Nesta postagem do Blog Pensando Alto serão apresentados textos escritos pelos alunos do Curso de Redação e Roda de Leitura para Colaboradores do Supermercado Zona Sul, cujo objetivo do trabalho foi conhecer a história e a viagem dos alimentos a partir das Grandes Navegações iniciadas no século XV/XVI.
O tema foi abordado através de uma aula expositiva e teve como alicerce o livro: A viagem dos alimentos. As trocas entre os alimentos. (escrito por Janaína Amado. Luiz Carlos Figueiredo). Após conhecermos a trajetória dos alimentos mais presentes no cotidiano dos brasileiros, os alunos puderam observar e refletir sobre a importância das trocas comerciais e culturais intrínsecas no encontro entre as civilizações da Europa, da África, da Ásia e da América.
A partir da leitura de trechos selecionados do livro, os alunos tiveram que resumir e organizar o conteúdo da aula tendo como base os seguintes eixos:
a) A revolução do século XVI: apresente as principais mudanças que contribuíram para as trocas entre os continentes.
b) O que os europeus trouxeram? Apresente alguns alimentos e sua importância econômica para a Europa.
c) Os alimentos americanos. Apresente a importância de dois alimentos para os nativos americanos e a impressão que os europeus tiveram ao conhecê-los.
d) Conclusão. Destaque de que forma a viagem dos alimentos contribuiu para transformação dos hábitos alimentares e culturais dos europeus e dos nativos da América.
No segundo momento da aula, sob a conjuntura das modificações ocorridas a partir do desenvolvimento da sociedade capitalista industrial, surgida a partir do século XVIII, os alunos observaram o avanço do setor de distribuição de produtos e a mudança na cultura e nos hábitos alimentares até a criação dos supermercados nos anos de 1930, e do próprio Zona Sul, fundado pelos irmãos e imigrantes italianos: Francesco Leta e Mario Leta em 1959.
Como proposta de atividade foi realizada uma apresentação sobre o tema: A viagem contemporânea dos alimentos. Quais são os produtos que mais agradam os clientes? Os nacionais ou importados?
O trabalho feito em grupo teve como objetivo a construção de um texto narrativo sobre um produto nacional e um produto importado vendido no Zona Sul e escolhido de forma livre pelos alunos, de qualquer sessão, do qual fosse observado maior expressão de venda.
O roteiro abaixo apresenta as etapas da atividade:
Escolha uma seção de sua responsabilidade, que está presente na função diária de solicitação de pedidos na loja, para exemplificar no texto um produto nacional e importado de maior venda.
Apresente um argumento para justificar a razão da maior procura do produto mais vendido na seção pelos clientes.
Conclua procurando responder as seguintes questões: quais são os produtos que mais agradam os clientes? Os nacionais ou os importados?
Acompanhe a seguir essa história contada aos olhos de quem trabalha no setor de distribuição e varejo e teve a oportunidade de viajar no tempo para conhecer a trajetória dos alimentos!Boa leitura!
A viagem dos alimentos: resumo.
(Autor: Alex Nunes de Oliveira)
A partir do século XV iniciou-se uma revolução, que acabaria atingindo cada ser humano do planeta.
A revolução alimentar dos povos se deu ela introdução de novos ingredientes e temperos. Os produtos já existentes na Europa, muitos de origens asiáticas ou africanas, foram trazidos para a América, outros foram transportados da América para a Europa, África, Ásia, e atravessaram a terra inteira! Como o coqueiro, nativo da Ásia, e é a árvore que hoje é símbolo das praias do nordeste.
Esse processo de mundialização foi a maior revolução nos hábitos alimentares humanos ocorridos durante o período moderno. A introdução dos alimentos europeus na América foi quase simultânea a chegada dos colonizadores ao continente. Os europeus plantaram vegetais que já conheciam e consumiam, utilizando técnicas familiares de plantio e manejo.
Com o aumento do intercâmbio de alimentos entre os continentes também mudaram os padrões alimentares de cada região, alterando profundamente os costumes e até mesmo ávida social dos povos. O sucesso das plantas americanas foi tal que, os africanos morreriam hoje de fome sem a mandioca e o milho.
A introdução e a difusão dos bois, vacas, porcos, ovelhas, cabras e galinhas na América, e a batata, milho e tomate na Europa, alteraram as economias regionais, mudando técnicas, hábitos alimentares e crenças.
O nosso pão de cada dia.
(Autor: Michel Silva)
Como será que começou à minha história?
Eu comecei a ser inventado lá no inicio do século 20A. C, na região da Mesopotâmia, onde hoje em dia é o Iraque.
Nessa época tinha fartura de plantação de trigo e deram inicio a minha chegada ao mundo.
No começo eu não tinha muita forma. Era rústico e um pouco feio. Tenho que admitir!
Me usavam até como meio de pagamento de serviços prestados.
Logo depois, chegaram os meus anjos: os profissionais que iriam começar a me transformar em quem sou hoje. Eles eram chamados padeiros!
Em 1910, foi a minha vez de desembarcar no Brasil. Essa terra linda! “Tudo que se planta dá”. Por aqui, aí sim, estou feliz!
Foram me evoluindo dia a dia. Ganhei um belo nome: pão francês.
Com o decorrer do tempo amadureci e me tornei um lindo pãozinho, charmoso e também muito gostoso. Branquinho ou moreninho me transformei no alimento mais vendido do mundo!
Atualmente, estou em 96% das casas dos brasileiros.
Agradeço imensamente aos meus padeiros elegantes. Esse nosso casamento nunca acabará!
Como será que diria um grande padeiro:
- Ah pãozinho lindo em minha vida! Você nunca morrerá!
A viagem dos alimentos 2
(Autor: Denis Rocha)
A viagem dos alimentos teve inicio no final do século XV e inicio do XVI, com as viagens entre a Espanha e as Antilhas. Com ela, os espanhóis, africanos e asiáticos tiveram acesso a uma grande variedade de alimentos, sendo eles: a batata inglesa, o milho, a batata doce, o tomate. Dando aos povos uma nova oportunidade de enriquecer nutritivamente as refeições.
A troca de alimentos entre os continentes favoreceu ambos os lados, pois muitos desses novos legumes transformaram os hábitos alimentares das civilizações se tornando itens essenciais para suportar períodos de fome.
Frutas e animais se incluíram na alimentação do dia a dia, trazendo muitos benefícios nutritivos como vitaminas e proteínas. Novos conceitos e técnicas foram difundidos e propagados pelo mundo levando benefícios e aumentado a produção em escalas bem maiores.
Muitas vantagens obtivemos com a viagem dos alimentos. No entanto, com o avanço das cidades e da população precisamos atentar para qualidade da produção alimentar que vivemos hoje, onde se usa uma grande quantidade de químicos para garantir a maior parte da colheita sem esquecendo de cultivar alimentos mais saudáveis.
A
crônica é um gênero textual narrativo que tem como objetivo relatar os
acontecimentos e fatos do cotidiano. Este tipo de texto é muito comum de ser
encontrado em colunas de jornais e revistas, onde os cronistas escrevem
histórias do dia a dia, utilizando uma linguagem leve cuja
intenção é captar o leitor com narrativas comuns a realidade diária.
Durante
o curso de Redação e Roda de Leitura, os colaboradores exercitaram a escrita
livre e o olhar sensível, como bons cronistas, criando textos que envolvem a rotina do trabalhador, o ambiente de trabalho, e a insegurança frente à falta
de uma política de segurança eficaz na cidade do Rio de Janeiro.
