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23 de agosto de 2012

INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA



A América Espanhola sofreu durante o inicio do século XIX a desestruturação de seu regime colonial determinando o aparecimento de guerrilhas nacionais, que lutavam a favor da separação da Espanha e pela emancipação política de seus territórios. É importantes perceber o surgimento de um movimento que acabou por tornar-se homogêneo a causa da liberdade, da república e da igualdade se direitos em todo o território dominado pela Espanha
A Independência do EUA, a Revolução Francesa e a conseqüente invasão de Napoleão Bonaparte ao trono de Ferdinando VI, simbolizaram o momento e a oportunidade da colônia falar por si mesma e lutar pela independência.
A partir de 1810 os movimentos de independência tinham se manifestado com velocidade no México, Buenos Aires, Vice-Reinado da Nova Espanha, Rio do Prata, Chile, Peru, Venezuela.

Diferenças étnicas:

As colônias hispano-americanas foram alicerçadas sob uma diversidade étnica cultural, que determinou funções e lugares sociais. Índios, negros, europeus e mestiços que envolviam as três raças mencionadas povoaram as terras colônias com lugares determinados e olhares sociais discriminatórios em função de suas condições étnicas.
A maioria da sociedade era composta por negros e índios. Os crioullos, vistos como mestiços descendentes de espanhóis nascidos nas colônias constituíam uma elite colonial com pouco acesso a administração.
Já os espanhóis - os chapetones, ocupavam cargos de funções públicas, tinham acesso a riqueza, e participavam das decisões políticas na colônia controlando os Cabildos – Juntas Administrativas do Governo.
O papel exercido pelos crioullos contribuiu para o surgimento de um sentimento nacionalista, e originou um sentimento de revanchismo com os chapetones, pois mesmo com uma pequena participação na administração, os criollos puderam observar a posição secundária que ocupavam na colônia em relação ao domínio e controle da metrópole sobre os lucros, e produção.
A indignação com a escravidão indígena nas minas e exploração de suas terras sobre a pressão metrópole foram manifestadas sob forma de rebeliões como a de TUPAC AMARU em 1780 no Peru, onde um indígena inca José Gabriel Condorcaqui se proclamou sucessor do imperador Inca Tupac Amaru II. O objetivo da revolta era restaurar o império Inca com um poderoso exército indígena. Tupac Amaru foi derrotado, desmembrado e decapitado.
O sentimento de liberdade era o que impulsionava movimentos sociais e a vontade dos nativos de tornar-se independente da dominação econômica, política e social da Espanha.
Os crioullos passaram a perceber que não conseguiriam concorrer no comércio com os produtos ingleses mais baratos e com menores tarifas e por isso defendiam o livre comércio, visto que a monarquia espanhola favorecia os ingleses desde o Tratado de Ultrech (1790).
Oestopim da independência foi a tomada do reino espanhol com a invasão de Napoleão a Espanha. A família real foi aprisionada, e a colônia passou a ter mais autonomia, e independência. Cléricos, comerciantes, intelectuais, oficiais do exercito, unirem-se em função dos acontecimentos para trabalhar pela autonomia colonial.

Bolívar e San Martín


Simón Bolivar
General San Martin
Bolívar nasceu em uma família rica de latifundiários. Casou-se cedo em 1799 quando viajou para Europa, e se apaixonou por Maria Tereza. Porém, a cólera a levou muito cedo, e seu matrimonio logo se desfez. Sozinho, e presenciando um momento de grande revolução na França, Bolívar fez uma promessa de honrar a sua pátria e lutar pela justiça contra o poder espanhol.
Bolívar foi visto como um guerreiro romântico que sonhava com a justiça e unidade hispano-americana.
Com a volta ao trono do autoritário Ferdinando VII, em 1814, o rei recusou-se a aceitar os movimentos de rebeldia nas colônias. Tal atitude coincidiu com a formação da Santa Aliança e do Congresso de Viena, determinado forte repressão espanhola aos movimentos coloniais.
Bolívar proclamou a liberdade dos escravos, mas nada fez para legitimá-la. As diferenças de interesses entre negros, crioulos e caudilhos – latifundiários, contribuíam para a ruptura de um movimento unificado de independência tal qual ele planejava. Resolveu então unir-se aos camponeses, mediante a promulgação de documentos que lhes garantisse terras, abandonando os escravos, lutando assim contra os caudilhos, grandes detentores de terras.
Na campanha dos Andes, os revolucionários passaram a ter problemas com o exército espanhol, e aí apareceu a figura do venezuelano: José San Martin.
San Martin, oficial do exército argentino, atuaria na libertação do Peru, expulsando os oficiais espanhóis, que lá encontravam-se entrincheirados. O oficial formulou um ataque aos espanhóis pelo Chile ultrapassando os Andes e os surpreendendo, conseguindo assim eliminá-los, e libertar o Peru.
Em 1821, quase todos os territoriais hispano-americanos encontravam-se livres, Bolívar e San Martin finalmente se encontram, mas possuíam visões políticas diferentes. San Martin defendia a descentralização do governo e uma república, enquanto Bolívar sonhava com a unidade sob o controle de um Estado centralizado.
Após a independência, Bolívar promulgou uma Constituição, mas assumiu uma postura despótica mediante ao seu ideal de unificação, onde predominava a desigualdade social. Os diferentes setores sociais passaram a rebelar-se contra Bolívar e lutar pelo federalismo e igualdade de direitos.
O general abandonou seu posto de liderança política exausto e doente, vindo a falecer com 47 anos em Santa Marta.
A independência foi outorgada pelas camadas sociais hispano-americanas, iniciando-se um período frágil, de estruturação política que dará margem ao fortalecimento poder dos caudilhos.

VÍDEO SOBRE INDEPENDÊNCIA NA AMÉRICA:

  


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