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18 de novembro de 2007

Homossexualidade é política, direito de escolha e respeito.

A pauta da militante MaryLucia Mesquita – assistente social, representante do Instituto Divas, lésbica, feminista e negra. A referência do lugar da onde vem, contempla a trajetória de MaryLucia Mesquita, que antes de apresentar as demandas do Movimento brasileiro de Lésbicas, expões como apresentação o seu currículo de lutas dentro da sociedade “capitalista patriarcal”, conceituada desta forma por ela mesma. Segundo a posição de Mary, a sociedade capitalista além de patriarcal e voltada para a dominação do homem sob a mulher, vive sob a regência do sexismo, ou seja, a exploração e condenação do sexo como xenofonia. A construção histórica da heterossexualidade como pratica cotidiana e moral levaram à homossexualidade a marginalidade e caracterização desta opção sexual como doença. Utilizando-se do conceito de Judit Bateer “heterosexualidade compulsória”, para explicar a naturalização da heterossexualidade como única expressão sexual, Mary debate a subalternização da homo e bissexualidade, opondo-se a relação entre homens e mulheres como a única alternativa de amor legitimada por lei e pela mídia como. Neste contexto social onde a homossexualidade torna-se invisível e colocada em segredo por muitos indivíduos, que se voltam para a preservação social por meio da construção de uma identidade discreta. O problema da homofobia como uma prática discriminatória é apontado por Mary como uma construção social e cultural da sociedade. A politização da sexualidade por meio dos movimentos sociais é um caminho voltado para a discussão dos direitos e para a socialização do afeto entre indivíduos do mesmo sexo, mas, sobretudo, rever projetos políticos é uma pauta essencial visto que as reivindicações em torno da diversidade também contemplam um projeto comum de sociedade que viabilize o reconhecimento das diferenças. É importante pensar nos conceitos de igualdade e minorias, lançados como um caminho a construção de agendas voltadas para a universalização. Os homossexuais não são minorias sociais, mas são vistos como se fossem. A luta pelo alcance de direitos perpassa, no sistema capitalista, pela igualdade de oportunidades. O capital abre a oportunidade de reivindicação do movimento social, mas mercantiliza as idéias a partir de tribos, acessórios, turismo, individualizando a questão e quebrando os diálogos entre o diverso. Mary questiona neste embate de luta pelos direitos: que tipo de diversidade queremos? Mercado ou direitos? Portanto, apoiar a liberdade de orientação sexual, implica em entender a articulação dos sujeitos coletivos e suas reivindicações. Segue abaixo a pauta desta batalha: -Direito de visibilidade e de expressar a liberdade de vivenciar a orientação sexual escolhida; -Enfrentar todas as formas de violência. Não a homofobia e criminilização. -Reconhecimento institucional e legal dos direitos. Proteção pelo Estado à família formada por casais homossexuais. Para mais informações sobre o movimento e a campanha “O amor fala todas as línguas”, ver: www.cfess.org.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, talvez nem política seja escolha, se a pessoa "escolher" pertencer ou militar em um determinado partido, sem que realmente tenha as convicções alegadas por este, estará sendo dissimulado ou falso. Porém, com relação a orientação sexual, apesar de eu, pessoalmente, não entender as explicações psicológicas ou religiosas, acredito que não possa ser "escolhido". Há formas de procura por prazer, mas, no que tange tanto o desejo físico, como o relacionamento afetivo, hetero- ou homosexual, não acredito que dependa de uma simples escolha.