Confira!
O dia a dia do trabalhador.
Autor: Michel Silva
Quem
pensa que a vida do trabalhador é fácil?
Carlos
acorda todo dia às três da manhã quando seu telefone desperta. Como todo
trabalhador, demora mais uns trinta minutos para levantar criando aquela coragem
para entrar no banho. Levanta, e logo depois de tomar uma bela ducha de água
quente e se arrumar, já com a roupa de trabalho, Carlos dá um beijo em seu
filho Joaquim e segue para a segunda etapa do dia.
Por
volta das quatro e meia da manhã, Carlos anda uns trinta minutos em meio a
escuridão e ventos sombrios até chegar ao primeiro ponto de ônibus. Entra na
estação, e como de costume, é recebido com aquele bom dia por Paulo, o
segurança da estação.
Carlos retribui o bom dia, e em
seguida continua a viagem no primeiro ônibus.
Depois
uma hora no coletivo, que vai enchendo a cada parada, até Carlos não poder se
levantar, é preciso ficar de pé para não perde o ponto.
Por
volta das seis da manhã, Carlos desce do primeiro ônibus e pega a segunda
condução. E em trinta minutos chega ao destino: a empresa em que trabalha.
É
lá que com muito orgulho ele passa oito horas do dia trabalhando, em meio aos
grandes desafios que a profissão lhe proporciona. A cada dia que passa na
empresa, Carlos conhece pessoas maravilhosas, desde clientes a colaboradores.
No
final de mais um expediente, ele sai com a sensação de dever cumprido.
E
amanhã será um novo dia para o trabalhador.
A Loja
Autor: Renato Penha
Estava tudo
parado! Tudo engarrafado na Avenida Brasil, não importava qual condução pegar:
trens, táxi, ônibus, Uber. Até mesmo um helicóptero, pois não teria onde
pousar. É sempre assim! Tudo engarrafado! E ainda continuo no mesmo lugar. Mas
sei que vou chegar na minha loja, que fica logo ali, em Ipanema, perto do
metrô, do lado da Loja Americana, número 504. Viu?! Não é difícil de chegar!
Dez passos da calçada é o que
o cliente leva até a Loja. Até isso eu sei.
A Loja não
é tão grande, mas vende muito! É muito bem localizada: no coração de Ipanema!
Tem uma bela exposição de orquídeas de todas as cores. E o cheirinho?! De croissant!
Que é assado na hora.
São
duzentos e dez colaboradores. Esse é o efetivo da loja. Uma parte trabalha no
açougue, outra no laticínio, na padaria, na pizzaria e nas demais seções para
melhor atender nossos clientes.
É a Loja dos ovos de ouro! Quando a loja vai bem com certeza
a empresa está bem. Mas quando vai mal... Não param de ir diretores,
compradores gente do alto escalão, para ver o porquê dos resultados. Loja
grande vende muito e também demanda muito trabalho. São tantos afazeres que
quando vejo já está na hora de ir para casa. Porém, quando saio, vejo alegria
de cada colaborador por receber aquele dinheirinho extra.
A Loja não
mudou de endereço e continua no mesmo lugar. Sei que um dia vou ser transferido
como muitos que passaram por aqui. Mas de uma coisa eu sei: a loja vai sempre
estar de braços abertos para todos os perfis de colaboradores, fornecedores e
clientes.
Achei que fosse vida real, mas não passava de cena de novela.
Autora: Vânia Leila
Alguns
dias atrás eu estava assistindo ao noticiário do Jornal Nacional e fiquei
perplexa ao ver a situação do confronto entre bandidos na Rocinha, que estavam
brigando pelo controle do poder na comunidade.
O
governo federal resolveu agir enviando tropas militares para ajudar na captura
desses delinquentes, e tentar levar um pouco de paz para a maior comunidade da
América Latina.
Confesso
que fui dormir impressionada com os tiroteios e com a situação de pânico que os
moradores estão vivendo.
No
dia seguinte, voltando para casa depois de uma rotina cansativa de trabalho, me
deparo com vários ônibus de cores pretas estacionados na rua principal de onde
moro. Achei aquilo muito estranho. Primeiro, pelo fato de estarem enfileirados
na principal rua de Curicica, e segundo por não serem ônibus comuns de
passageiros.
Quando
entro na rua que dá acesso a minha casa, vejo em torno de cinquenta policiais,
muito bem armados, de toucas pretas e conversando alegremente. Aquela cena me
assustou. Na mesma hora pensei: “Será que está acontecendo aqui a mesma invasão
de bandidos que houve na Rocinha e a policia veio intervir?”
Entrei
imediatamente na padaria da esquina e perguntei assustada a moça do balcão o
que estava acontecendo, e ela então respondeu sorrindo:
-
Não se preocupe! É apenas uma gravação da novela da Globo.
Na
hora comecei a gargalhar aliviada, mas depois bateu uma tristeza enorme em
pensar que ali era apenas uma gravação, e na comunidade da Rocinha acontece
aquela dura realidade.
Um texto interessante retirado do Trabalho de
Conclusão de Curso de Lílian da Silva Leon, orientado por Clarissa F. do Rego Barros
para o curso de pós-graduação em docência no Ensino Superior da Universidade Estácio
de Sá, intitulado: “O PROFISSIONAL DA
GASTRONOMIA E A INSERÇÃO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR. UMA ANÁLISE SOBRE A
RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA”.
Verão,óleo sobre tela do
italiano ARCIMBOLDO,Giuseppe.1573.
A História da
alimentação tem no homem pré-histórico um passado que exemplifica um cotidiano
alimentar voltado para a caça, pesca, coleta de frutos, raízes e folhas. O tipo
de alimento e forma de se alimentar contribuíram para a evolução da espécie
humana, conforme Lody (2008: 32)[1], a descoberta do fogo determinou profunda
transformação e avanço na vida humana. A distinção entre o cru e o cozido dá
nova dimensão ao homem no diálogo do natural com o cultural, ou seja, em toda
ação que, modificando a natureza, permite descobrir o que é tecnologia,
técnica, instrumento para tratar o que oferece essa mesma natureza. O fogo
amplia as opções dos alimentos melhorando e qualificando o que se come.
Com o avanço
da História, do surgimento de novas tecnologias, e as mudanças constantes no
ambiente ocorridas de forma natural ou por transformações realizadas pelo
homem, novas influencias repercutiram na alimentação de todas as pessoas, que
vivem em realidades diferenciadas.
“A natureza, sem dúvida, é a grande matriz
doadora de alimentos e as culturas traduzem essas opções de diferentes maneiras,
criando tipos de cardápios, receitas, soluções de gosto, de prazeres de ver,
sentir odores, paladares e, finalmente ingerir, comer”. (LODY, 2008: 32)
No século
XVIII a cozinha profissional francesa atingiu seu apogeu, marcando o inicio da
Gastronomia, como a arte ou ciência que exige conhecimento e técnica de quem a
executa e formação do paladar de quem a aprecia. Os cinco sentidos são
solicitados em sua completude durante o consumo gastronômico. A gastronomia
existe porque além da necessidade de se alimentar, o homem é um animal estético
e, sobretudo, um ser social vivendo em comunidade.
