Participe do Blog Pensando Alto!

18 de agosto de 2017

ORIENTE MÉDIO: CONFLITOS REGIONAIS E A ECONOMIA GLOBALIZADA.

Introdução:

Os conflitos globais implicam em disputas entre as nações mundiais, que envolvem diferenças religiosas, domínio territorial, hegemonia econômica. Com o fim do socialismo e desestruturação da URSS no final da década de 1980, os conflitos globais foram ampliados, assumindo sob a conjuntura do mundo capitalista globalizado um caráter de tornar “as particularidades visíveis em meio à globalidade”, em outras palavras, se tornou a bandeira em defesa dos direitos das ditas minorias pela afirmação das diferenças das identidades étnico-sociais.
A Nova Ordem Mundial consolidou o capitalismo como modelo político-econômico hegemônico, hierarquizando e criando elos de dependência entre os diversos países capitalistas em desenvolvimento. Esta lógica gera um motor de manutenção das relações de exploração do trabalho, das guerras para gerar riquezas e acrescer domínios geopolíticos. E no Oriente Médio as questões que justificam a guerra, o interesse e intervenção das potências mundiais, extrapolam as diferenças étnico-religiosas e o nacionalismo, envolvendo a cobiça pelos recursos minerais, como o petróleo.

Conflito da Palestina:

            No que se refere à questão religiosa, alguns fatores importantes justificam o conflito entre judeus e palestinos na conjuntura atual, entre eles:
  • Para os judeus Jerusalém é a Terra Prometida por Deus e lá é o local que deverá ser construído o Reino de Israel, nos dias atuais: o Estado Judaico.
  • A diáspora e a perseguição aos judeus iniciada na Antiguidade, fizeram com que eles se espalhassem pelo mundo, firmando como unidade a cultura e a religião.
A ausência de um Estado Judaico deu origem no final do século XIX ao movimento sionista. Um movimento político e religioso que buscava restabelecer na Palestina um Estado de Israel, na área onde se localiza Jerusalém, a Terra Prometida.
Embora sob domínio árabe-mulçumano, após o fim da 1ª Guerra Mundial e a conseqüente queda do Império Otomano, em 1918, a Grã-Bretanha assumiu o controle da Palestina e apoiou o movimento sionista.
Os ingleses dividiram a Palestina em duas partes: judeus e palestinos; e em 1948, o Estado de Israel foi fundado com o apoio da ONU. A Liga árabe protestou e declarou guerra a Israel.
Em 1949, com apoio internacional, o Estado de Israel passava a ocupar 70% da Palestina. O início da guerra e o conflito árabe-israelense determinaram à diáspora palestina e a formação de campos de refugiados para abrigar a população.
Em 1956 ocorreu a Guerra do Suez entre Inglaterra, Israel com o apoio da França contra o Egito. O motivo do conflito foi a nacionalização do canal de Suez e a abertura do porto de Eilat, no golfo de Ácaba, que havia sido fechado pelo então presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser. A vitória de Israel consolidou os interesses que estavam em jogo na guerra. A abertura do porto de Eliat garantiu o acesso ao Mar Vermelho.  Os israelenses ainda ampliaram seu território após o domínio da Península do Sinai (devolvida ao Egito apenas em 1982. Veja em: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1524260-5602,00-EGITO+COMEMORA+ANOS+DA+DEVOLUCAO+DO+SINAI+EM+MEIO+A+CASOS+DE+ESPIONAGEM.html).
Em resposta as perdas consecutivas da guerra e do território, os palestinos criaram um movimento de luta armada contra o Estado de Israel conhecido como El Fatah. Este foi um movimento de resistência liderado por Yasser Arafat cujo objetivo era criar um Estado Palestino Independente. O Al Fatah assumiu uma postura antissionista, laica e anti-imperialista.
Em 1964, nascia a OLP – Organização para Libertação da Palestina, também criada por Yasser Arafat com o objetivo era consolidar o Estado Palestino de forma política.
Em 1967 ocorreu a Guerra dos Seis Dias, onde a Jordânia, a Síria e o Egito atacaram Israel. Porém, o exército israelense, em menos de uma semana, dominou a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, as Colinas de Gola e Jerusalém Oriental.
Em 1973, durante o feriado judaico, conhecido como dia do perdão, aconteceu a Guerra do Yom Kippur. A Síria e o Egito atacaram Israel. O motivo principal da Guerra do Yom Kippur foi à anexação dos territórios sírios e egípcios por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em julho de 1967. Esses territórios eram: a Península do Sinai, uma parte do Canal de Suez, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.
O cessar-fogo teve a intervenção dos Estados Unidos, da ONU e da União Soviética. Em tempos de Guerra Fria, a União Soviética chegou a ameaçar entrar no conflito a favor do aliado sírio. Apesar do acordo, Israel não devolveu os territórios que havia ocupado em 1967.
Esta guerra deu visibilidade internacional à Questão Palestina, levando ao conhecimento mundial a situação de milhares de palestinos expulsos de suas terras. Esta realidade fortaleceu o papel político de Yasser Arafat e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).



