ANTECEDENTES E CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA.
A Ditadura Militar
foi o período da história brasileira, onde os direitos civis e políticos foram
perdidos, pessoas foram torturadas, e a censura imperava como forma de controle.
O golpe civil- militar teve apoio da classe média e alta, que via nas medidas
sociais propostas por Jango com as Reformas de Base, em um suposto golpe
comunista. Mas vale a pena uma reflexão, por que medidas sociais não podem ser
implementadas para garantia dos direitos básicos da população de forma a
amenizar as desigualdades subjacentes do capitalismo? Na conjuntura de Guerra
Fria, investimento em políticas sociais desvirtuava o planejamento de
modernização industrial alicerçado na abertura ao capital estrangeiro e na
dependência externa, e por isso o desenvolvimento social poderia simbolizar um
ameaça.
Abaixo
observamos alguns dos aspectos conjunturais que contribuíram para o golpe de
1964:
•
Esgotamento do populismo: manifestações de massa,
greves, agravamento de tensões sociais.
•
Temor dos EUA com a possibilidade de “novas revoluções
cubanas” na América Latina.
•
Apoio de setores civis conservadores ao golpe militar.
•
Doutrina de Segurança Nacional é assimilada pelo
exército: Guerra total contra o comunismo.
A ditadura
marcou uma época de fechamento político através da implementação dos vários
Atos Institucionais que colocavam em prática a censura, a perseguição política,
a supressão de direitos constitucionais, a falta total de democracia e a
repressão àqueles que eram contrários ao regime militar.
A Ditadura Militar
teve início com o golpe militar de 31 de março de 1964, resultando no
afastamento do Presidente da República,João Goulart, onde o Marechal Castelo
Branco assumiu por eleições indiretas o poder. Este golpe de Estado, foi
caracterizado por muitos cientistas sociais como uma revolução fora ordem, ou
uma revolução burguesas, como afirmou Florestan Fernandes, que perdurou até a
eleição indireta de Tancredo Neves em 1985.
A liberdade de
expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos,
sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da
sociedade foram suprimidas ou sofreram interferência do governo. Os meios de
comunicação e as manifestações artísticas foram reprimidos pela censura. Paralelo
ao controle social, a década de 1960 iniciou um período de grandes
transformações na economia brasileira, determinada pela modernização da
indústria e dos serviços, da manutenção da concentração de renda, de abertura
ao capital estrangeiro e do endividamento externo, da ampliação do acesso aos
bens de consumo duráveis, do congelamento dos salários, ampliação do crédito e
crescimento da inflação.
Analisaremos a
seguir as fases dos governos militares e os feitos históricos que marcaram esta
conjuntura política, social e econômica da História do Brasil.
FASES E GOVERNOS MILITARES:
1) GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967)
General Castelo Branco |
Após a tomada de
poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1, que permitia ao governo militar
modificar a constituição, anular mandatos legislativos, interromper os direitos
políticos por 10 anos, além de demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar
compulsoriamente qualquer pessoa de cargo público que fosse contra a segurança
do país. Com este Ato Institucional as eleições para a presidência da República
tornaram-se indiretas.
Com o regime
militar, ocorreu um fortalecimento do poder central, sobretudo do poder
Executivo. Ao poder Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento
dos outros poderes, minando ação de divisão de poderes. O Alto Comando das
Forças Armadas passou a controlar a sucessão presidencial, indicando um
candidato militar que era referendado pelo Congresso Nacional.
Castello Branco,
general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente da República em
15 de abril de 1964. Os militares acreditavam estar tomando o poder em função
da garantia da democracia, porém o autoritarismo prevaleceu, o que determinou
que muitos historiados nomeassem essas ações ditadura disfarçada, o que logo se transformou em ditadura
escancarada.
Os partidos
políticos foram dissolvidos com a adoção do AI-2, em 1965, e foi instituído o
bipartidarismo composto por dois partidos: Movimento Democrático Brasileiro
(MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Enquanto o primeiro era de
oposição, de certa forma controlada, o segundo representava os militares.
Vários
parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, cidadãos
tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e os sindicatos
receberam intervenção do governo militar.
Com AI-3,
adotado em 1963, as eleições para prefeito e governador tornaram-se indiretas.
