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15 de abril de 2019

O ABSOLUTISMO EM CHEQUE. Por João Victor Gama




No século XVII, em meio ao constante crescimento burguês na Europa, os países eram governados pelo Antigo Regime, que consistia em um governo absolutista, onde o rei detinha o poder total.
No que se refere à economia, as monarquias absolutistas acumulavam capital através do mercantilismo. O mercantilismo era um conjunto de práticas econômicas exercidas pelo rei com objetivo de enriquecer o Estado através no protecionismo, do monopólio, colonialismo, expansão manufatureira.
A sociedade no Antigo Regime era hierarquizada. O clero e a nobreza possuíam privilégios por serem isentos do pagamento de impostos. Neste contexto, o terceiro estado, formado por camponeses, artesãos e burgueses sustentavam o clero e a nobreza - representantes do primeiro estado; pagando impostos.
Com a crescimento da burguesia e a falta de mobilidade social em uma sociedade estratificada, difundiu-se em muitos países da Europa ideias que defendiam o fim do estado absolutista através de uma nova doutrina política e social que propunha a transformação do Antigo Regime em um governo liberal burguês.
O Iluminismo foi um novo conjunto de ideias, caracterizado pelo racionalismo humano. Esse pensamento dizia que a razão deveria se sobrepôr ao dogmatismo religioso. Os principais pensadores iluministas, que foram majoritariamente do terceiro estado, desenvolveram as ideias que futuramente revolucionaram a Europa, e determinaram o fim do absolutismo. Entre eles, Jonh Locke defendeu a liberdade política e econômica. Locke defendia o contrato social, onde o rei estabelecia um pacto de responsabilidade com a sociedade. Nesta relação, a sociedade civil teria o direito de substituir ou rebelar-se contra o governo tirânico. Diderot e D´alambert juntaram todos os conhecimentos existentes e escreveram a Enciclopédia. Barão de Mostesquieu propôs a divisão de poder em três – legislativo, executivo e judiciário. Jacques Rosseau, foi grande filósofo francês que pontuou a importância do governo sempre sujeitar-se a vontade geral dos cidadãos.
Essas ideias tomaram grandes proporções rapidamente pela Europa. Buscando frear o liberalismo burguês e manter-se no poder, alguns reis absolutistas – Prússia, Espanha, Portugal, Rússia e Áustria - praticaram o despotismo esclarecido, que foi um ato de implementar ideias iluministas dentro do reino. Esses soberanos utilizaram os ensinamentos propostos pelas teorias iluministas sem abrir mão do absolutismo na prática política.
O pensamento iluminista influenciou a mentalidade europeia a partir do século XVIII, modificando a visão tradicional do homem moderno através da razão e da ciência demonstrando uma nova forma de explicar a realidade, que cabia à Igreja justificar os acontecimentos relacionando-os com os preceitos religiosos e a fé. O iluminismo gerou uma onda revolucionária na Europa cujas consequências culminaram na ascensão da burguesia ao poder.

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