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18 de janeiro de 2008

LIXO NO LIXO?

O município de Raposa integra-se a rota turística do Estado maranhense pela beleza de suas praias e também pelas tradições locais encontradas na figura das rendeiras e pescadores de rede. A viagem dura em média 1h e 30 min, saindo de São Luís do Mercado Central no centro histórico, pegando o coletivo “Raposa/ Aragacy”. O aspecto rural torna-se corriqueiro após o distanciamento do perímetro urbano. A cidade de Raposa concentra-se em uma longa rua onde as casas ocupam irregularmente o mangue e as proximidades da praia. Na orla da cidade os barcos são atracados e é de lá que os turistas fazem o passeio. Mas, o que realmente chama atenção é a pobreza que ronda a pequena cidade determinada pela própria economia local, sumamente pesqueira e artesanal. As rendeiras fazem de suas casas a loja e o ateliê, onde é possível vê-las trabalhando, junto aos homens que também costuram redes de pescas e redes de dormir. Apesar da humildade descrita nestas economias tradicionais, esta foto revela o desconhecimento da educação e informação, diante de tanto lixo acumulado e trazido pelas marés abaixo das palafitas. Mesmo sendo um lixo sólido, que poderia ser aproveitado e separado pelos moradores conjuntamente com uma ação com a prefeitura, muitos animais circulam no local como cachorros, gatos, propiciando a proliferação de doenças junto a ratos e baratas, em um espaço onde as crianças são vistas brincando nuas no chão das ruas. É prefeito Paraíba, de que adianta atrair turistas para a circulação de uma economia engessada perante tanta negligência com a população local? O interessante é trabalhar com a comunidade e compreender a economia local colocando estas pessoas como sujeitos do processo e não como mero espectadores. A ocupação irregular dos mangues deve ser revista em função da área ambiental e também do lixo trazido pela maré. A população deve ser educada a compreender o espaço e a realidade a qual estão inseridos, e isso não é um dever do Estado, é apenas um direito de todos.

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