A
América Espanhola sofreu durante o inicio do século XIX a desestruturação de
seu regime colonial determinando o aparecimento de guerrilhas nacionais, que
lutavam a favor da separação da Espanha e pela emancipação política de seus
territórios. É importantes perceber o surgimento de um movimento que acabou por
tornar-se homogêneo a causa da liberdade, da república e da igualdade se
direitos em todo o território dominado pela Espanha
A
Independência do EUA, a Revolução Francesa e a conseqüente invasão de Napoleão
Bonaparte ao trono de Ferdinando VI, simbolizaram o momento e a oportunidade da
colônia falar por si mesma e lutar pela independência.
A
partir de 1810 os movimentos de independência tinham se manifestado com
velocidade no México, Buenos Aires, Vice-Reinado da Nova Espanha, Rio do Prata,
Chile, Peru, Venezuela.
Diferenças étnicas:
As
colônias hispano-americanas foram alicerçadas sob uma diversidade étnica
cultural, que determinou funções e lugares sociais. Índios, negros, europeus e mestiços
que envolviam as três raças mencionadas povoaram as terras colônias com lugares
determinados e olhares sociais discriminatórios em função de suas condições
étnicas.
A
maioria da sociedade era composta por negros e índios. Os crioullos, vistos
como mestiços descendentes de espanhóis nascidos nas colônias constituíam uma
elite colonial com pouco acesso a administração.
Já
os espanhóis - os chapetones, ocupavam cargos de funções públicas, tinham
acesso a riqueza, e participavam das decisões políticas na colônia controlando
os Cabildos – Juntas Administrativas do Governo.
O
papel exercido pelos crioullos contribuiu para o surgimento de um sentimento
nacionalista, e originou um sentimento de revanchismo com os chapetones, pois
mesmo com uma pequena participação na administração, os criollos puderam
observar a posição secundária que ocupavam na colônia em relação ao domínio e
controle da metrópole sobre os lucros, e produção.
A
indignação com a escravidão indígena nas minas e exploração de suas terras
sobre a pressão metrópole foram manifestadas sob forma de rebeliões como a de
TUPAC AMARU em 1780 no Peru, onde um indígena inca José Gabriel Condorcaqui se
proclamou sucessor do imperador Inca Tupac Amaru II. O objetivo da revolta era
restaurar o império Inca com um poderoso exército indígena. Tupac Amaru foi
derrotado, desmembrado e decapitado.
O
sentimento de liberdade era o que impulsionava movimentos sociais e a vontade
dos nativos de tornar-se independente da dominação econômica, política e social
da Espanha.
Os
crioullos passaram a perceber que não conseguiriam concorrer no comércio com os
produtos ingleses mais baratos e com menores tarifas e por isso defendiam o
livre comércio, visto que a monarquia espanhola favorecia os ingleses desde o
Tratado de Ultrech (1790).
Oestopim
da independência foi a tomada do reino espanhol com a invasão de Napoleão a
Espanha. A família real foi aprisionada, e a colônia passou a ter mais
autonomia, e independência. Cléricos, comerciantes, intelectuais, oficiais do
exercito, unirem-se em função dos acontecimentos para trabalhar pela autonomia
colonial.
Bolívar
e San Martín
Simón Bolivar |
General San Martin |
Bolívar
nasceu em uma família rica de latifundiários. Casou-se cedo em 1799 quando
viajou para Europa, e se apaixonou por Maria Tereza. Porém, a cólera a levou
muito cedo, e seu matrimonio logo se desfez. Sozinho, e presenciando um momento
de grande revolução na França, Bolívar fez uma promessa de honrar a sua pátria
e lutar pela justiça contra o poder espanhol.
Bolívar
foi visto como um guerreiro romântico que sonhava com a justiça e unidade
hispano-americana.
Com
a volta ao trono do autoritário Ferdinando VII, em 1814, o rei recusou-se a aceitar
os movimentos de rebeldia nas colônias. Tal atitude coincidiu com a formação da
Santa Aliança e do Congresso de Viena, determinado forte repressão espanhola
aos movimentos coloniais.
Bolívar
proclamou a liberdade dos escravos, mas nada fez para legitimá-la. As
diferenças de interesses entre negros, crioulos e caudilhos – latifundiários,
contribuíam para a ruptura de um movimento unificado de independência tal qual
ele planejava. Resolveu então unir-se aos camponeses, mediante a promulgação de
documentos que lhes garantisse terras, abandonando os escravos, lutando assim
contra os caudilhos, grandes detentores de terras.
Na
campanha dos Andes, os revolucionários passaram a ter problemas com o exército
espanhol, e aí apareceu a figura do venezuelano: José San Martin.
San
Martin, oficial do exército argentino, atuaria na libertação do Peru, expulsando
os oficiais espanhóis, que lá encontravam-se entrincheirados. O oficial
formulou um ataque aos espanhóis pelo Chile ultrapassando os Andes e os surpreendendo,
conseguindo assim eliminá-los, e libertar o Peru.
Em
1821, quase todos os territoriais hispano-americanos encontravam-se livres,
Bolívar e San Martin finalmente se encontram, mas possuíam visões políticas
diferentes. San Martin defendia a descentralização do governo e uma república,
enquanto Bolívar sonhava com a unidade sob o controle de um Estado
centralizado.
Após
a independência, Bolívar promulgou uma Constituição, mas assumiu uma postura
despótica mediante ao seu ideal de unificação, onde predominava a desigualdade
social. Os diferentes setores sociais passaram a rebelar-se contra Bolívar e
lutar pelo federalismo e igualdade de direitos.
O
general abandonou seu posto de liderança política exausto e doente, vindo a
falecer com 47 anos em Santa Marta.
A
independência foi outorgada pelas camadas sociais hispano-americanas,
iniciando-se um período frágil, de estruturação política que dará margem ao
fortalecimento poder dos caudilhos.
VÍDEO SOBRE INDEPENDÊNCIA NA AMÉRICA:
VÍDEO SOBRE INDEPENDÊNCIA NA AMÉRICA:
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