Participe do Blog Pensando Alto!

21 de agosto de 2007

Sobre a ortodoxia e a modernidade... sim, estou falando dos judeus!

Engraçado imaginar a ortodoxia como uma forma de preservação dos costumes e hábitos tradicionais de uma cultura. No caso dos judeus, a história e trajetória cultural determinou uma diáspora confusa e ambigua. Por mais que Abraão tenha determinado que a diferenciação de judeus e não judeus estivesse na circuncisão e também no uso de determinadas idumentárias e leis sagradas, a perseguição ao primeiro povo a declarar-se seguidor de um só deus contribuiu para manutenção de outras formas de unir judeus à religião. Pelo que tenho percebido, a preservação do costume religioso judaico perpassa por uma educação centrada na história e nas escrituras sagradas, por meio das leituras da o Torat e do Talmud. O Torat, conhecido também como o antigo testamento, intensifica aos judeus a caracteristica do povo escolhido por Deus para obter a salvação, a partir das histórias e dificuldades do primeiro e famoso profeta em busca da Terra Prometida e do fim da escravidão: Moshé - Moisés. O Talmud é um livro longo e mais moderno, no sentido de possuir regras que determinam as condutas e o comportamento de um judeu religioso. Isso significa, que se a terra estremecer e as placas tectônicas modificarem a paisagem, os judeus deverão manter aqueles hábitos e costumes sagrados. Fechamento? Limitações? Tire suas conclusões a partir de algumas observações "talmudianas". Os homens não comprimentam as mulheres por estas sangrarem.Pois é, o sangue na religião judaíca é considerado impuro, então como a mulher mestrua todo mês e o homem não tem como controlar esta função natural, é melhor não comprimenta-las. Ah?! Se casadas não podem mostrar os cabelos. Nem para filhos e marido. O marido só os vê em dias de "relações sexuais", e nestes dias, já que a mulher é impura em relação ao homem, ela toma aquele banho sagrado para receber o querido marido. Submissão ou preservação? Sim, eu sei, ainda fico indecisa sobre outro assunto: a virgindade. Não sei se encaro como pureza, resguardo ou atraso. Os homens e mulheres casam virgens, e o rabino fica encarregado da escolha do casal que deverá formar uma família.Mesmo que que no judaísmo seja permetido a separação, nos dias atuais onde a instituição do casamento está praticamente falida pela liberdade sexual e ausência de monogamia, fica uma dúvida em função da importância da virgindade como pureza e fidelidade ao parceiro, mas a certeza de que a felicidade é você quem faz. As roupas são outro ponto interessante. As mulheres só não são mais escondidas que as mulçumanas porque no lugar do lenço usam perucas ou trouxinhas no cabelo. Fora isso, é blusa sem decote, mangas nos cotuvelos, saias abaixo do joelho, meias e sapatos fechados.Os homens, no entanto, após o barmitzvá passam a substituir os kipás pelos chapéus pretos, ternos pretos, sapatos pretos e blusas brancas. Eu acho curioso esta forma de preservação partindo de uma educação centralizada no indivíduo religioso, na lingua hebraica, no calendário judeu e na familia como centro das relações sociais, mas vejo problemas. O maior de todos os problemas é o não diálogo. Neste sentido, estou me referindo a ausência de interesse em conhecer outras culturas e novidades como forma de observar as diversidades e construir conhecimento. Na minha opinião, quando o homem possui certeza de sua fé e convicção no que acredita, não precisa ser guiado por um cabresto para obter a salvação e seguir os ensinamentos da religião. Apesar disso, devemos admitir que a ortodoxia por mais radical e fechada, nos proporciona cruzar naturalmente nas ruas com sujeitos como esses. Só para concluir, a foto que coloquei nesta postagem é do cantor Matisyahu. Um cantor de reggae judeu ortodoxo. Diante das colocações expostas e das regras do Talmud, muitos ortodoxos não o encaram como religioso pelo fato do cantor misturar ritmos modernos com mensagens e ensinamentos sagrados. Criticas à parte das ortodoxias, devo confessar que sou sua fã!