A palavra
“gastronomia” foi criada por Arquestratus no século IV a.C., pesquisador dos
prazeres da mesa, originária dos termos gregos gaster (estômago) e nomo (lei),
cuja tradução literal é “as leis do estômago”. O termo adquiriu um caráter mais
abrangente no século XVIII, com BrillatSavarin, um estudioso francês, amante da
boa mesa.
“Quando o homem aprendeu a cozinhar os alimentos, surgiu uma profunda
diferença entre ele e os outros animais. Cozinhando, descobriu que podia
restaurar o local natural da caça, acrescentar-lhe sabores, e torna-la mais
digerível. Verificou também que as temperaturas elevadas liberam sabores e
odores, ao contrário do frio, que os sintetiza ou anula. Percebeu ainda, que
cocção retardava a decomposição dos alimentos, prolongando o tempo, em que
podiam ser consumidos. Identificava assim, a primeira técnica de conservação”.
(FRANCO, 2001:16)[2]
A cocção, as
primeiras técnicas de conservação dos alimentos e, sobretudo, diferentes
fatores históricos influenciaram os hábitos alimentares e a elaboração de novas
culturas alimentares.
No século
XV/XVI, as trocas alimentares, e a presença das especiarias na alimentação,
como temperos, frutas, óleos, influenciaram nas maneiras de preparar carnes de
pescados, e ainda nas tecnologias de assar, fritar, cozinhar e incluir
ingredientes crus, apontavam para a geração de novas cozinhas, de novas
relações com o profundo ato biológico e simbólico que é o de comer. (LODY,
2008:37)
Os hábitos
alimentares também se relacionam diretamente com a regionalidade, transformando
a cultura popular, promovendo a socialização através das festas e dos pratos
típicos. No entanto, o gosto que muitos
acreditam ser próprio, é uma constelação de extrema complexidade na qual entram
em jogo, além da identidade indissiocrática, fatores como: sexo, idade,
nacionalidade, religião, grau de instrução, nível de renda, classe e origem
sociais. (FRANCO, 2011: 25)
Conhecer as
raízes da culinária nacional permite a compreensão da História e das origens
culturais de uma nação. O frango, tal como o milho, a mandioca e os vegetais,
são patrimônios culturais da América e estão totalmente ligados ao povo
brasileiro. A mandioca é um alimento muito consumido pelos indígenas, que foi
incluído no cardápio português após a colonização.
Com a
industrialização, no século XVIII, surgiram os produtos em conserva, como forma
de ampliar o mercado de alimentos, acelerando o consumo e transformando a
cultura alimentar e os hábitos da sociedade. A comida era preservada para durar
meses em recipientes lacrados. Este foi um período da História européia, onde a
Revolução Industrial impulsionou o neocolonialismo na África e Ásia em busca de
matéria-prima, mão de obra barata e mercado consumidor, tendo em vista a
ampliação das relações capitalistas industriais.
A busca
predatória dos países europeus por mercados consumidores e matérias-primas em
outros continentes desencadeou conflitos armados. Garantir a comida dos
soldados se tornou uma preocupação central dos países imperialistas. Em 1795, o
governo francês ofereceu um prêmio a quem desenvolvesse uma maneira de
conservar comida. O produto deveria ser barato, fácil de transportar, saboroso
e nutritivo. O jornalista Tom Standage (2010)[3],
autor do livro “Uma história comestível
da humanidade”, conta que era comum
que o alimento sofresse uma rápida decomposição nos primeiros produtos em conserva. A sociedade
da época vivia a ideia da “geração espontânea”, e demorou a compreender a
importância da higiene e da descontaminação nos produtos industrializados.
Nicolas
Appert, um chef de cozinha da época, ganhou o prêmio e conseguiu aperfeiçoar a
tradicional ração militar de carne salgada e biscoitos secos. A técnica criada
por ele, determinava que as substâncias que deveriam ser preservadas eram
colocadas nos frascos ou garrafas e fechados com cuidado, pois o sucesso
dependia, principalmente, da vedação. Depois, os produtos eram submetidas à
ação de água fervente, em banho-maria. “Ele
listou os tempos necessários para ferver diferentes alimentos, o que durava
horas. Inventou seu método a partir de experimentos e não tinha ideia de por
que ele funcionava”, conta Standage (2010).
Assim surgiram
os primeiros alimentos em conserva, e o mundo foi se adaptando a esta nova
forma de alimentação.
E no século
XX, após a 2ª Guerra Mundial, embora a conjuntura mundial tenha iniciado tempos
de bipolaridade política[4],
os EUA saem da guerra como um país de liderança no mundo capitalista, cujo
objetivo é solidificar a hegemonia através da imposição do “América Way of Life”[5]. E
neste cenário começam a aparecer a sociedade dos fast foods. O hambúrguer, a
batata frita e refrigerante surgiram na década de 1950 nos Estados Unidos,
transformando o ritmo de vida das pessoas, acelerando o tempo em função do
avanço da indústria, ditando o tempo das refeições a partir do tempo do
trabalho.
O professor
titular de História do Brasil e coordenador do grupo de pesquisa de História e
Cultura da Alimentação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos
Antunes, explica que a velocidade do cotidiano e passou a ser associada à
necessidade de não perder dinheiro, a alimentação vira uma parte trivial da
rotina. “É nessa época também que as
refeições deixam o ambiente doméstico – por conta da popularização do carro, as
famílias começam a comer fora”, complementa Antunes. E de fato, os irmãos
McDonald foram pioneiros neste quesito. Depois de consolidados nos Estados
Unidos, conquistaram a Europa da década de 1970 e em seguida o resto do mundo.
Na Europa, o
cenário foi semelhante aos EUA. Os anos 1950 representaram uma transformação na
sociedade. Surgiram, em especial na França, os bistrôs, que têm um número menor
de pratos no cardápio e são conhecidos por servirem refeições mais rapidamente.
Atualmente, a
ideia do capitalismo sustentável em oposição ao capitalismo predatório, tenta
amenizar os impactos no meio ambiente através de mudanças nos hábitos
cotidianos e alimentares da sociedade. Alimentação saudável, com verduras e legumes
orgânicos, exercícios físicos regulares, retomam os cuidados com a saúde
criando novas tendências de mercado e aos segmentos alimentícios. “É uma tentativa que os restaurantes
fast-food estão fazendo para se readaptar ao perfil do consumidor de hoje”,
finaliza Antunes.
Até o século
XIX a história da alimentação foi muitas vezes confundida e limitada apenas à
história de alguns alimentos. Entretanto, “o gosto diferenciado é o que
caracteriza os diferentes povos e as diferentes épocas de uma mesma cultura”.
Por meio do aprimoramento de técnicas e criações culinárias, que refletem a
expressão “técnica material e inventividade artística”, podemos identificar a
maturidade de uma cultura (CARNEIRO, 2003, p. 124-125)[6]. O
conhecimento acumulado pela humanidade das técnicas e criações culinárias, seja
por meio de manuais e livros de receitas, seja pelas informações transmitidas
de geração a geração, passou a ser ensinado, a partir do século XIX, de maneira
sistematizada nas escolas de Gastronomia.
Embora a presença
de um chef de cozinha não seja obrigatória nos restaurantes do país, a demanda
por esse profissional cresce a cada ano. Isso porque a forte concorrência do
mercado exige que os estabelecimentos elaborem cardápios cada vez mais
atraentes e ofereçam comida de qualidade. Além disso, o nível de exigência dos
clientes também obriga a melhorar o nível dos serviços. Esse cenário se torna
favorável para a ampliação dos profissionais formados em Gastronomia. Eles
também são contratados para atuar como consultores na abertura ou
reestruturação de restaurantes, e podem empreender, abrindo seu próprio negócio
no ramo. Outra área que se destaca é a de catering, em que o profissional cria
o buffet e cozinha em um evento. Existem até condomínios de luxo com área
gourmet que contratam o chef para se encarregar do cardápio de festas nos
finais de semana e durante as férias.
