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15 de dezembro de 2008

Reflexão sobre os indígenas e sua presença na História. A aprovação da lei 11.645/08 e a História dos indígenas em sala de aula.

É muito comum conhecermos a História dos indígenas a partir da chegada dos portugueses em 1500 no Brasil, descrevendo por meio deste encontro e choque cultural uma idéia eurocêntrica e etnocêntrica de sociedades tão diversas e ricas culturalmente. Apesar da história dos indígenas vincular-se com a idéia de ingenuidade, aculturação, catequese, exploração e escravidão, as resistências e a opção de isolamento de muitas das sociedades indígenas em oposição à assimilação, permitiu a manutenção e a continuidade de uma história que parecia estar condenada. O direito dos indígenas lhes foi negado na participação enquanto cidadãos e também no que se refere ao acesso às terras ao longo de todos estes anos de História. No entanto, a noção de ingenuidade e assimilação acabou sendo substituída por uma ação conjunta de tribos que resolveram reivindicar sua cidadania por meio do reconhecimento de sua identidade cultural e História. Em 10 de março de 2008, a lei 11.645/08 se responsabilizou por alterar e estabelecer novas diretrizes e bases à educação nacional, tornando obrigatório a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nas salas de aula. No currículo escolar deve ser ensinado tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio diversos aspectos da história e cultura, que caracterizam a formação da população brasileira a partir desses dois grupos étnicos, enfatizando contribuições de ambas as culturas, no que se refere: as áreas sociais, política, econômica e cultural da História do Brasil. Para os indígenas significa uma grande vitória, na medida em que suas histórias passam a ser registradas e contadas por professores muitos deles da própria sociedade indígena, enriquecendo sua identidade, língua e, sobretudo, sua condição étnico cultural. Para as escolas e educação em geral, significa também uma conquista trazendo, a possibilidade de dialogarmos com a literatura e mitologia indígena e africana, apresentando nas salas de aula novas noções de história como a história oral, onde novos olhares e sujeitos históricos são introduzidos. Do direito à ação implicam em passos longos, onde os professores devem estar atentos a novas didáticas para enriquecer o currículo e as temáticas propostas pela lei, caso contrário, seremos fadados a manter o mesmo discurso eurocentrico e etnocêntrico que a história escreveu durante tantos anos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá prima,

Vitória para o resgate de nossas raízes indígenas e africanas!
Para a disseminação deste conhecimento para as gerações atuais e vindouras através da educação.
Sabedoria inerente a todos nós!!!

Beijos afro-indígenas
Juju :>)