11 comentários:

Ciranda dos dias disse...

Pra começar achei lindissimo esse judeu! Maior gato!uiui.
E depois, penso que as formas de preservação da cultura são diversas, me faz pensar em como nós preservamos nossa cultura ocidental subdesenvolvida...mas assim, o pior ( e aí já qualificando minha opinião)é essa ausencia do dialogo aberto, realmente isso me parece muito rude e mistificador, mas sei muito pouco sobre cultura judaíca! E viva a complexidade das formas e sentidos das culturas e suas relações sociais!

Realmente eu me apaixonei por esse judeu! ;)


Beijos Cla

Anônimo disse...

Oi, Clarissa!
Parabéns pelo blog! Está lindissimo e cheio de coisas interessantes. Gostei principalmente pelo que vc escreveu acerca dos judeus! Acho a música deles, religiosa ou não, linda. Aos domingos, às vezes, assisto o programa do Canal 14, Comunidade na TV.

Bjs

Marja.

Unknown disse...

bem, tenho um amigo hassidim, como tenho interesse em resgatar meu passado familiar judaico,gradualmente ele me auxilia no ponto e assuntos religiosos.
Bem tenho comigo que nos cripto judeus ou cristãos novos encaramos o judaismo ortodoxo ou não um fator de unidade diante deste mundo caotico e cada vez pior, bem devo discordar quanto a mulher judia ser submissa.de forma alguma noa forma ortodoxa de ser,pelo contrario o marido e sempre muito zeloso e amoroso,educado. Dificilmente iras escutar de ortodoxos fanaticos ou agressores a suas mulheres pois o judaismo é uma religião libertaria e igualitaria,ela estrutura a sociedade com justiça;assim homens e mulheres tem deveres e direitos. Entre as quais a separação que é alto terrivel a ambos. Mas o amor o carinho eo afeto sao essenciais sem isto as leis orientam que separar e melhor. Creio que é isto que voc~e nao verá pitboys judeus,por isso voc~e dificilmente verá uma judia vulgar, porque no judaismo se vive em uma harmonia familiar e comunitaria e isto em uma escala de sociedade que no caso e Israel uma nação pacifica,com exceção dos famigerados islamicos com a sua cultura de morte e exterminio como salvação.O judaismo ao contrario e uma cultura de vida no qual e nesta que devemos fazer a diferença para que o paraiso futuro seja aqui. isto é trodo o desenvolvimento cientifico cultural politico e para um judeu instrumentos de criar um mundo melhor e justo,igualitario. eu diria que é uma forma especial de viver sem falsas ilusões do materialismo e consumismo.É concordo quando a nossa sociedade ocidental está se perdendo particularmente com as mulheres se vulgarizando e apelando a libertismos que mais tarde ficam magoadas ao serem tratadas como objetos.

Anônimo disse...

Clarissa
Seu blog é muito bonito, mas as informações sobre judaísmo estão equivicadas ou, no mínimo, incompletas.
A virgindade em si não é um tabu e nem uma virtude.O que o judaísmo proibe é sexo fora do casamento.Por isso homens e mulheres casam virgens.
O não contato físico entre homens e mulheres que não sejam casados nada tem a haver com uma possível menstruação.
Também não é verdade que o rabino escolha o casal.Tanto rabinos, como amigos e familiares podem apresentar o casal, mas a concretização da união só se dá pela decisão de ambos, que tem todo o tempo necessário para se conhecerem mutuamente antes de tomar esta importante decisão.
Também é falso afirmar que o marido só vê a esposa por completo em dias de relação sexual. A mulher casada só esconde seu cabelo para outros homens, mas não para seu marido e filhos.
Como vc pode ver, este é um assunto tão complexo quanto intrigante e delicado. Tudo tem explicações e implicações práticas, e nada melhor do que consultar um rabino ou um judeu ou judia ortodoxos para melhor entender os costumes e suas razões. Assim você evita que pessoas mal intencionadas usem seu blog para disseminar mentiras a respeito da religião judaica.
Certo, Maurício Correa?