Tendo em vista
a diversidade de profissionais da área de Gastronomia sob as diferentes
demandas e frentes no mercado de trabalho, torna-se necessária uma reflexão
sobre o perfil do gastrólogo para compreensão da importância da capacitação do
docente em gastronomia.
[1] LODY,
Raul. Brasil bom de boca: temas da antropologia da alimentação. – São Paulo:
Editora Senac São Paulo, 2008.
[2]FRANCO, Ariovaldo. De Caçador a Gourmet - Uma História
da Gastronomia. Editora: SENAC: SP, 2001.
[3]
SATANDAGE, Tom. Uma história comestível da humanidade. Zahar, SP: 2010.
[4] Este
parte do texto tem como referência a vitória dos EUA e URSS na 2ª Guerra
Mundial contra a Alemanha nazista. EUA -
potência capitalista, e URSS – potência
socialista, passam a disputar a hegemonia mundial na Guerra Fria,
conflito político, econômico e ideológico que durara até o fim da URSS e a
queda do Muro de Berlim no final da década de 1980.
[5]O exemplo do funcionamento do imperialismo
norte-americana através da imposição cultural à outros países por meio da
literatura, do cinema e da música. Os Estados Unidos souberam beneficiar-se da
lacuna de poder aberta pela crise européia do pós-guerra, e passaram a exportar
seu modo de vida, o “american way of life” (estilo de vida americano). Um modo
de viver expresso no alcance da felicidade a partir do consumo de produtos
industrializados: rádios, eletrodomésticos, aspirador de pó, comida enlatada,
carro próprio, etc.
[6]
CARNEIRO, Henrique. Comida e sociedade: uma história da alimentação. Rio de
Janeiro: Campus, 2003.
Os conflitos
globais implicam em disputas entre as nações mundiais, que envolvem diferenças
religiosas, domínio territorial, hegemonia econômica. Com o fim do socialismo e
desestruturação da URSS no final da década de 1980, os conflitos globais foram
ampliados, assumindo sob a conjuntura do mundo capitalista globalizado um
caráter de tornar “as particularidades visíveis em meio à globalidade”, em
outras palavras, se tornou a bandeira em defesa dos direitos das ditas minorias
pela afirmação das diferenças das identidades étnico-sociais.
A Nova Ordem
Mundial consolidou o capitalismo como modelo político-econômico hegemônico,
hierarquizando e criando elos de dependência entre os diversos países
capitalistas em
desenvolvimento. Esta lógica gera um motor de manutenção das
relações de exploração do trabalho, das guerras para gerar riquezas e acrescer
domínios geopolíticos. E no Oriente Médio as questões que justificam a guerra,
o interesse e intervenção das potências mundiais, extrapolam as diferenças étnico-religiosas
e o nacionalismo, envolvendo a cobiça pelos recursos minerais, como o petróleo.
Conflito da Palestina:
No
que se refere à questão religiosa, alguns fatores importantes justificam o
conflito entre judeus e palestinos na conjuntura atual, entre eles:
Para os judeus Jerusalém é a Terra Prometida por
Deus e lá é o local que deverá ser construído o Reino de Israel, nos dias
atuais: o Estado Judaico.
A diáspora e a perseguição aos judeus iniciada na Antiguidade,
fizeram com que eles se espalhassem pelo mundo, firmando como unidade a
cultura e a religião.
A ausência de
um Estado Judaico deu origem no final do século XIX ao movimento sionista. Um
movimento político e religioso que buscava restabelecer na Palestina um Estado
de Israel, na área onde se localiza Jerusalém, a Terra Prometida.
Embora sob
domínio árabe-mulçumano, após o fim da 1ª Guerra Mundial e a conseqüente queda
do Império Otomano, em 1918,
a Grã-Bretanha assumiu o controle da Palestina e apoiou
o movimento sionista.
Os ingleses
dividiram a Palestina em duas partes: judeus e palestinos; e em 1948, o Estado
de Israel foi fundado com o apoio da ONU. A Liga árabe protestou e declarou
guerra a Israel.
Em 1949, com
apoio internacional, o Estado de Israel passava a ocupar 70% da Palestina. O
início da guerra e o conflito árabe-israelense determinaram à diáspora
palestina e a formação de campos de refugiados para abrigar a população.
Em 1956
ocorreu a Guerra do Suez entre Inglaterra, Israel com o apoio da França contra
o Egito. O motivo do conflito foi a nacionalização do canal de Suez e a
abertura do porto de Eilat, no golfo de Ácaba, que havia sido fechado pelo
então presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser. A vitória de Israel consolidou
os interesses que estavam em jogo na guerra. A abertura do porto de Eliat
garantiu o acesso ao Mar Vermelho. Os
israelenses ainda ampliaram seu território após o domínio da Península do Sinai
(devolvida ao Egito apenas em 1982. Veja em: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1524260-5602,00-EGITO+COMEMORA+ANOS+DA+DEVOLUCAO+DO+SINAI+EM+MEIO+A+CASOS+DE+ESPIONAGEM.html).
Em resposta as
perdas consecutivas da guerra e do território, os palestinos criaram um
movimento de luta armada contra o Estado de Israel conhecido como El Fatah.
Este foi um movimento de resistência liderado por Yasser Arafat cujo objetivo
era criar um Estado Palestino Independente. O Al Fatah assumiu uma postura
antissionista, laica e anti-imperialista.
Em 1964,
nascia a OLP – Organização para Libertação da Palestina, também criada por
Yasser Arafat com o objetivo era consolidar o Estado Palestino de forma
política.
Em 1967
ocorreu a Guerra dos Seis Dias, onde a Jordânia, a Síria e o Egito atacaram
Israel. Porém, o exército israelense, em menos de uma semana, dominou a Faixa
de Gaza, a Cisjordânia, as Colinas de Gola e Jerusalém Oriental.
Em 1973,
durante o feriado judaico, conhecido como dia do perdão, aconteceu a Guerra do
Yom Kippur. A Síria e o Egito atacaram Israel. O motivo principal da Guerra do
Yom Kippur foi à anexação dos territórios sírios e egípcios por Israel durante
a Guerra dos Seis Dias, em julho de 1967. Esses territórios eram: a Península
do Sinai, uma parte do Canal de Suez, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as
Colinas de Golã.
O cessar-fogo
teve a intervenção dos Estados Unidos, da ONU e da União Soviética. Em tempos de
Guerra Fria, a União Soviética chegou a ameaçar entrar no conflito a favor do
aliado sírio. Apesar do acordo, Israel não devolveu os territórios que havia
ocupado em 1967.
Esta guerra
deu visibilidade internacional à Questão Palestina, levando ao conhecimento
mundial a situação de milhares de palestinos expulsos de suas terras. Esta
realidade fortaleceu o papel político de Yasser Arafat e da Organização para a
Libertação da Palestina (OLP).
