Por Angélica Tinoco e Pedro Paulo Ramalho
O Brasil tem passado por várias manifestações por todo o país que inicialmente surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, mas que ganharam forte apoio popular depois da repressão violenta e desproporcional que foi promovida pelos policiais militares estaduais contra as passeatas.
Os confrontos com a polícia levaram grande parte da população a apoiar as mobilizações e atos semelhantes que começaram a se proliferar em diversas cidades do Brasil e do exterior em apoio aos protestos, passando a abranger uma grande variedade de temas, como os gastos públicos nos grandes eventos esportivos internacionais que ocorrerão na cidade, a má qualidade dos serviços públicos e a indignação com a corrupção política em geral.
Os protestos geraram grande repercussão nacional e internacional, sendo um dos assuntos mais falados na mídia.
É importante lembrar que o movimento fez questão de manter claro o fato de serem apartidários, sendo contra aqueles que se aproveitavam da exposição para divulgar seus respectivos partidos políticos.
Os confrontos com a polícia levaram grande parte da população a apoiar as mobilizações e atos semelhantes que começaram a se proliferar em diversas cidades do Brasil e do exterior em apoio aos protestos, passando a abranger uma grande variedade de temas, como os gastos públicos nos grandes eventos esportivos internacionais que ocorrerão na cidade, a má qualidade dos serviços públicos e a indignação com a corrupção política em geral.
Os protestos geraram grande repercussão nacional e internacional, sendo um dos assuntos mais falados na mídia.
É importante lembrar que o movimento fez questão de manter claro o fato de serem apartidários, sendo contra aqueles que se aproveitavam da exposição para divulgar seus respectivos partidos políticos.
Manifesto que reuniu mais de 1 milhão de pessoas no último dia 20 de junho, no centro do Rio de Janeiro
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Muito tem se falado nos jornais sobre esses manifestos e o porquê da repercussão. Com o slogan “Vem para Rua”, a população aproveitou a ideia de coletividade para reivindicar os direitos ignorados pelo governo. Até porque, diante de tanta negligência em tempos das políticas neoliberais e ausência de políticas sociais voltadas para garantia de direitos comuns como saúde, educação, assistência social entre outros, a única forma de sermos ouvidos é indo as ruas. Porém, mesmo com a repercussão internacional da organização e movimentação de milhares de brasileiros no Brasil e espalhados pelo mundo, muitas formas de violência apareceram nas passeatas causando grande tumulto, pessoas se machucaram, até bandidos se camuflam de protestantes para roubar e saquear lojas, cenas vistas sem censura nos principais meios de comunicação e emissoras, que tentavam desvincular ou difamar uma manifestação espontânea, que tinha como principais sujeitos manifestantes os estudantes, que como palavra de ordem, defendem a passividade.Lutar por nossos direitos nas ruas significa termos sabedoria nas urnas. E essa será a maior prova de sucesso das manifestações, que perpassa ação e conscientização.Neste pequeno artigo, buscamos refletir sobre as manifestações ocorridas em 2013 e compará-las com as manifestações de 1968. Boa leitura!
SURGE A CONTRACULTURA
Nos anos 1960, muitos jovens nos EUA e na Europa Ocidental se envolveram em mobilizações, e passaram a criticar os modos de vida tradicionais criando novos estilos de vida e de relações sociais. Esse conjunto de contestações da juventude daquela década ficou conhecido como contraculturaO movimento começou nos EUA, quando uma geração de intelectuais e poetas –a beat generation- passaram a criticar, nos anos 1950, os valores conservadores da sociedade norte-americana. Também nesta década surgiu o rock’n roll – música voltada diretamente à juventude, com destaque para Elvis Presley, que se tornou símbolo de atitude desafiadora em relação aos costumes da sociedade.
Elvis Presley, ícone do rock na década de 1960
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Neste período, um grande número de jovens se engajou no movimento hippie, usando roupas largas e coloridas, cabelos compridos e sem corte. Os hippies recusavam a sociedade industrial, massificante e de consumo; e valorizavam o indivíduo, os valores de comunidade e solidariedade, as ideias de paz, liberdade e amor.
O movimento hippie pretendia pontuar o triunfo de uma sociedade igualitária, pacífica e naturalista.
Os Hippies defendiam a mensagem “faça amor, não faça guerra”
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O ANO DE 1968
O auge do movimento de contracultura foi em 1968. Protestos de jovens e trabalhadores ocorreram nos Estados Unidos e em diversos países da Europa e da América Latina. Muitos deles estavam entusiasmados com a Revolução Cubana (1959), Independência da Argélia (1962) e a Revolução Cultural na China (1966). Com o desejo de mudar o mundo, jovens de vários países passaram a recusar o consumismo capitalista e o modelo de socialismo implantado na União Soviética.
Nos Estados Unidos, milhões de jovens protestavam contra a Guerra do Vietnã – e pela primeira vez na história, a sociedade norte-americana assistia pela televisão aos horrores da guerra.
Na Europa, o movimento de rebeldia mais conhecido foi o de Maio de 1968, ocorrido na França. Em 22 de março, os estudantes ocuparam a Universidade de Nanterre em protesto contra prisão de alguns colegas. Depois, tomaram o famoso bairro universitário de Quartier Latin, em Paris, erguendo barricadas.
A polícia interveio atacando os estudantes. Os protestos aumentaram; a maioria recusava a moderação do Partido Comunista Francês, repudiando qualquer tipo de autoridade política e instrucional, os estudantes buscavam formas alternativas de mobilização e de luta.
Em 20 de maio, 10 milhões de trabalhadores entraram em greve.
Para contornar a situação, o governo de Charles de Gaulle convocou eleições. Os chamados gaullistas saíram vitoriosos e Gaulle não perdeu tempo: acionou a polícia para recuperar fábricas e universidades dos revoltosos, perseguiu e prendeu líderes estudantis e, a partir daí, o movimento de Maio de 1969 recuou.
O auge do movimento de contracultura foi em 1968. Protestos de jovens e trabalhadores ocorreram nos Estados Unidos e em diversos países da Europa e da América Latina. Muitos deles estavam entusiasmados com a Revolução Cubana (1959), Independência da Argélia (1962) e a Revolução Cultural na China (1966). Com o desejo de mudar o mundo, jovens de vários países passaram a recusar o consumismo capitalista e o modelo de socialismo implantado na União Soviética.
Nos Estados Unidos, milhões de jovens protestavam contra a Guerra do Vietnã – e pela primeira vez na história, a sociedade norte-americana assistia pela televisão aos horrores da guerra.
Na Europa, o movimento de rebeldia mais conhecido foi o de Maio de 1968, ocorrido na França. Em 22 de março, os estudantes ocuparam a Universidade de Nanterre em protesto contra prisão de alguns colegas. Depois, tomaram o famoso bairro universitário de Quartier Latin, em Paris, erguendo barricadas.
A polícia interveio atacando os estudantes. Os protestos aumentaram; a maioria recusava a moderação do Partido Comunista Francês, repudiando qualquer tipo de autoridade política e instrucional, os estudantes buscavam formas alternativas de mobilização e de luta.
Em 20 de maio, 10 milhões de trabalhadores entraram em greve.
Para contornar a situação, o governo de Charles de Gaulle convocou eleições. Os chamados gaullistas saíram vitoriosos e Gaulle não perdeu tempo: acionou a polícia para recuperar fábricas e universidades dos revoltosos, perseguiu e prendeu líderes estudantis e, a partir daí, o movimento de Maio de 1969 recuou.
Cena de uma rua no Quartier Latin, em Paris, após o enfrentamento de estudantes com policiais em 11 de maio de 1968 e de jovens nas manifestações de 2013. O repúdio a violência é uma bandeira comum.
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RELACIONANDOAS MANIFESTAÇÕES DE 2013 COM AS DE 1968
Observa-se que ambos os movimentos tiveram a participação e manifestação de jovens. A juventude é que move o espírito revolucionário e por isso movimenta os motores da História, articulando ações para modificar as estruturas e relações de dominação.
Os protestos de junho de 2013 contaram com a ajuda das redes sociais, que em si apresentam uma realidade informacional e tecnológica da conjuntura atual. Criticadas por muitos intelectuais, a utilização das redes sociais sofreu uma reviravolta a partir da primeira eleição do mandato do presidente norte-americano: Obama, e hoje tem se mostrado um meio de importante articulação das passeatas.
Apesar das manifestações de 2013 terem começado devido ao repudio do aumento da passagem do transporte público, elas apresentaram reivindicações em comum, como: crítica ao governo, não a violência e uma sociedade mais igualitária, que garanta os direitos sociais básicos como saúde e educação de qualidade para todos.
Os movimentos da década de 1950 e 1960 lutavam pelos direitos civis e sociais tais como a igualdade jurídica entre negros e brancos, direitos comuns para homens e mulheres, além da conjuntura específica que incluía o “faça amor e não faça a guerra”
Como forma de acalmar a população, na França e nos EUA, 1968 o governo se pronunciou. Na França a ação foi repressiva, e nos EUA os direitos civis forma alcançados.
Em 2013 uma aparição nacional da presidente Dilma Rousseff na televisão anunciou medidas governamentais para garantir as demandas exigidas pela população. A diminuição da passagem em vinte centavos foi considerada, mas as demais pautas parecem ter sido esquecidas pelo Congresso, o resultado pode ser observado com a greve dos professores municipais e estaduais por melhores condições de trabalho, uma situação que poderia ser resolvida caso a proposta que visa o investimento de 100% dos royalties na educação fosse cumprida. A saúde em estado de abandono, teve como solução a contratação de médicos estrangeiros, um absurdo que desvaloriza nossos profissionais e ratifica a negligência do Estado com a população. E por fim a velha história se repete... A corrupção, mesmo sendo considerada crime hediondo, continua a mover a política brasileira.
Vem pra rua!!
1)(UDESC) - Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina - Na década de 1960, vários movimentos culturais colocavam-se contrários à ordem estabelecida, caracterizando a chamada “contracultura”.
Em relação a esse fato, assinale a alternativa incorreta:
(A) A década de 1960 foi marcada por movimentos pela ampliação dos direitos civis e contra a discriminação racial.
(B) No Ocidente, parte da juventude colocou-se contra a Guerra do Vietnã.
(C) No Brasil, a Tradição Família e Propriedade – TFP inseriu-se nas lutas da “contracultura”.
(D) O movimento hippie foi uma das expressões da “contracultura”.
(E) Por meio da música, do cinema e da literatura, a juventude expressava, em larga medida, os valores constituintes da “contracultura”.
Gabarito C
2)(UERJ 2006). Em 1968, vários países foram palco de movimentos que expressaram insatisfações em relação ao sistema estabelecido. Tanto no Brasil quanto na França, estudantes e intelectuais se destacaram nas manifestações públicas de protesto. Dois objetivos que esses grupos pretendiam alcançar estão apontados em:
(A) valorização da contracultura e supressão dos organismos políticos
(B) democratização de instituições vigentes e crítica à cultura dominante
(C) recuperação das propostas stalinistas e contestação ao mundo burguês
(D) unificação dos movimentos sociais por meio da luta armada e combate às estruturas burocratizantes
Gabarito B
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://pt.wikipedia.org/wiki/Protestos_no_Brasil_em_2013
Livro História de Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira e Georgina dos Santos
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