Clarissa F. do Rêgo Barros disse...

Maurício,

Agradeço suas colocações, pois o seu ponto de vista contribui para somar informações e ampliar o debate sobre está cultura fantástica e curiosa.
Sou professora de história de uma escola ortodoxa e a cada dia aprendo mais sobre o judaísmo e as tradições culturais da ortodoxia.

Que o debate continue!
Clarissa F. do Rêgo Barros

Bárbarah Magalhães disse...

Olá...
O judaísmo não é, somente uma religião, mas também uma maneira de viver, que se mantém intacta por mais de cinco mil anos. Esta irredutibilidade do judaísmo é intrísicamente ligado a dois fatores: famílias alicersadas na sua cultura e na Torah e o fato de
nós judeus colocarmos "cabrestos" em nós mesmos. O fato é que o ser humano não é confiável e por isto devemos colocar as rédias da nossa vida nas mãos do Eterno, o D'us de Israel.
Quando Israel foi liberto do Egito, através de Moshê( Moisés), ele foi levado ao deserto para adorar a D'us, pois não eram mais escravos de Faraó e sim do Eterno, e foi lá que o Eterno entregou a Torah, que é o manual do fabricante, onde contém tudo o que todo judeu precisa saber para viver. Ser escravo do Eterno é melhor que ser escravo de si mesmo. É só tomar esta geração como exemplo para concluirmos que ser escravo de D'us é a melhor coisa que podemos fazer, pois se formos definir este século em somente uma frase poderíamos dizer: " Viva sem limites e satisfaça todos os seus desejos"( frase citada por ro'sh Marcos Andrade) . E qual o resultado? As pessoas estão se perdendo, estão perdendo sua identidade, e consequêntemente a cultura e tradição também são perdidas.
Nós judeus amamos o que fazemos, pois é para o D'us Todo Poderoso. Ha e nós mulheres, no judaísmo somos tratadas com extremo amor e respeito, pois possuímos a desafiadora e ao mesmo tempo gratificante tarefa, que é passarmos de geração em geração a cultura judaica, através da criação de nossos filhos.
D'us te abençoe Clarissa!
Shalom!!

Clarissa F. do Rêgo Barros disse...

Obrigada Bárbara pelo comentário!
Sou fã do judaísmo e escrevi o texto para polemizar!
Sua opinião é muito importante.
D´us te abençoe também.
Clarissa

Alex souto disse...

Infelizmente o ensino ocidental é pessimista e incredulo,além de somente observar o homem no poder. O pior e quando o povo que nao sabe a sua propria origem cria teorias que obriga o povo a sua aceitaçao . Abaixo o catolicismo babilonico

Alex souto disse...

Voces gentios vivem no caos porque nao seguem leis e morrem de anceio ao poder alem de achar que o homem nasceu pra se render a prazeres carnais como sexo, ambiçao, e qualquer desejo que sobe a mente . Saibam que o povo judeu nao . Sabemos que a mulher não foi feita para ser objeto de veneraçao sexual e adorada como no ocidente pois acreditamos no criador pois ele mesmo deu sua lei para a vida . Nao sera seu post que ira mudar mas causa indgnaçao pois num pais sem lei sem ordem sem justiça. O poder que governa é abominavel.

Alex souto disse...

A unica verdade que temos veio desse povo querido

Clarissa F. do Rêgo Barros disse...

Alex Souto este é um texto para debatermos e trocarmos conhecimentos. De forma alguma pretendo reduzir ou subestimar uma cultura milenar cheia de História, mistérios, curiosidades e tradição. Obrigada pela leitura e inquietações!