Outra
consequência importante da Guerra do Yom Kippur foi o boicote dos países árabes
produtores de petróleo e membros da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) aos países que apoiaram Israel. O petróleo passou a ser usado
como arma pelos países árabes, que aumentaram o preço do barril restringindo as
vendas, o que levou a queda das bolsas de valores no ocidente e uma crise no
capitalismo mundial, caracterizada como a Crise do Petróleo.
Em
1987, ocorreu na Palestina a Intifada. Uma rebelião popular urbana que culminou
em novembro de 1988 na criação do Estado Independente da Palestina, sob o
comando do Conselho Nacional Palestino, que rejeitou o terrorismo e manifestou
o interesse em participar da Conferência Internacional da Paz.
Em
1993, Israel e a OLP chegaram ao primeiro acordo sobre a autonomia da Palestina.
Itzhak Rabin e Yasser Arafat receberam o prêmio Nobel da Paz após concordarem
em garantir a autonomia da Cisjordânia, como uma área de domínio palestino.
Na
imagem o presidente Bill Clinton presencia o aperto de mão entre Rabin e
Arrafat. Os acordos de paz assinados por Rabin fizeram com que Israel passasse
a ser vista com bons olhos pelo mundo todo, mas gerou grandes conflitos e
oposição dentro do país. Em 4 de Novembro de 1995, Rabin foi assassinado por um
extremista judeu chamado Ygal Amir. Amir que concordava com os termos assinados
por Rabin nos acordos de paz.
Em
contraposição aos acordos entre ambos os líderes, começaram a aparecer na
região da Cisjordânia colônias judaicas ortodoxas. O terrorismo e os homens
bomba começaram a justificar atentados contra judeus em Israel. No ano 2000 foi
construído um muro na região da Cisjordânia para separar israelenses e
palestinos.
A
Faixa de Gaza possui o domínio civil palestino, mas é controlada pelo exercito
israelense como forma de conter os atentados, e tutelar os refugiados.
Atualmente, a Faixa de Gaza é uma área de confronto anunciado.
Muro na Faixa de Gaza
O
Fatah e o Hamas assumiram uma postura religiosa radical e nacionalista como
forma de reafirmar o domínio palestino em contraposição ao Estado de Israel,
liderando atentados e ataques terroristas contra civis.
Essa
é uma guerra delicada de grande interesse internacional na manutenção dos
conflitos geopolíticos regionais, religiosos, e étnicos para justificar o
imperialismo de guerra e o domínio capitalista sob a produção do petróleo em
contraposição à soberania árabe-mulçumana.
APROFUNDE OS CONHECIMENTOS!
ASSISTA O ARQUIVO N SOBRE O CONFLITO ENTRE ISRAEL E PALESTINA.
O pensamento
de esquerda tem origem em dois processos históricos fundamentais ocorridos no
século XVIII: a Revolução Industrial e as Revoluções Burguesas.
A
Revolução Industrial transformou as relações de produção e as relações de
trabalho consolidando o capitalismo e dando origem ao proletariado. As
transformações na esfera produtiva e a centralização do trabalho assalariado
como produto do trabalho, determinaram à perda da identidade e a alienação do
trabalhador.
A
ampliação do exército industrial de reserva, a falta de direitos e
regularização da jornada de trabalho, a exploração do trabalho feminino e
infantil, a pobreza generalizada dos operários contribuiu para a organização do
movimento dos trabalhadores.
Paralelo
à Revolução Industrial que estabeleceu o poder econômico da burguesia através
do capitalismo industrial, as Revoluções Burguesas tiveram como objetivo acabar
com o Estado Absolutista e instituir o Estado Burguês através do Liberalismo.
Neste processo, que ocorreu de forma diversificada na Inglaterra (1680), nos
EUA (1776) e na França (1789), como eixo comum, a burguesia lutou pelo fim dos
privilégios feudais e da hereditariedade, pela igualdade de direitos e pela abertura
comercial e econômica.
O
apoio das classes populares ao longo das revoluções burguesas levou ao fim do
Absolutismo, e a normatização da igualdade de direitos na esfera legislativa. A
luta de classes permaneceu ativa no processo de consolidação das relações
capitalistas, e passou a ser analisada por Karl Marx como o alicerce histórico
da tomada de poder pela classe operário e da revolução comunista.
2) ALEMANHA NO SÉCULO XIX:
A
teoria marxista rompeu com a filosofia e o idealismo hegeliano, atribuindo o
materialismo histórico como método de análise.
O
materialismo histórico compreende a evolução dos modos de produção. A passagem
de um modo de produção para o outro se dá no momento em que o nível de
desenvolvimento das forças produtivas entra em contradição com as relações
sociais de produção. Para tal, Marx descreve as transformações econômicas
através: comunismo primitivo, do escravismo na antiguidade, do feudalismo e do
capitalismo.
Para
Marx, a essência humana é o conjunto das relações sociais. E o que indivíduos
são depende das condições materiais da sua produção. O modo de produção da vida
material condiciona o processo geral da vida social, política e espiritual.
Desta
forma, o trabalho ganha centralidade na teoria marxista e tem relação direta
com a essência humana, com o processo criativo, com a produção de mercadoria e
de valor. O trabalho humano é a força produtiva e esta presente em todo as
etapas da produção de uma mercadoria e por isso à ele é agregado valor.
O
trabalho assalariado rompe com o conceito de trabalho marxista fundamentado na
essência humana e criador de valor, pois está inserido no modo de produção
capitalista como mercadoria. As relações de trabalho capitalistas incluem
também a alienação do trabalhador do produto do trabalho e do processo
produtivo, e a mais valia, que implica no trabalho não pago e fonte de lucro do
capitalista.
A
luta de classes é o motor da História e na conjuntura do capitalismo industrial
a classe proletária possui um caráter revolucionário. Mas para que os
proletários liderassem a revolução era necessário que tomassem consciência da
sua importância quanto classe no processo produtivo, e para isso Marx escreveu
o Manifesto Comunista (1848).
“Em suma, em toda parte os comunistas apóiam todo o movimento
revolucionário contra a ordem social e política vigente. Em todos esses
movimentos põem em primeiro lugar, como questão fundamental, a questão da
propriedade, não obstante o grau de desenvolvimento alcançado na época.
Finalmente, em toda parte os comunistas trabalham pela união e entendimento dos
partidos democratas de todos os países. Os comunistas não se rebaixam em
dissimular suas idéias e seus objetivos. Declaram abertamente que seus fins só
poderão ser alcançados pela derrubada violenta das condições sociais
existentes. Que as classes dominantes tremam diante da revolução comunista! Os
proletários nada têm a perder senão os seus grilhões. Têm um mundo a ganhar.
Proletários de todos os países, uni-vos!” (Trecho Manifesto Cominista).
3) PREFÁCIO À EDIÇÃO
RUSSA DE 1882 A
PRIMEIRA EDIÇÃO RUSSA doMANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA, TRADUÇÃO DE
BAKUNIN, FOI PUBLICADA EM PRINCÍPIOS DA DÉCADA DE 1860.
Então, o Ocidente via nessa edição uma simples curiosidade literária.
Hoje em dia tal idéia seria impossível. O campo limitado do movimento
proletário daquela época (dezembro de 1847) está expresso na última parte: a
posição dos comunistas em relação aos vários partidos de oposição nos
diferentes países. A Rússia e os Estados Unidos, precisamente, não foram mencionados.
Era a época em que a Rússia se constituía na última grande reserva da reação
européia e em que os Estados Unidos absorviam o excesso das forças proletárias
da Europa, que para lá emigravam. Ambos os países proviam a Europa de matérias
primas, sendo ao mesmo tempo mercado para a venda de seus produtos industriais.
