e República do Brasil. As províncias unidas formaram os Estados Unidos do Brasil. De caráter positivista, a república foi proclamada por militares, sem participação popular. Dois dias depois a população assistia o retorno de D. Pedro II com a Família Real para o exílio em Paris.

VÍDEO SOBRE O BRASIL IMPÉRIO: