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14 de agosto de 2011

MATERIAL DE APOIO PARTE II.

As Expansões Marítimas (XV/XVI)

“Navegar é preciso. Viver não é preciso” (Fernando Pessoa)

Mar Português (Fernando Pessoa)

Ô mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzamos, quantas mães choram,

Quantos filhos, em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram sem casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Vale a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu

Mas nele é que espelhou o céu.

O poema do poeta português Fernando Pessoa foi escrito no período das expansões marítimas portuguesas. A incerteza de cruzar um oceano nunca navegado estava associada a teorias que justificavam o horizonte como um abismo mortal, e crendices que mencionavam monstros nas águas profundas do Atlântico.

As viagens de caravelas trouxeram um toque de aventura e coragem para os navegadores que conseguissem atravessar o “mar tenebroso” e chegar até as Índias no oriente. O pioneirismo ibérico está associado a questões especificas. Espanha e Portugal foram os primeiros a formarem-se enquanto Estado Nacional, o que facilitou o investimento das expedições em busca de riquezas e especiarias. Além disso, geograficamente, a Península Ibérica encontra-se banhada pelo oceano Atlântico, o que facilitou o desenvolvimento de técnicas e estudos voltados para a navegação. Portugal possuía a Escola de Sagres onde navegadores aprendiam a mexer com a bússola, o astrolábio, com os mapas, conhecer os ventos entre outros requisitos importantes para se viajar em uma caravela.

Ao lançarem-se no oceano Atlântico, os portugueses escolheram o Périplo Africano, ou seja, o costeamento da África como caminho para chegar até as Índias. Desta maneira, os portugueses conseguiram ocupar toda a costa do continente, instalando feitorias como forma de demarcar as terras e firmar acordos comerciais baseados no escambo.

O pensamento medieval se baseava em uma ancora que puxava estes desbravadores para ideias teocentristas. No entanto, o navegador genovês Cristóvão Colombo, a comando da coroa espanhola, acreditava que a terra era redonda como uma laranja. Ele acreditava que se navegasse 750 léguas em linha reta chegaria às Índias. Para Colombo e os demais europeus, o mundo não se apresentava como hoje. A Europa se colocava como um continente central em relação apenas com o norte da África e com a Ásia. Com as expansões marítimas, o mundo se abriu em uma diversidade de aspectos culturais, religiões e organizações sociais. O espaço continental ampliou, e foram descobertos novos continentes como a América, a Oceania e toda a extensão da África.

Foi a esquadra de Colombo que em 1492 chegou à América Central acreditando que havia chegado às Índias. Outras ilhas nesta região foram descobertas e mapeadas por Colombo que, no entanto, morreu acreditando em uma mentira e teve seu mérito substituído pelo do navegador Américo Vespúcio, aquele que deu seu nome ao nosso continente: a América.

Nesta disputa pelas terras recém descobertas, Portugal e Espanha, como pioneiras, decidiram dividir o mundo até então conhecido por meio do Tratado de Tordesilhas assinado em 1494. De acordo com o tratado, a Espanha ficou com a parte ocidental que incluía os domínios no “Novo Mundo”. Na América Central a Espanha havia encontrado ouro, e com isso planeja uma estratégia de colonização. Portugal ficou com a parte oriental, onde os impérios criados na África nas Índias se colocavam como fundamentais para o enriquecimento do Estado Absolutista.

Em 1500, a esquadra portuguesa, a mando de Pedro Álvares Cabral, em um suposto desvio de rota, chega ao Brasil, em terras que se colocavam como parte do domínio português no Tratado de Tordesilhas. O encontro cultural entre europeus e indígenas provocou inúmeras guerras de resistências à ocupação estrangeira. Os indígenas não aceitavam a ambição européia, a imposição religiosa, e com isso resistiram, se isolaram, morreram e foram assimilados culturalmente.

Mas esta história continua em nossas aulas!

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