De uma maneira ou de outra, eram, portanto, sustentáculos do sistema vigente na
Europa. Que diferença hoje! Justamente a imigração européia foi que
possibilitou à América do Norte a produção agrícola em proporções gigantescas,
cuja concorrência está abalando os alicerces da propriedade rural européia — a
grande e a pequena. Ao mesmo tempo, deu aos Estados Unidos a oportunidade de
explorar seus imensos recursos industriais, com tal energia e em tais
proporções que, dentro em breve, arruinarão o monopólio industrial da Europa
ocidental, especialmente o da Inglaterra. Essas duas circunstâncias repercutem
de maneira revolucionária na própria América do Norte. Pouco a pouco, a pequena
e a média propriedade rural, a base do regime político em sua totalidade, está
sucumbindo diante da competição das fazendas gigantescas; ao mesmo tempo,
formam-se, pela primeira vez, nas regiões industriais, uma massa proletária e
uma concentração fabulosa de capitais. E na Rússia? Durante a revolução de
1848-49, os príncipes e a burguesia europeus viam na intervenção russa a única
maneira de escapar do proletariado que despertava. O czar foi proclamado o
chefe da reação européia. Hoje ele é, em Gatchina, o prisioneiro de guerra da
revolução e a Rússia forma a vanguarda da ação revolucionária na Europa. O
Manifesto Comunista tinha como objetivo a proclamação do desaparecimento
próximo e inevitável da moderna propriedade burguesa. Mas na Rússia vemos que,
ao lado do florescimento acelerado da velhacaria capitalista e da propriedade
burguesa, que começa a desenvolver-se, mais da metade das terras é possuída em
comum pelos camponeses. O problema agora é: poderia a obshchina russa, apesar
de muito deteriorada, ainda uma forma primitiva da propriedade comum da terra
transformar-se diretamente na propriedade comunista? Ou, ao contrário, deveria
primeiramente passar pelo mesmo processo de dissolução que constitui a evolução
histórica do Ocidente? Hoje em dia, a única resposta possível é a seguinte: se
a Revolução Russa constituir-se no sinal para a revolução proletária no
Ocidente, de modo que uma complemente a outra, a atual propriedade comum da
terra na Rússia servirá de ponto de partida para a evolução comunista.
Karl Marx e Friedrich Engels Londres, 21 de janeiro de 1882
4) A APROPRIAÇÃO DO MARXISMO AO LONGO DO SÉCULO XX:
A
teoria marxista teve ampla aceitação teórica e metodológica tanto como política
como revolucionária, transformando-se no alicerce do pensamento de esquerda
mundial. È importante destacar a diferença entre o socialismo utópico do qual se
defendia transformações sociais sem romper com as relações capitalistas, do
socialismo científico, da qual a teoria marxista está inserida e propõe o
rompimento das relações capitalistas através da revolução comunista e da
ditadura do proletariado.
No
entanto, a teoria marxista é diferente do movimento de esquerda.
Em
1864, em Londres, Karl Marx e Friedrich Engels estruturaram a 1ª Associação
Internacional de Operários ou a 1ª Internacional, promovendo a organização e
defesa dos operários em nível internacional. Em 1873, a difusão das ideias e
das propostas marxistas ficou por conta dos sindicatos e partidos existentes em
diversos países, o que determinou uma diversificação de leituras e correntes do
marxismo.
Com
a formação dos Partidos Comunistas o ideal revolucionário ganhou difusão
internacional consolidando-se após a Revolução Russa em 1917. Tal objetivo
ganhou força após a 3ª Internacional ocorrida em 1919 – Comiterm, que procurou
difundir os ideais comunistas e organizar os partidos e a luta dos operários
para tomada de poder.
Ganharam
destaque as lideranças comunistas do inicio do século XX:
Rosa Luxemburgo (1870/1919): alemã que acreditava
no socialismo como um desenvolvimento histórico realizado a parir da ação
do proletariado consciente.
Lênin (1870/1922) líder do partido bolchevique e da
Revolução Russa 1917, que incorporou a organização proletária através da
criação de um partido revolucionário para tomada de poder.
Trotsky (1879/1940): membro do partido bolchevique,
defendia a revolução permanente e de extensão a outros países.
Stalin (1878/1953): sucedeu Lênin como chefe de
Estado da URSS e acreditava no socialismo em um país só. Propagou o
socialismo autoritário.
Gramsci (1891/1937): desenvolveu reflexões sobre a
importância da ideologia. Cunhou o conceito de hegemonia reforçada pela
educação e pela mídia. Acreditava que a revolução ocorreria pela classe
trabalhadora através da contra-ideologia.
A partir dos anos 1960/1970, no período de Guerra-Fria, o marxismo
deixou de ser um método de transformação social para se tornar uma ideologia
alicerçada na vulgarização e apropriação teórica por diferentes movimentos
sociais que se classificam como esquerda. Foram tempos difíceis de polarização
ideológica e de luta pela hegemonia mundial entre EUA e URSS.
Esta apropriação diversificada contribuiu para que o marxismo assumisse
diferentes críticas que envolviam o determinismo histórico, a centralidade da
teoria no economicismo, a leitura reformista de perspectiva social-democrata
por muitos partidos que se intitulam como de esquerda.
Com fim da URSS, o isolamento em Cuba, a queda do Muro de Berlim, e o
exemplo das experiências mundiais com o socialismo autoritário, não significaram
o fim da história para o socialismo, nem o aparente esgotamento da postura
teórica marxista. Na verdade, as contradições da leitura marxista em diferentes
momentos da História, demonstraram a importância de distinguir as realidades e
respeitar cientificamente as especificidades e historicidade de cada uma dessas
manifestações no processo de desenvolvimento universal da sociedade humana.
A teoria marxista elucida a metodologia dialética com materialismo
histórico até hoje, e é a base das Ciências Humanas e da filosofia
revolucionária.
DE OLHO NO VESTIBULAR:
1) Que relação Marx estabelece entre trabalho e valor?
R: PARA MARX, TUDO QUE É CRIADO PELO HOMEM CONTÉM EM SI TRABALHO. ELE
É A ESSENCIA HUMANA E CRIATIVA QUE PRODUZ MERCADORIA E AGREGA O VALOR DE TODO O
PROCESSO PRODUTIVO.
2) O que é modo de produção? Qual é a importância para análise que Marx
faz da sociedade?
R: O MODO DE PRODUÇÃO COMPREENDE A ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DA
SOCIEDADE ATRAVÉS DOS DIFERENTES PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO
EXISTENTES NA HISTÓRIA, DESCRITOS POR MARX COMO: COMUNISMO PRIMITICO,
ESCRAVISMO NA ANTIGUIDADE, FEUDALISMO E CAPITALISMO.
3) Caracterize a teoria do materialismo histórico:
R: É O MÉTODO FILOSÓFICO CIENTIFICO BASEADO NA REALIDADE HISTÓRICA SOCIAL
COMO UM CONJUNTO DE RELAÇÕES CONCRETAS QUE CARACTERIZAM CADA SOCIEDADE NUM
TEMPO E ESPAÇO DETERMINADOS. ELE BUSCA A TOTALIDADE ATRAVÉS DO CONSTANTE
DESLOCAMENTO DO GERAL PARA O PARTICULAR, DAS LEIS MACROSSOCIAIS PARA AS
MANIFESTAÇÕES HISTÓRICAS, DO MOVIMENTO ESTRUTURAL DA SOCIEDADE PARA AÇÃO HUMANA
INDIVIDUAL E COLETIVA.
