O período da História descrito por Guerra Fria ficou
definido pela bipolarização do mundo entre duas ideologias antagônicas: o
comunismo, defendido pela URSS, e o capitalismo, modelo econômico vigente nos
EUA.
Historicamente a Guerra Fria teve inicio no período pós-guerra,
após a 2ª Guerra Mundial, quando EUA e URSS saem vencedores da guerra. A Conferência
de Ialta realizada em 1945 definiu as áreas de influência soviétiva, e também a
pontuou a URSS como inimiga do blogo ocidental capitalista.
A noção de Guerra Fria determinou um conceito para
classificar as disputas entre URSS e EUA em um conflito indireto, que ao mesmo
tempo significou uma ameça iminente de um possível conflito nuclear entre as
duas potências.
Uma
Cortina de Ferro descia sobre a Europa –
declarou Wilson Churchil. As potências capitalistas organizavam planos
políticos e militares para afastar a influência socialista do mundo. Na América
o presidente Harry Trumam (EUA) implementou a Doutrina Trumam em 1947, como um
ação em defesa da democracia e do capitalismo. Nos EUA a campanha anti-comunista
teve incio com o marcatismo: “Caça as Bruxas”.
Nova
ordem mundial:
Como
forma de dar suporte a economia capitalista, em 1944 foi firmado o acordo de
Bretton Woods, onde o dólar tornou-se a moeda mundial. Além disso, foram
criados como suportes financeiros o FMI – Fundo Monetário Internacional, e o
BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, conhecido como
Banco Mundial, ambos com o objetivo de manter a estabilidade liberal
capitalista.
O Plano Marshall foi criado após a II Guerra
Mundial pelos EUA como um plano de reconstrução economica da Europa,
solidificando a hegemonia dos EUA como potência capitalista mundial.
Em resposta, a URSS lançou o COMECON, um plano
econômico que pretendia apoiar financeiramente os países socialistas. A URSS
integrar as economias dos países membros criando um mercado comum.
Como forma de estabelecer uma proteção militar e garantir
a bipolarização entre URSS e EUA, foram criadas duas instituições que se
encarregavam de manter a segurança das duas superpotências e seus aliados: a OTAN
(Organização do Tratado do Atlântico Norte) que englobava os países
capitalistas e seus aliados; e o Pacto de Varsóvia instituído pela URSS,
que apoiava militarmente os países socialistas e seus aliados.
Um marco da Guerra Fria foi a divisão da Alemanha após a 2ª Guerra Mundial. A Alemanha e a
capital Berlim, foi dividida em quatro áreas de influência: Inglaterra, França,
EUA e URSS.
Em
1949, os territórios da França e Inglaterra foram anexados aos domínios
americanos, sendo criada a República Federal da Alemanha cujo regime era
liberal-democrático de economia capitalista.
A
parte ocupada pela URSS deu origem a República Democrática Alemã com regime
comunista. O acirramento das disputas entre URSS e EUA determinou a construção
do Muro de Berlim em 1961 dividindo a Alemanha em dois domínios políticos e
econômicos distintos.
Corrida
Armamentista:
A corrida armentista foi marcada pela disputa entre os
URSS e a EUA no desenvolvimento de armas nucleares e na indústria bélica como
um todo. Tal investimento provocou um aumento do desenvolvimento
técnico-científico de ambas as potências.
Temia-se
o conflito direto e a emergência de uma guerra nuclear entre URSS e EUA, no
entanto, o crescimento da indústria bélica serviu para financiar as guerras de
descolonização afro-asiática, e auxiliar revoluções que emergiram na Ásia e na
América, como a Revolução Cubana, apoiada pela URSS.
Com o triunfo de Fidel Castro e do Comunismo após a
Revolução Cubana em 1959, deixou os EUA preocupado com a proximidade do seu
inimigo e da influência das ideias comunistas na América .
Os EUA tentaram uma invasão, o “Desembarque da Baía
dos Porcos”, para afastar o comunismo de Cuba. Esta invasão levou os
Soviéticos a colocarem mísseis na Ilha de Cuba, apontados para os EUA.
Corrida
espacial:
A imagem apresenta o Sputinik II, o segundo satélite lançado pelos russos ao espaço cujo tripulante foi a cadela Laika em 1957. |
O desenvolvimento tecnológico determinou uma corrida
espacial entre EUA e URSS para saber quem chegava primeiro ao espaço.
O primeiro satélite artificial foi lançado em 1957 pela
URSS, o Sputnik com a tripulante Laika, um cachorro. Também o primeiro satélite
tripulado, foi de responsabilidade soviética, com Yuri Gagarin.
Em contraposição aos avanços soviéticos, a NASA foi
criada em 1958 para o ivestimento espacial. Em 1969, os EUA foi o primeiro a
chegar a Lua com o astronauta Neil Armstrong a caminhar em solo lunar.
Guerra
Fria na Ásia:
O
ano de 1949 foi conturbado também no continente asiático. Em outubro, o Partido
Comunista Chinês, liderado por Mao Tse-tung, tomou o poder e proclamou o
nascimento de mais um país socialista, a República Popular da China.Os
americanos, com a Doutrina Truman, não estavam alheios ao avanço da esquerda na
Ásia e reforçaram a presença militar na bacia do Pacífico, procurando preservar
sua influência no sudeste asiático. Dessa forma, a revolução chinesa levou para
a Ásia as fronteiras da Guerra Fria.