Outra consequência importante da Guerra do Yom Kippur foi o boicote dos países árabes produtores de petróleo e membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aos países que apoiaram Israel. O petróleo passou a ser usado como arma pelos países árabes, que aumentaram o preço do barril restringindo as vendas, o que levou a queda das bolsas de valores no ocidente e uma crise no capitalismo mundial, caracterizada como a Crise do Petróleo.
            Em 1987, ocorreu na Palestina a Intifada. Uma rebelião popular urbana que culminou em novembro de 1988 na criação do Estado Independente da Palestina, sob o comando do Conselho Nacional Palestino, que rejeitou o terrorismo e manifestou o interesse em participar da Conferência Internacional da Paz.
            Em 1993, Israel e a OLP chegaram ao primeiro acordo sobre a autonomia da Palestina. Itzhak Rabin e Yasser Arafat receberam o prêmio Nobel da Paz após concordarem em garantir a autonomia da Cisjordânia, como uma área de domínio palestino.

Na imagem o presidente Bill Clinton presencia o aperto de mão entre Rabin e Arrafat. Os acordos de paz assinados por Rabin fizeram com que Israel passasse a ser vista com bons olhos pelo mundo todo, mas gerou grandes conflitos e oposição dentro do país. Em 4 de Novembro de 1995, Rabin foi assassinado por um extremista judeu chamado Ygal Amir. Amir que concordava com os termos assinados por Rabin nos acordos de paz. 

            Em contraposição aos acordos entre ambos os líderes, começaram a aparecer na região da Cisjordânia colônias judaicas ortodoxas. O terrorismo e os homens bomba começaram a justificar atentados contra judeus em Israel. No ano 2000 foi construído um muro na região da Cisjordânia para separar israelenses e palestinos.
            A Faixa de Gaza possui o domínio civil palestino, mas é controlada pelo exercito israelense como forma de conter os atentados, e tutelar os refugiados. Atualmente, a Faixa de Gaza é uma área de confronto anunciado.

Muro na Faixa de Gaza


            O Fatah e o Hamas assumiram uma postura religiosa radical e nacionalista como forma de reafirmar o domínio palestino em contraposição ao Estado de Israel, liderando atentados e ataques terroristas contra civis.

            Essa é uma guerra delicada de grande interesse internacional na manutenção dos conflitos geopolíticos regionais, religiosos, e étnicos para justificar o imperialismo de guerra e o domínio capitalista sob a produção do petróleo em contraposição à soberania árabe-mulçumana.

APROFUNDE OS CONHECIMENTOS!
ASSISTA O ARQUIVO N SOBRE O CONFLITO ENTRE ISRAEL E PALESTINA. 


Nenhum comentário: