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27 de janeiro de 2010

ESPECIAL PROFESSORES! Célestin Freinet: o exemplo de uma pedagogia emancipadora e criativa.

È comum entre os professores explorar os conceitos estudados em sala de aula por meio de atividades extra classe, ou até mesmo através da produção de um jornal em conjunto com os alunos. No entanto, essas práticas pedagógicas não são tão atuais quanto parece. Elas foram desenvolvidas pelo francês Celéstin Freinet (1896/1966) em momentos históricos bem conturbados, que remetem a períodos da 1ª e 2ª guerras mundiais e da Revolução Russa, responsável pela difusão das idéias comunistas. Freinet se identificava com a corrente da Escola Nova – uma nova visão pedagógica surgida no século XX que visava romper com o ensino tradicionalista e enciclopedista que dominava os educadores da época. Influenciado também pelo marxismo, o francês concebia a educação através de uma escola popular e democrática, onde a cooperação entre o aluno e o professor transformava-se em ferramentas centrais para a construção do conhecimento. Com o objetivo de estimular os alunos a um processo de educação livre e criativo, Freinet desenvolveu as aulas passeios. A idéia de sair de sala de aula tinha o foco de produzir um jornal em cooperação com os alunos como forma de aprofundar o aprendizado e difundi-lo entre toda a escola. Ao final da aula, todos os alunos redigiam o que aprendiam com o passeio, e os textos eram publicados e impressos em uma linguagem acessível a todos os leitores da escola. Estimular os alunos para que estes se tornem a peça central do processo de aprendizagem era o mecanismo pelo qual o educador Freinet concebia a educação com algo emancipador, capaz de transformar a realidade e formar cidadãos. Utilizar a linguagem dos alunos como uma ferramenta didática permite que o aluno dialogue culturalmente com a sua realidade, transformando o processo de ensino aprendizagem em algo prazeroso. O exemplo do francês Célestin Freinet ilustra para nós, professores, a importância não só de sair do método tradicional conteúdista e mecanicista, ele ilustra a importância de ouvir e trabalhar com a realidade e linguagem de nossos alunos. Nada mais atual do que pensar uma escola onde a cooperação e o respeito das diversidades se unam por uma escola mais democrática e menos hierárquica.

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