Nordestino,
pobre, sétimo filho de um casal de lavradores analfabetos, Luiz Inácio Lula da
Silva nasceu em 1945 numa casa de dois cômodos e chão de terra batida, na
região do semiárido pernambucano. Aos sete anos saiu num pau-de-arara e, com a
mãe e os irmãos rumo à São Paulo. Lula começou a trabalhar ainda criança. Foi ambulante
aos oito anos e engraxate aos nove, virou ajudante de tinturaria no início da
adolescência. Conclui o ginásio e começou a trabalhar como metalúrgico aos
quatorze anos, depois de ter sido admitido no curso técnico de torneiro
mecânico do Senai.
O Brasil
desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek investiu na industrialização,
tornando a região do ABC, na Grande São Paulo, em um pólo industrial, que
atraiu algumas das principais metalúrgicas do mundo, como as montadoras Scania
e Volkswagen.
Quando tinha
dezessete anos, em 1963, Lula perdeu o dedo mínimo da mão esquerda num acidente
de trabalho.
Em 1964, com o
golpe militar e o fim das liberdades democráticas, os direitos sociais sofreram
uma retração, assim como os direitos trabalhistas. Neste período, aos dezoito
anos, Lula entrou como militante clandestino para o Partido Comunista
Brasileiro e passou a frequentar reuniões no sindicato. Em 1969, foi eleito
diretor do sindicato dos metalúrgicos inaugurando sua trajetória de líder
sindical. Em 1975, antes de completar 30 anos, é Lula quem assume a presidência
do sindicato.
A conjuntura
da segunda metade dos anos 1970 foi caracterizada pela radicalização dos
movimentos reivindicatórios da classe trabalhadora. Entre 1978 e 1980, as
reivindicações pelos direitos dos trabalhadores por melhores condições de
trabalho e pelo retorno à democracia, desdobraram-se em greves gerais
organizadas pelos sindicatos dos trabalhadores do ABC. Em 19 de abril de 1980, Lula
era presidente do sindicato dos metalúrgicos e foi preso e fichado no DOPS,
passando 31 dias na cadeia. Libertado, retomou a atividade sindical e política,
e fundou o Partido dos Trabalhadores.
A TRAJETÓRIA POLÍTICA DE LULA E O PARTIDO DOS TRABALHADORES:
Nos anos de
1980, durante o período de redemocratização do país, surgiu o Partido dos
Trabalhadores (PT), idealizado no cotidiano das lutas do movimento sindical, apoiado
e influenciado por intelectuais, religiosos, artistas, estudantes e militantes
egressos da luta armada. Lula foi o primeiro presidente do partido. Atuando
como porta voz dos trabalhadores, e principal o líder da oposição.
Nos anos 1990,
esteve à frente do Instituto Cidadania, onde formulou o Fome Zero, implementada
anos depois durante seu governo.
Lula presidiu
o PT na campanha pelo Impeachment de Collor.
Ao longo dos
oito anos de administração do governo Fernando Henrique Cardoso, fez oposição à
política econômica recessiva, à manipulação do câmbio para manter o Plano Real,
à compra de votos em troca da aprovação do projeto de lei que garantiu o
direito à reeleição, em 1997, à mal gestão do dinheiro, as privatizações
realizadas em empresas públicas como a Vale, leiloada por um preço bem abaixo
do que de fato valia.
Após três
campanhas eleitorais frustradas, Lula foi finalmente eleito presidente da
República em 27 de novembro de 2002.
LULA E A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (2004/2010)
Lula foi o
primeiro operário a tornar-se presidente da república, levando à sociedade uma
expectativa de mudança, de valorização dos bens públicos, de um governo voltado
para os direitos sociais e dos trabalhadores e, sobretudo, de uma política
eficaz de transferência de renda.
Seus dois
governos foram marcados pela implementação de programas de distribuição de
renda, como o Bolsa Família e o Fome Zero, com o objetivo de garantir o acesso
dos mais pobres a linhas de crédito, salários mais altos, geração de empregos.
De fato, o
Brasil melhorou os indicadores sociais, principalmente em relação às camadas
pobres do proletariado brasileiro atendidas pelos programas sociais do governo
Lula e posteriormente ao governo Dilma. Como mostram indicadores medidos do
Pnad/IBGE, de 2002 a
2013 diminuiu a desigualdade social com a redução da pobreza extrema, aumentou
o consumo dos pobres com o crescimento da posse de bens duráveis e o acesso a
serviços públicos essenciais.
Nesse período,
ocorreu um aumento dos trabalhadores assalariados de baixa renda com carteira
assinada o que significou mudanças de renda e consumo para as camadas pobres do
proletariado que alteraram a estratificação social, mas não a estrutura de
classes no país.
Não obstante,
as camadas médias do proletariado urbano, principalmente o precariado (a camada
social de jovens trabalhadores urbanos e estudantes altamente escolarizados,
mas inseridos em relações de trabalho e vida precários), encontraram-se imersos
em frustrações de expectativas profissionais. E no caso dos trabalhadores
assalariados médios, apesar do aumento da sua renda nos últimos dez anos de governo,
aumentaram também, a carga tributária direta nos seus rendimentos e os gastos
com serviços privados de péssima qualidade tendo em vista o sucateamento dos
serviços públicos (é o caso, por exemplo, da educação e saúde pública nas
grandes cidades).
Apesar da
redução do desemprego e aumento da formalização no mercado de trabalho, registra-se
neste período, altas taxas de rotatividade e crescimento das terceirizações
(por exemplo, em 2000, o Brasil tinha cerca de 3 milhões de trabalhadores
terceirizados; em 2013, tem cerca de 15 milhões e, segundo estimativas, em
2020, terá cerca de 20 milhões), o que determinou uma queda nos salários e nos
direitos destes trabalhadores.
PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO LULA:
1. Bolsa-Família: É o carro-chefe dos programas. Criado em 2004, a partir da reforma e
fusão de programas de transferência de renda já existentes, beneficia famílias
em situação de pobreza - com renda mensal por pessoa de R$ 60 a R$ 120 - e extrema
pobreza - com renda mensal por pessoa de até R$ 60. Para permanecerem no
programa, as famílias precisam cumprir determinadas condições, como a
permanência das crianças de até 15 anos na escola, com freqüência mínima de 85%;
e a atualização das carteiras de vacinação. Beneficiados - 11 milhões de famílias.
Investimento previsto para 2008 - R$ 10,9 bilhões.
2. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti):
Criado em 1996, ainda na gestão
do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é um programa que tem por objetivo
retirar crianças e adolescentes entre 7 e 15 anos de idade do trabalho infantil
considerado perigoso - aquele que coloca em risco sua saúde e segurança. O Peti
concede bolsas mensais - que chegam a R$ 40 - para que a criança ou adolescente
freqüente a escola. E promove atividades culturais e esportivas, artísticas e
de lazer em período complementar. Beneficiados - 875 mil crianças e
adolescentes Investimento previsto para 2008 - R$ 368 milhões.
3. Luz para Todos:
Foi criado em novembro de 2003
para levar energia elétrica a 10 milhões de brasileiros residentes no meio
rural até o ano de 2008, e dessa forma universalizar o acesso a energia a todas
as pessoas. Beneficiados - 7,2 milhões Investimento previsto para 2008 -
R$ 3,5 bilhões.
4. Brasil Alfabetizado e Educação de Jovens e Adultos.
O programa é voltado para pessoas
com 15 anos ou mais e faz parcerias com Estados, municípios, universidades,
empresas privadas, organizações não-governamentais, organismos internacionais e
instituições civis para combater o analfabetismo. É articulado à Educação de
Jovens e Adultos (EJA) e tem por objetivo ainda fortalecer políticas que
estimulem a continuidade nos estudos e a reinserção nos sistemas de ensino. Beneficiados
- 8,9 milhões de pessoas Investimento previsto para 2008 - R$ 381 milhões.
5. ProUni:
Criado em 2004, o Programa
Universidade para Todos ter por objetivo permitir o acesso de jovens de baixa
renda à educação superior, por meio da concessão de bolsas de estudo, integrais
ou parciais. Os beneficiados são estudantes de cursos de graduação em
instituições privadas de educação superior. As instituições precisam aderir ao
programa e recebem, em contrapartida, isenção de alguns tributos. Os critérios
de seleção são os resultados dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e o perfil socioeconômico. Beneficiados - 116 mil pessoas em 2005
Instituições privadas cadastradas - 1.142.
O
Lulismo pode ser caracterizada como um governo neodesenvolvimentista repleto de
limites. Os limites do neodesenvolvimentismo são os próprios limites do Estado
brasileiro como Estado neoliberal.
No Brasil, na
década de 1990, a
conjuntura política do neoliberalismo, vitoriosa nas eleições de 1989 (com
Fernando Collor de Mello) e depois, em 1993 (com Fernando Henrique Cardoso),
adequou o capitalismo brasileiro à nova ordem burguesa global, constituindo os
pilares do Estado neoliberal no Brasil. O Estado brasileiro assumiu à tendência
do capitalismo global da acumulação flexível e da financeirização. A política
do neodesenvolvimentismo de Lula, iniciada no governo em 2003, foi incapaz de
alterar a forma do Estado neoliberal, mesmo incluiu como plataforma política
econômica, a ampliação dos gastos sociais e o fortalecimento do Estado Social.
O primeiro – neodesenvolvimentismo – diz
respeito a um padrão de desenvolvimento da ordem capitalista no País, operada
por um frente política baseada em camadas, frações e categoriais do bloco de
poder do capital (a burguesia interna das grandes empresas, agronegócio,
empreiteiras e fundos de pensão) com apoio de camadas, frações e categorias
sociais do proletariado brasileiro (com destaque para a multidão do
subproletariado pobre e proletariado de baixa renda, embora tenha apoio em
parcelas organizadas do proletariado industrial do campo e da cidade).
O segundo – o lulismo – diz respeito a: (1) interpelar o apoio do
subproletariado pobres e das camadas de baixa renda do proletariado brasileiro,
das cidades e do campo por meio de programas sociais (Bolsa-Família, Minha Casa
Minha Vida, por exemplo) e valorização do salário-minimo – 70%, de 2002 a 2012; (2) por adotar
a postura de não-confrontar o capital como bloco de poder (o que explica o viés
bonapartista de Lula e Dilma, agindo aparentemente acima das classes sociais
antagônicas, extirpando, inclusive, do horizonte do discurso político, o léxico
do antagonismo de classe e cultivando como alma manter, a conciliação social
como valor fundamental, com o mote “Lula Paz e Amor” ou ainda “Brasil País de
Todos”); (3) e, por fim, por adotar um reformismo fraco baseado em politicas de
combate a pobreza, incentivo ao consumo visando mercado interno e programas
sociais voltados para a redução da desigualdade social. Na verdade, o
reformismo fraco oculta a incapacidade política da frente do
neodesenvolvimentismo de operar reformas sociais que incomodem os interesses de
camadas, frações e categoriais sociais do bloco de poder neoliberal. Eis os
limites do neodesenvolvimentismo.
(Retirado de: Alves, Giovanni.
“Os Limites do Neodesenvolvimentismo”. In:https://blogdaboitempo.com.br/2013/10/22/os-limites-do-neodesenvolvimentismo/
)
ESCCÂNDALOS DE CORRUPÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS:
A derrocada do
governo Lula e a perda de popularidade estão relacionados com os escândalos de
corrupção.
O Mensalão desvelou
um esquema de compra de votos pelo PT na Câmara dos Deputados a favor de
projetos do governo, onde cada deputado envolvido recebia R$ 30 mil por mês, de
dinheiro público, desviado pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo
publicitário e lobista Marcos Valério. O esquema foi revelado pelo ex-deputado
Roberto Jefferson, que resultou também na cassação do mandato do ministro da
Casa Civil José Dirceu.
A Renúncia de
Palocci em março de 2006 do cargo de ministro da Fazenda aconteceu depois da acusação de que ele teria chefiado o
esquema de corrupção na época em que era prefeito de Ribeirão preto. Palocci
teria cobrado "mesadas" de até R$ 50 mil mensais de empresas que
prestavam serviços à prefeitura para os cofres do PT.
O Petrolão foi outro escândalo
que envolveu o PT a partir da denúncia feita por Pedro Barusco, ex-gerente da
diretoria de Serviços da Petrobras, nas investigações da Operação Lava-Jato. De
acordo com o delator, no período de 2003 a 2013 o partido recebeu entre US$ 150
milhões e US$ 200 milhões em propina de 90 contratos firmados pela estatal.
Os esquemas de
corrupção que incluíram a cúpula Partido dos Trabalhadores (Delúbio Soares,
José Dirceu), envolvidos na eleição de Lula, determinaram a força que a
oposição necessitava para reprimir a provável eleição de Dilma Roussef como
sucessora de Lula.
Contrapondo as
expectativas da oposição, Lula chegou ao final do mandato com 87% de aprovação,
transferindo com tranqüilidade a faixa presidencial para sucessora Dilma
Roussef cuja tarefa seria manter a política dos governos anteriores do PT.
1) Descreva as razões para que o
governo Lula fosse caracterizado como neodesenvolvimentista.
R: Com os limites impostos pelo próprio neoliberalismo, o
neodesenvolvimentismo utilizava o capital estrangeiro para investir no
desenvolvimento nacional, ampliando os gastos sociais com programas de transferência
de renda, com o objetivo de tirar as classes pobres da linha de pobreza e melhor
o poder de compra destes segmentos sociais.
2) Apresente um fator para crise
do governo Lula:
R: Escândalos de corrupção.
3) Assinale a alternativa abaixo
que exemplifica políticas realizadas pelo governo Lula:
a) Biodísel, privatizações, Bolsa
Família, PETI.
b) Investimento no pré-sal, Fome
Zero, Cartão Cidadão.
c) Fome Zero, Bolsa Família, Biodísel.
d) Programa Luz para Todos, Bolsa
Escola, PETI.
e) Todas as alternativas estão
corretas.
4) Sobre os objetivos e o acesso
aos programas de transferência de renda, podemos afirmar que:
a) Tem como objetivo viabilizar
direitos e incluir toda população pobre necessitada.
b) Tem como objetivo retirar a classe pobre da linha de pobreza
absoluta e garantir o beneficio através de critérios rígidos como a permanência
de crianças na escola.
c) São programas sem objetivos
concretos, que demonstram a manipulação política da população pobre.
d) São programas diversos que
confundem os beneficiados em como ter acesso a está política.