Havia o receio de que o Japão, pela
proximidade com a União Soviética e a China, fosse engolido pelo bloco
socialista.
Uma
das primeiras conseqüências dos acontecimentos na China foi a invasão da Coréia
do Sul pelos vizinhos norte-coreanos, de governo pró-soviético. Eles queriam
reunificar o país sob a bandeira do socialismo. A ofensiva, em junho de 1950,
desencadeou uma ação enérgica dos Estados Unidos, que aprovaram na ONU uma
ajuda multinacional à Coréia do Sul. Era tudo o que os americanos queriam. Em
algumas semanas, sua indústria bélica produzia uma quantidade expressiva de
armamentos para uso na Guerra da Coréia. Além disso, Washington estimulou a
participação do Japão no chamado "esforço de guerra". A indústria
japonesa passou a produzir o material de apoio aos soldados no front, como
roupas, remédios e alimentos sintéticos. Com isso, o Japão tentou resolver o
problema do desemprego por meio de compromissos econômicos com o bloco
capitalista. No final do conflito, em 53, a rígida divisão entre capitalistas e
socialistas na bacia do Pacífico estava cristalizada.
Essa
batalha estratégica pelo controle do sudeste asiático teria desdobramentos
dramáticos nos anos1960, com o envolvimento direto dos Estados Unidos na Guerra
do Vietnã.
Manifestações
Sociais:
No
decorrer da década de 1960, os movimentos pacifistas cresceram rapidamente nos
Estados Unidos e na Europa, tornando-se uma fonte permanente de pressão sobre
os governos. Entre os americanos o movimento ganhou força com as manifestações
de protesto contra a Guerra do Vietnã. Na Europa, a opinião pública tomava
consciência de que o continente seria devastado na hipótese de um confronto
nuclear.
A
primeira iniciativa mais concreta de contenção da escalada armamentista
aconteceu em 1968, quando 47 países assinaram o Tratado de Não-Proliferação de
Armas Nucleares, com duração de 25 anos.
No
fim dos anos 1970, o clima era tenso entre Estados Unidos e União Soviética,
como resultado de uma complicada situação internacional. Diversos fatos
politicamente relevantes se sucederam na mesma época, como a invasão soviética
no Afeganistão, a revolução sandinista na Nicarágua e a revolução dos aiatolás
no Irã.
Coexistência
Pacífica:
Período de relativa tranquilidade, que surgiu após a
morte de Stalin, presidente da URSS, em 1973.
O sucessor de Stalin: Nikita Khrushchov tentou através do
dialogo pôr fim ao clima de guerra entre as duas superpotências.
Instituiu-se uma linha de fax direta entre o presidente
americano Nixon e o presidente soviético: o Telefone Vermelho cujo
objetivo era evitar possíveis conflitos armados entre as duas potências
Fim
da Guerra Fria:
Em
1985, o novo dirigente soviético, Mikhail Gorbatchev, declarou a moratória
nuclear unilateral, uma iniciativa surpreendente que favoreceu as negociações
para a redução dos arsenais atômicos.
Em
1987, as superpotências concluíram em Washington um acordo para a eliminação
dos mísseis baseados em terra com alcance de até 5.500 quilômetros.
Em 1991, em Moscou, assinaram o Start, Tratado de Redução de Armas Nucleares
Estratégicas.
Com
o fim da União Soviética, em dezembro de 1991, os Estados Unidos tornaram-se a
maior potência política e militar em todo o mundo
A
Rússia, por seu lado, tinha urgência em reduzir os gastos militares para fazer
frente aos problemas econômicos e sociais surgidos na transição para o sistema
de mercado.
Muitos
observadores fazem críticas a Mikhail Gorbatchev, dizendo que o ex-dirigente
soviético fez muitas concessões aos Estados Unidos, num curto espaço de tempo.
É
necessário observarmos outros aspectos da situação do país naquele período. Ao
assumir o poder, em 1985, Gorbatchev encontrou a economia soviética à beira do
colapso. Alguns historiadores indicam que o país destinava ao setor de defesa
mais de 20% de seu PIB, Produto Interno Bruto. Os americanos, em 1987,
destinavam ao setor 7%, e a Grã-Bretanha, 5% do PIB. Mesmo gastando
proporcionalmente menos, o Ocidente também sentiu o peso econômico da corrida
armamentista. A crise foi atenuada com a transferência de tecnologia para os
demais setores produtivos da economia.
Os
americanos sempre trataram de aplicar as conquistas da tecnologia bélica na
indústria de bens de consumo. Isso propiciou o desenvolvimento da
microinformática, das utilidades domésticas e dos automóveis velozes e
econômicos. Mesmo com essa política industrial, os Estados Unidos figuram, nos
anos 1990, entre os países mais endividados do mundo, em parte por causa dos
gastos com a defesa. Os reflexos da crise são notados no corte de verbas para a
educação, saúde e serviços públicos.
VÍDEOS SOBRE GUERRA FRIA:
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