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18 de janeiro de 2008

Alcântara: um continente com cara de ilha.

Cidade vizinha de São Luís, distante algumas horas de barco a 1h:30min na Baía de São Marcos, Alcântara cresceu em uma antiga aldeia indígena Tupinambá, mas elevou-se a vila por meio da interferência jesuítica que havia fundado as missões em Tapuitapera. Foi em 1648 que batizada pela igreja e pelo governo português, passou a chamar-se Vila de Santo Antônio de Alcântara. Em Alcântara, o crescimento populacional e a circulação de pessoas interessadas no comércio de produtos da Amazônia no século XVII, não foi responsável pela perda das tradições de lugarejo e resquícios da colonização luso-açoriana que trouxe escravos africanos, a câmara municipal, a cadeia e novas leis administrativas. Chegar em Alcântara em pleno século XXI e encontrar remanescentes culturais e antigas histórias é simplesmente fantástico, principalmente relacionando-os com os processos históricos que determinaram novas realidades, como o Banco dos Quilombolas. Com a construção da base de foguetes em Alcântara, os quilombolas que nas proximidades da cidade viviam tiveram que ser remanejados pelo governo. Diante das estruturas econômicas auto-suficientes abaladas, o governo resolveu criar uma moeda para a comunidade para a venda e troca dos excedentes. O Guará: dinheiro dos quilombolas vale R$1 e pode ser trocado em bancos de Alcântara e São Luís. Não são só as histórias que atraem na cidade, mas o belo mangue que toma conta de Alcântara, e junto com as secas e vazantes da maré dão uma característica única a paisagem. Foi nesta região de igarapés que o pássaro vermelho Guará pode ser visto se alimentando dos filhotes de caranguejo vermelho. Os guarás nascem brancos e quando comem os caranguejos vermelhos adquirem a pigmentação vermelha. Um espetáculo a parte da natureza!

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