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30 de março de 2009

DICA DE LEITURA – BLOG PENSANDO ALTO.

Imaginar o cotidiano da Idade Média é uma tarefa que demanda muita imaginação, em função da distância cultural e social que vivemos destes homens. No entanto, se pensarmos melhor, foi durante a Idade Média que surgiram invenções importantes que são utilizadas por nós até os dias de hoje. Esta dinâmica de compreender as regras de educação ao se sentar a mesa, a universidade e os livros como difusores do conhecimento, a moda e festividades como o Carnaval, nos fazem retornar a um tempo muitas vezes classificado como um período escuro de idéias devido ao controle da Igreja, mas que começa a se abrir a partir de novas descoberta que apimentavam o cotidiano e os hábitos culturais da época. Um homem estudioso que viveu na Idade Média tinha muita dificuldade na leitura. Ao sentar-se para ler os rolos de pergaminhos eram utilizadas lentes de aumento que viravam as letras de cabeça para baixo, tornando um exercício comum nos dias atuais uma tarefa longa e demorada. A invenção dos óculos com duas hastes que prendiam as lentes ao nariz foi criada por um monge, que facilitou a leitura de muitos estudiosos que não precisaram mais ler de cabeça para baixo os longos livros feitos de papiro ou couro de cabra. Durante este período os livros eram feitos de couro, o que gastava quase um rebanho inteiro, além do peso e do trabalho para escrever nestas folhas. Com o surgimento das universidades, a leitura começou a ser difundida e os livros eram copiados em partes, e emprestados ou alugados para os alunos. Foi a surgimento do papel na Europa que modificou esta relação, facilitando a cópia de livros e os estudos de muitos monges, padres e professores. O papel era fabricado na China a partir da seda – finos retalhos batidos com água e separados, ou por bambu. Na Europa optou-se por uma rede metálica fina, que além de ser usada para livros também passou a ser utilizada para moeda. No entanto a difusão dos livros e a transformação da leitura em um hábito comum, só pode ser realizada, por meio da criação da imprensa no século XV pelo alemão Guttemberg. A invenção de Guttemberg se baseou em tipos móveis, ou seja, pares de letras que eram timbrados no papel. Esta pratica modificou não só a produção de livros , mas a maneira de formatação dos livros, que agora se apresentavam em colunas. Outras invenções que surgiram neste período foram os algarismos arábicos: 1,2,3,4 5 ..., que substituíram os algarismos romanos: I, II, III, IV, V ..., contribuindo para uma maior circulação do comércio e do conhecimento de novas fórmulas matemáticas. Os jogos como o xadrez, o baralho, o tarô, também eram utilizados nesta época, e mesmo reprimidos pela Igreja, circulavam entre os ciclos da nobreza. A repressão da Igreja como jogos profanos, partia não da forma de jogar, mas em função do desenho das cartas e da apresentação das peças no tabuleiro representava a sociedade medieval como tema dos jogos, o que implicava em reflexões sobre os membros das classes, e por isso a Igreja proibia estes tipos de jogos, e o tarô como uma leitura da sorte. Foi na Idade Média que surgiu o Carnaval como uma interpretação dos excessos da carne antes da Quaresma – festa religiosa da época que proibia a carne, e inseria nos dias de reza o jejum como purificação, ocorriam no inicio do ano, logo após a virada. Além das festas populares, surgiram as notas musicais, permitindo a musica como fonte de estudo, os botões, as mangas nas roupas e as calças como novos tipos de vestimentas, e a etiqueta ao se sentar em uma mesa atribuindo ao costume de comer a utilização de talheres, entre eles: o garfo. Se o cotidiano se apresentava de maneira diferente, a guerra também trazia novidades, como: as bandeiras, os arcabuzes de pólvora, os estribos para celar um cavalo e as armaduras feitas de ferro. A pólvora foi inventada na China, e utilizada pelos europeus como forma de combate. A possibilidade de atingir um inimigo à distância, levava a um planejamento diferente dos combates e uma transformação na organização das forças militares, as bandeiras diferenciavam os grupos nos combates, e os arcabuzes amedrontavam com o som e a explosão dos tiros os inimigos. No campo as transformações e invenções possibilitaram uma quebra na ruralização e no enclausuramento nos feudos, a partir de novas técnicas agrícolas. A rotação de cultura, a utilização da tração animal com a charrua, o carrinho de mão, facilitavam o trabalho e permitiam a produção de excedentes, permitindo a reativação do comércio nas cidades. Esta dinâmica abre um mundo novo aos homens da época e com isso determinam novos processos históricos atribuídos a descobertas não só cotidianas, mas cientificas que revolucionaram a humanidade. Bibliografia:Frugoni, Chiara. Invenções na Idade Média. Óculos, livros, bancos, botões e outras invenções geniais”. 2007.

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