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18 de dezembro de 2008

Ditadura Nunca Mais! AI-5: 13 de dezembro de 1968. Discutindo o fechamento político e a resistência social.

As promessas das reformas de base apresentadas pelo presidente João Goulart no comício na Central do Brasil no dia 13 de março de 1964 no Rio de Janeiro, trazia promessas de reformaria agrária e manutenção das propostas getulhistas de continuidade no desenvolvimentismo nacional. No entanto, militares e a própria sociedade pareciam não estar preparados para o que foi interpretado por mutios como uma ameaça esquerdista da política de Jango, gerando uma resposta direta que culminou em tanques na rua, deposição do presidente e na Marcha pela Família levando cem mil pessoas às ruas de São Paulo para protestar contra a ameaça comunista. O fechamento político trazido pela ditadura trouxe novas reflexões à historiografia sobre como uma ditadura conseguiu se manter tanto tempo no poder mesmo com as resistências, censura e torturas. O apoio americano ao golpe de 1964 e a idéia de uma revolução democrática realizada por militares não foi suficiente para explicar 40 anos de ausência de direitos políticos. Segundo o historiador Daniel Araão Reis, houve acordo da sociedade e dos setores ligados à igreja, a possibilidade de combater a ameaça comunista, criando um ambiente mais democrático e favorável ao crescimento e estabilidade econômica – Milagre Econômico. Uma boa justificativa para manutenção do poder. Mesmo com a maioria da sociedade, ou melhor, com a classe dominante em acordo com a ditadura militar, a adoção do AI-5, não silenciou a resistência cultural e estudantil nos anos de chumbo e ao longo de todo o processo. Muitos estudantes foram as ruas para protestar e criaram grupos armados como o MR8, que se inspiravam nas táticas de guerrilhas comunistas e sonhavam com a revolução trazendo novas utopias. Na parte cultural os jornais e panfletos circulavam como forma de protesto, o exemplo da poesia de Ferreira Goulart e o jornal o Pasquim demonstram o engajamento político de muitos intelectuais neste período. Na música os artistas tentavam driblar a censura com metáforas, que muita das vezes eram mal compreendidas e acabavam chegando a se tornar grandes sucessos como foi o caso da música “Sinal Fechado” gravada por Chico Buarque em 1974, onde no uso da linguagem nos versos: “Tudo aquilo que o malandro pronuncia e que o otário silencia, passa pelas frestas da cesta e resta a vida”, critica a própria censura. Neste ano de 2008, estes tempos difíceis foram muito discutidos, e a reflexão mais importante está em torno do acesso aos documentos e da tentativa de não silenciar um período que durante 40 anos foi forçado a ser esquecido e mal contado pela História.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei todos os trabalhos, seu blog,tudo! Parabéns!! Botei o comentário nessa foto por que foi o trabalho que eu mais gostei, mais me chamou atenção!
Abraços,
Lucas(Lukinhas) 6ºano- Ensino Fundamental