O governo
militar impôs, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país, que foi
outorgada e institucionalizou o regime militar no país, respaldando, a censura,
o fim do habeas corpus, a legitimidade dos atos institucionais, e a supressão
dos direitos políticos e civis. Foi aprovada também a Lei de Segurança Nacional,
que instituía a repressão consentida aos comunistas ou possíveis indivíduos que
ameaçassem a ordem.
Como forma de controlar a crise econômica decorrente da lata da inflação, o governo Castelo Branco implementou o PAEG – Plano de Ação econômica do Governo, que atuou da seguinte forma:
· Instituiu o corte de gastos, aumentou as tarifas e impostos.
· Criou o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
· Aprovou o aumento salarial (1X ao ano) abaixo da inflação.
· Restringiu o crédito.
· Pôs fim a Lei de Remessa de Lucros (1962).
· Aprovou a compra de empresas nacionais por estrangeiras.
· Renegociou a dívida externa.
· Adotou novos empréstimos com o capital estrangeiro.
· Ratificou a aproximação com EUA.
GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969)
General Costa e Silva |
Em 1967, o
general Arthur da Costa e Silva assumiu a presidência. Seu governo foi marcado
por protestos e manifestações sociais no ano de 1968. A oposição ao regime
militar cresceu no país. A UNE (União Nacional dos Estudantes ) organizou, no
Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil. Em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves
de operários paralisam fábricas em protesto ao regime militar.
No dia 13 de dezembro
de 1968, o governo decretou o Ato Institucional Número 5 (AI-5). Este foi o
mais duro dos atos institucionais, onde o habeas corpus foi suspenso por crime
político, a censura aos meios de comunicação foi instituída; a liberdade de
expressão, associação e opinião foi cerceada, mandatos políticos forma cassados
e os direitos políticos, sobretudo ao voto, foram suprimidos. Com o AI-5 a ditadura perdia o disfarce.
Líderes estudantis foram presos, a repressão policial aumentou, e a censura
controlava jornais, rádios e a televisão.
A guerrilha
urbana foi um tipo de luta armada contra a ditadura, sendo formada por jovens
idealistas de esquerda, que como forma de burlar a censura e conseguir mostrar
a sociedade a real face da ditadura. Os participantes roubavam bancos, sequestravam
pessoas, afim de libertar presos políticos. Os movimentos mais conhecidos de
luta armada forma Era o Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), a Ação
Libertadora Nacional (ALN) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). A ALN
participou de dois dos sequestros realizados no país. O primeiro foi realizado
junto com o MR-8, onde o embaixador norte americano Charles Burke Elbrick foi
sequestrado , em setembro de 1969. Com o seqüestro, os jovens conseguiram a
libertação de 15 presos políticos. A segunda ação foi o com embaixador alemão
Ehrefried Von Holleben, onde 40 presos políticos forma libertados. Em 4 de setembro
de 1969 , amigos de Carlos Marighella , (um dos criadores da luta armada e líder
da ANL) foram obrigados pelos militares, sobre ameaça e tortura, a preparar uma
emboscada para o mesmo . Ao chegar ao local de encontro, Marighella foi atingido
por vários tiros e morreu. A maioria dos participantes da ALN também morreu, já
o integrantes do MR-8 continuaram atuando.
Doente, Costa e
Silva foi substituído por uma junta militar formada pelos ministros Aurélio de
Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo
(Aeronáutica). Em 1969, a
Junta Militar escolheu o novo presidente ícone da linha dura entre os militares:
o general Emílio Garrastazu Medici.
2) GOVERNO MEDICI (1969-1974): “OS ANOS DE
CHUMBO”
O governo Médici
foi considerado o mais duro e repressivo do período militar, sendo
caracterizado como "os anos de chumbo". A repressão à luta armada
cresceu e uma severa política de censura foi colocada em execução. Jornais,
revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas foram censuradas. Muitos
professores, políticos, músicos, artistas e escritores foram investigados,
presos, torturados e tiveram que ser exilados do país. O DOI-CODI (Destacamento
de Operações e Informações e ao Centro de Operações de Defesa Interna) atuou como
centro de investigação e repressão do governo militar.
A marca do
governo Médici foi o binômio: segurança e desenvolvimento.
Para justificar
as ações repressivas do governo, slogans ufanistas compunham a propaganda do
governo para afirmar o crescimento econômico, tais como: “Brasil: Ame-o ou
deixe-o” e “Ninguém segura esse país!”.
Propaganda do governo Médici. |
A valorização de
conquistas esportivas como da Copa de 1970, e o sucesso no automobilismo,
serviam como vitrine para o governo associar as vitórias com o aparente sucesso
econômico, viabilizado pelo crescimento do PIB em 10%.
Neste período a
guerrilha rural ganhou força, com destaque a guerrilha do Araguaia. Esta
guerrilha foi a tentativa de dissidentes do Partido Comunista do Brasil (PC do B)
de organizar uma luta armada no campo para enfrentar a ditadura militar que
governava o Brasil em 1968. Durante sete anos, quase cem guerrilheiros tentaram combater a ditadura
no improviso. Em 1968, alguns líderes do PC do B, como Maurício
Grabois e João Amazonas, se desligam do partido para formar grupos de
resistência armada em regiões rurais. Os grupos se espalham próximos às margens
do rio Araguaia, onde hoje se juntam os estados do Pará, do Maranhão e de
Tocantins. Paulistas, mineiros e gaúchos eram a maioria.
Para conquistar
o apoio dos camponeses, além da amizade, os guerrilheiros utilizaram a profissão
que atuavam, alguns deles eram médicos, por exemplo, para atender às
necessidades locais.
Os
guerrilheiros, vindos da classe média alta, bancaram as próprias armas, e não
possuíam treinamento.
Numa emboscada
ao comunista Carlos Marighella, os militares descobriram documentos com pistas
sobre a guerrilha, confirmadas com a prisão e a tortura do ex-guerrilheiro
Pedro Albuquerque. O Departamento de Inteligência e Repressão do Exército se
infiltrou nas comunidades do Araguaia e comprou informações dos camponeses,
descobrindo paradeiro e identidade dos guerrilheiros
Até 1975, três
campanhas foram realizadas para acabar com a guerrilha. Após reconhecimento da
área e coleta de informações, a segunda campanha foi à caça com tropas de
operação em selva.
Começaram as torturas, com destaque para um pau-de-arara
melado
A captura de
Osvaldão (Osvaldo Orlando da Costa) - um dos poucos treinados pelo Exército
chinês, abalou o moral dos guerrilheiros. Ele foi morto em 1974 e teve o corpo
amarrado em um helicóptero para ser exibido nos vilarejos.
A Operação
Marajoara utilizou a tática de emboscadas pesadas de militares sem farda, tortura
e execução - até de camponeses para identificar os poucos guerrilheiros que
ainda resistiram escondidos na mata. Os oficiais cortaram a cabeça e mãos das
vítimas e as enfiaram em sacos que seguiram para identificação pelo Exército.
Segundo os militares, mais de 80 guerrilheiros morreram nas operações.
Familiares e organizações de direitos humanos tentam, até hoje, localizar e
identificar corpos de "desaparecidos". Dossiês e depoimentos de
ex-militares envolvidos nas operações estão vindo à tona pela imprensa e pelo
cinema
O Milagre Econômico
Com empréstimos
externos, o governo Médici realizou grandes investimentos nos setores petroquímicos,
siderúrgicos, de transportes, na construção naval e mineração. Na área de comunicação
a Embratel (Empresa Brasileira de Comunicação) foi criada e ligou o Brasil via
satélite. Outras empresas estatais forma criadas como a Telebrás, e as que já
existiam se fortaleceram. No setor agrícola, o aumento das exportações com a
modernização do campo contribuíram para o surgimento do agronegócio, que
conjugava a concentração fundiária com altos investimentos.
O país crescia
rapidamente. Este período que compreende os anos de 1969 a 1973 ficou conhecido
como Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia a uma taxa de quase 12% ao
ano, enquanto a inflação beirava os 18%. Com investimentos internos e
empréstimos do exterior, o país avançou e estruturou uma base sólida de
infra-estrutura com a construção de obras faraônicas como a Rodovia Transamazônica
e a Ponte Rio-Niteroi.
Porém, todo esse
crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser paga no futuro. Os
empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa elevada para os padrões
econômicos do Brasil. Inúmeras empresas multinacionais se instalaram no Brasil
e controlavam o mercado de bens de consumo duráveis. Ao mesmo tempo que a
dependência cultural e econômica girava o motor de crescimento econômico brasileiro,
a educação e a saúde pública permaneciam abandonadas, enquanto o setor privado tomava
conta de escolas, hospitais e planos de saúde.
