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1 de outubro de 2010

O MOVIMENTO MURALISTA


O movimento Muralista nasceu no México a partir da Revolução Mexicana em 1910. A revolução tinha como objetivo derrubar o ditador Porfírio Dias por meio de uma mobilização popular, que contou com lideranças importantes como Emiliano Zapata e Fracisco Doroteo Arango, conhecido como Pancho Villa. Os muralistas ganharam expressividade após a revolução, durante a década de 1920 e 1930. Os murais representavam a grandiosidade e a expressividade da história nacional mexicana, e de forma popular procuravam romper com a estética burguesa da pintura de cavalete. Diego Rivera, José Clemente Orozco e David Siqueira aliaram o talento aos ideais revolucionários e consagraram-se como os artistas principais do movimento muralista. Diego Rivera preocupava-se com o popular e, sobretudo, com o resgate histórico através da representação dos indígenas pré-colombianos. A postura comunista de Rivera justificava a ênfase de suas obras no cotidiano dos trabalhadores como forma de realizar uma critica social através do simbolismo e da arte. A exploração dos trabalhadores aparece de forma temática em suas obras ao descreve as particularidades da vida dos trabalhadores mexicanos, retratando desde a índia tecelã, ao oleiro e o lavrador, as oficinas de fundição, as usinas de açúcar e minas. Em 1929, Diego Rivera casa-se com Frida Khalo. Diferente de Rivera, Frida optou pela subjetividade como forma de expressar sua história de vida. Em suas obras é possível observar o auto-retrato e a ilustração de acontecimentos trágicos que sofreu, como um acidente aos 18 anos quando o bonde no qual viajava chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou as costas de Frida, atravessou sua pélvis e saindo pela vagina. Este episódio nefasto levou a artista a pintar o colete ortopédico que tinha que usar diariamente até se recuperar da lesão sofrida. A pintura do colete de gesso ficou intitulada como A Coluna Partida. O período do movimento muralista teve forte influência do comunismo. A ideia de revolução e a luta de classes como forma de romper a dominação capitalista servia como inspiração aos artistas da época. Tal influência chegaria ao Brasil e ganharia expressividade no movimento modernista e nas obras de Cândido Portinari. Desde a década de 1920 quando concluiu o curso da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, Portinari já demonstrava o talento por meio das cores e dos temas de sua obra. A preocupação com o nacional e com o social levou a artista a pintar murais, onde os trabalhadores e a identidade nacional ganhavam representatividade na figura do negro, do mestiço, dos retirantes. Nas pinturas de Portinari o social era a temática da obra, mas os pés e as mãos dos indivíduos é que ganhavam destaque como forma de demonstrar a importância do trabalho e do operário. Na década de 1940, Portinari filiou-se ao partido comunista e tentou se eleger, no entanto, não obteve sucesso ao tentar concorrer ao senado em 1947. Devido a pressão política proveniente do movimento de caça aos comunistas, Portinari saiu do Brasil e foi para o Uruguai, onde manteve o trabalho como pintor. A expressão do nacional, em particular a história social, ganhou centralidade no movimento muralista através de uma linguagem direta e um estilo realista. Assim como Diego Rivera, Portinari se preocupou com uma estética simples e expressiva, responsável por levar a arte com conteúdo crítico ao povo, e por isso a referência aos indígenas, aos negros, aos trabalhadores e as cenas cotidianas. Ambos criaram um estilo revolucionário, onde a rebeldia era o caminho de combater o legado de uma história nacional dominante e excludente da diversidade cultural e social, o que levou o movimento muralista e Cândido Portinari a se tornar referência no mundo.

4 comentários:

Adriano Garcia disse...

Muito legal essa história do muralismo mexicano. E o muralismo de hoje? Curto muito o incrível trabalho do brasileiro Andruchak. Tem mais gente ou ele reina sozinho?

Clarissa F. do Rêgo Barros disse...

Adriano,
Gostei muito do trabalho do Andruchak! Fica a dica!
Abraços,
Clarissa

Cantinho das Palavras disse...

O nome do artista é Diego Rivera não é? ai vc colocou Diogo

Clarissa F. do Rêgo Barros disse...

Obrigada! Já corrigi o erro de digitação. :)))