Esta coluna tem objetivo de publicar textos interdisciplinares entre a História e as Ciências Sociais. O foco etnográfico implica no relato do pesquisar sob o objeto, o que implica no conhecimento de uma nova interpretação e visão do fato, do qual o empirismo torna-se fundamental para a construção cientifica.
A etnografia é um braço da antropologia, e foi muito utilizada ao longo da história por naturalistas, pintores, antropólogos, que construíam através da experiência e observação a descrição do objeto estudado. Por isso, está coluna explorará textos do passado e do presente, demonstrando e pontuando elementos da diversidade cultural, da ênfase historiográfica no etnocentrismo e no eurocentrismo, fundamentando desta forma um espaço de debate critico.
Para dar inicio a este debate, o Blog Pensando Alto escolheu como pano de fundo os indígenas no século XVI, pontuando na Coluna Fatos e Fotos a visão européia frente as diferenças culturais e hábitos e costumes dos nativos brasileiros. Exemplificando a história de Hans Staden, um alemão que em 1548 viaja para o Brasil a pedido de Duarte Coelho para defender a Capitania de Pernambuco dos ataques dos indígenas e dos franceses. Após sair vitorioso dos combates retorna à Europa. Em sua segunda viagem ao Brasil sofre um naufrágio próximo a capitania de São Vicente. Hans Staden se abriga no forte português de Bertioga, onde sofre o ataque dos índios tupinambás, inimigo dos portugueses e aliado dos franceses. ´
Os tupinambás tinham como prática cultural antropofagia, ou seja, acreditavam que comendo o inimigo em uma cerimônia ritualística adquiriam as forças e sabedoria do mesmo. Hans Staden estava prestes a ser o alvo do ritual antropofágico, quando a tribo foi atacada pelos tupiniquins, indígenas aliados do portugueses. Os tupinambás venceram e Hans Staden presenciou o ritual antropofágico do guerreiro derrotado. Neste período franceses chegam para negociar com os tupinambás e com isso resgatam o alemão.
O história de Hans Staden se transformou em um livro denominado “As duas viagens ao Brasil”. O livro virou best seller na Europa e contribuiu para a construção da visão do Brasil na Europa como uma terra povoada por canibais, e nativos sem alma. Este discurso reforçou o etnocentrismo e as iniciativas de assimilação cultural e catequização aos indígenas como forma de garantir a colonização portuguesa no Brasil.
Confira estas imagens e viagem etnográfica nas iconografias feitas pelo próprio Hans Staden e por outros europeus frente ao conhecimento da história do alemão que quase foi devorado vivo pelos tupinambás.
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11 de novembro de 2009
OLHARES ETNOGRÁFICOS: a nova coluna do Blog Pensando Alto! Confira!
Esta coluna tem objetivo de publicar textos interdisciplinares entre a História e as Ciências Sociais. O foco etnográfico implica no relato do pesquisar sob o objeto, o que implica no conhecimento de uma nova interpretação e visão do fato, do qual o empirismo torna-se fundamental para a construção cientifica.
A etnografia é um braço da antropologia, e foi muito utilizada ao longo da história por naturalistas, pintores, antropólogos, que construíam através da experiência e observação a descrição do objeto estudado. Por isso, está coluna explorará textos do passado e do presente, demonstrando e pontuando elementos da diversidade cultural, da ênfase historiográfica no etnocentrismo e no eurocentrismo, fundamentando desta forma um espaço de debate critico.
Para dar inicio a este debate, o Blog Pensando Alto escolheu como pano de fundo os indígenas no século XVI, pontuando na Coluna Fatos e Fotos a visão européia frente as diferenças culturais e hábitos e costumes dos nativos brasileiros. Exemplificando a história de Hans Staden, um alemão que em 1548 viaja para o Brasil a pedido de Duarte Coelho para defender a Capitania de Pernambuco dos ataques dos indígenas e dos franceses. Após sair vitorioso dos combates retorna à Europa. Em sua segunda viagem ao Brasil sofre um naufrágio próximo a capitania de São Vicente. Hans Staden se abriga no forte português de Bertioga, onde sofre o ataque dos índios tupinambás, inimigo dos portugueses e aliado dos franceses. ´
Os tupinambás tinham como prática cultural antropofagia, ou seja, acreditavam que comendo o inimigo em uma cerimônia ritualística adquiriam as forças e sabedoria do mesmo. Hans Staden estava prestes a ser o alvo do ritual antropofágico, quando a tribo foi atacada pelos tupiniquins, indígenas aliados do portugueses. Os tupinambás venceram e Hans Staden presenciou o ritual antropofágico do guerreiro derrotado. Neste período franceses chegam para negociar com os tupinambás e com isso resgatam o alemão.
O história de Hans Staden se transformou em um livro denominado “As duas viagens ao Brasil”. O livro virou best seller na Europa e contribuiu para a construção da visão do Brasil na Europa como uma terra povoada por canibais, e nativos sem alma. Este discurso reforçou o etnocentrismo e as iniciativas de assimilação cultural e catequização aos indígenas como forma de garantir a colonização portuguesa no Brasil.
Confira estas imagens e viagem etnográfica nas iconografias feitas pelo próprio Hans Staden e por outros europeus frente ao conhecimento da história do alemão que quase foi devorado vivo pelos tupinambás.
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