Neste cenário, a
estabilidade econômica só atingia uma classe: a classe média e a burguesia
empresarial. Os trabalhadores industriais e técnicos até puderam desfrutar do “milagre”,
devido ao crescimento industrial, no entanto, as classes baixas tiveram
dificuldades de acompanhar esta onda de consumo, e os pequenos trabalhadores
rurais foram engolidos pelo agronegócio.
Os trechos
destacados da música de Tom Zé “Parque Industrial” composta em 1968 sintetiza
bem a ideia de Milagre Econômico.
“Retocai o céu de anil, bandeirolas no
cordão, grande festa em toda a nação. Despertai com orações o avanço industrial
vem trazer nossa redenção.
Tem garota-propaganda, aeromoça e ternura no
cartaz. Basta olhar na parede, minha alegria num instante se refaz. Pois temos
o sorriso engarrafadão já vem pronto e tabelado é somente requentar e usar. É
somente requentar e usar. Porque é made, made, made, made in Brazil. Porque é
made, made, made, made in Brazil”.
Nos anos de 1970, as crises do
petróleo abalaram o Milagre Econômico. O crescimento industrial exigiu uma relação direta
entre o moderno e o atrasado, pois o moderno cresce e se alimenta do
atrasado. A industrialização brasileira determinou no período de 1930 a 1970 um
desenvolvimento igual e combinado, que assegurou a preservação da grande propriedade
a nível urbano e rural, relacionando-a a industrialização, garantindo a manutenção
do latifúndio e a intensa exploração dos trabalhadores rurais.
Nos anos de 1970 o programa industrial
brasileiro começou a dar sinais de esgotamento e também a acompanhar a crise
capitalista mundial. A crise estava associada à reestruturação produtiva como
forma de garantir a acumulação. O governo brasileiro não possuía dinheiro para
investir na infra-estrutura destas empresas. A economia industrial
internacional para sair da crise mundial aderiu ao processo de flexibilização
da produção associada à reconfiguração do Estado. No caso do Brasil, o governo
apelou para os empréstimos, inicialmente a juros baixos, estas taxas foram
aumentando por serem flutuantes passando de 2,7% ao ano em 1970, para 21% em
1981, o que levou a país a passar por um processo de estagflação.
3) GOVERNO GEISEL (1974-1979)
General Ernesto Geisel |
Em 1974 assume a
presidência o general Ernesto Geisel começou um lento processo de transição
rumo à democracia. O governo coincidiu com o fim do milagre econômico e com a
insatisfação popular. A crise do petróleo e a recessão mundial interferiram na
economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos internacionais
diminuíram.
No momento de crise, em 1978, teve inicio uma reação dos trabalhadores
na região do ABC em São Paulo. O
movimento grevista lutava contra a direção sindical pelega e as condições de
trabalho dos operários, em especial, as demissões. Neste contexto de greves no
ABC surge a liderança de Luis Inácio Lula da Silva no movimento sindical
brasileiro, e em 1980 nasce o Partido dos Trabalhadores (PT). A experiência do
PT trouxe uma nova experiência político-partidária, pois os dirigentes do partido
eram os próprios trabalhadores, que defendiam um governo democrático e popular
em oposição ao governo burguês autoritário. A importância massiva dos
trabalhadores e de sindicatos na construção do PT reforça o caráter classista
do partido, que atuava no sentido de estabelecer diretrizes anticapitalistas.
Na imagem Lula enquanto líder do sindicato dos metalúrgicos do ABC, discursa aos trabalhadores desencadeando uma ação importante pela luta por direitos. |
Geisel anunciou
a abertura política lenta, gradual e segura. A oposição política começou a
ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquistou 59% dos votos para o
Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganhou a prefeitura da maioria das
grandes cidades.
Os militares de
linha dura, descontentes com os caminhos do governo Geisel, começaram a
promover ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o jornalista
Vladimir Herzog foi assassinado nas dependências do DOI-CODI em São Paulo.
Os exemplos de abertura lenta e gradual
estiveram relacionados com a tentativa dos militares de manterem o controle do
governo. Em 1976, foi criada a Lei
Falcão que limitava a propaganda política. Em 1977, o governo lançou o Pacote de Abril: que determinou o fechamento
do Congresso, ampliava o mandato presidencial de 4 para 6 anos, e criou os “senadores biônicos”, que elegeu
indiretamente senadores aliados aos militares para compor a maioria no
congresso
Em 1978, Geisel
acabou com o AI-5, restaurou o habeas-corpus e abriu caminho para a volta da
democracia no Brasil. O binômio segurança e desenvolvimento foram dissolvidos
diante da própria conjuntura de crise mundial e necessidade de reconfiguração
do Estado.
4) GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985)
General João Baptista Figueiredo |
A popularidade do
MDB nas eleições em 1978 começou a acelerar o processo de redemocratização. Movimentos
sociais com reivindicações específicas, como o movimento feminista, dos
trabalhadores, dos negros, traziam uma agenda nova para o governo, que não se
enquadrava ao autoritarismo.
O general João
Baptista Figueiredo decretou a Lei da Anistia, concedendo o direito de retorno
ao Brasil para os políticos, artistas e demais brasileiros exilados e
condenados por crimes políticos. Os militares de linha dura continuaram com a
repressão clandestina para frear o processo de redemocratização do país. Insatisfeitos
com a evidente abertura política, cartas-bomba foram colocadas em órgãos da
imprensa e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil). No dia 30 de Abril de 1981,
uma bomba explodiu durante um show no centro de convenções do Rio Centro. O
atentado foi promovido por militares de linha dura. Uma das bombas explodiu
dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Riocentro.
O artefato, que seria instalado no edifício, explodiu antes da hora, matando um
dos militares e ferindo gravemente o outro.
Em 1979, o
governo aprovou uma lei que restabeleceu o pluripartidarismo no país. Os
partidos voltaram a funcionar dentro da normalidade. A ARENA mudou o nome para
PDS (Partido Democrático Social), enquanto o MDB tornou-se o PMDB (Partido do
Movimento Democrático Brasileiro). Outros partidos foram criados, como: Partido
dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
O saldo econômico
do governo Figueiredo foi extremamente negativo. O governo mantinha a política
de empréstimos, só que com a crise mundial, os países desenvolvidos cobravam muito
caro para emprestar dinheiro, a inflação era altíssima, e o desemprego se
tornava uma realidade.
A REDEMOCRATIZAÇÃO E A CAMPANHA PELAS
DIRETAS JÁ
Nos últimos anos
do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas de ordem econômica, política
e social. A oposição ganhou terreno com o surgimento dos novos partidos e com o
fortalecimento dos sindicatos.
Em 1984,
políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros
participam do movimento das Diretas Já. O movimento defendia a aprovação da
Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para presidente
naquele ano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos
Deputados.
Movimento das Diretas Já! |
No dia 15 de
janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral de forma indireta escolheu o deputado
Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf (PDS), para o cargo de presidente
da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição
formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.
Era o fim do
regime militar. Porém Tancredo Neves ficou doente antes de assumir a presidência
e acabou falecendo. O vice-presidente José Sarney assumiu em seu lugar com
muitos problemas a serem resolvidos e um povo cheio de esperanças. Em 1988 foi
aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os
rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país sendo
caracterizada como a “ Constituição Cidadã”, que vigora até os dias atuais.
VÍDEOS SOBRE DITADURA MILITAR:
BÓRIS FAUSTO: DITADURA MILITAR.
TELE AULA: O REGIME MILITAR
TELE AULA: ABERTURA POLÍTICA.
4 comentários:
Excelente material! Foi de grande ajuda para mim. (:
Obrigado militares por nao deixar o Brasil virar uma Cuba !O material e ótimo mas confunde os jovens novatos! Ditadura??? Quem era o ditador ??? Ditadura sem foice e martelo e sem ditador ! O Brasil evoluiu até a 8 posição mundial ,as forças armadas é instituição permanente que garante a proteção da Democracia a soberania e as intitinstitu!
O objetivo do texto é realizar uma reflexão historica. Ufanismo a parte e posições políticas tb. De qualquer forma recomendo leituras como O VradBr Republicano em 4 volumes do historiador Jorge Ferreira. E bons estudos!
Corrigindo o nome do livro: O Brasil Republicano em 4 volumes do Jorge Ferreira.
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