Introdução:
Os conflitos
globais implicam em disputas entre as nações mundiais, que envolvem diferenças
religiosas, domínio territorial, hegemonia econômica. Com o fim do socialismo e
desestruturação da URSS no final da década de 1980, os conflitos globais foram
ampliados, assumindo sob a conjuntura do mundo capitalista globalizado um
caráter de tornar “as particularidades visíveis em meio à globalidade”, em
outras palavras, se tornou a bandeira em defesa dos direitos das ditas minorias
pela afirmação das diferenças das identidades étnico-sociais.
A Nova Ordem
Mundial consolidou o capitalismo como modelo político-econômico hegemônico,
hierarquizando e criando elos de dependência entre os diversos países
capitalistas em
desenvolvimento. Esta lógica gera um motor de manutenção das
relações de exploração do trabalho, das guerras para gerar riquezas e acrescer
domínios geopolíticos. E no Oriente Médio as questões que justificam a guerra,
o interesse e intervenção das potências mundiais, extrapolam as diferenças étnico-religiosas
e o nacionalismo, envolvendo a cobiça pelos recursos minerais, como o petróleo.
Conflito da Palestina:
No
que se refere à questão religiosa, alguns fatores importantes justificam o
conflito entre judeus e palestinos na conjuntura atual, entre eles:
- Para os judeus Jerusalém é a Terra Prometida por Deus e lá é o local que deverá ser construído o Reino de Israel, nos dias atuais: o Estado Judaico.
- A diáspora e a perseguição aos judeus iniciada na Antiguidade, fizeram com que eles se espalhassem pelo mundo, firmando como unidade a cultura e a religião.
A ausência de
um Estado Judaico deu origem no final do século XIX ao movimento sionista. Um
movimento político e religioso que buscava restabelecer na Palestina um Estado
de Israel, na área onde se localiza Jerusalém, a Terra Prometida.
Embora sob
domínio árabe-mulçumano, após o fim da 1ª Guerra Mundial e a conseqüente queda
do Império Otomano, em 1918,
a Grã-Bretanha assumiu o controle da Palestina e apoiou
o movimento sionista.
Os ingleses
dividiram a Palestina em duas partes: judeus e palestinos; e em 1948, o Estado
de Israel foi fundado com o apoio da ONU. A Liga árabe protestou e declarou
guerra a Israel.
Em 1949, com
apoio internacional, o Estado de Israel passava a ocupar 70% da Palestina. O
início da guerra e o conflito árabe-israelense determinaram à diáspora
palestina e a formação de campos de refugiados para abrigar a população.
Em 1956
ocorreu a Guerra do Suez entre Inglaterra, Israel com o apoio da França contra
o Egito. O motivo do conflito foi a nacionalização do canal de Suez e a
abertura do porto de Eilat, no golfo de Ácaba, que havia sido fechado pelo
então presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser. A vitória de Israel consolidou
os interesses que estavam em jogo na guerra. A abertura do porto de Eliat
garantiu o acesso ao Mar Vermelho. Os
israelenses ainda ampliaram seu território após o domínio da Península do Sinai
(devolvida ao Egito apenas em 1982. Veja em: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1524260-5602,00-EGITO+COMEMORA+ANOS+DA+DEVOLUCAO+DO+SINAI+EM+MEIO+A+CASOS+DE+ESPIONAGEM.html).
Em resposta as
perdas consecutivas da guerra e do território, os palestinos criaram um
movimento de luta armada contra o Estado de Israel conhecido como El Fatah.
Este foi um movimento de resistência liderado por Yasser Arafat cujo objetivo
era criar um Estado Palestino Independente. O Al Fatah assumiu uma postura
antissionista, laica e anti-imperialista.
Em 1964,
nascia a OLP – Organização para Libertação da Palestina, também criada por
Yasser Arafat com o objetivo era consolidar o Estado Palestino de forma
política.
Em 1967
ocorreu a Guerra dos Seis Dias, onde a Jordânia, a Síria e o Egito atacaram
Israel. Porém, o exército israelense, em menos de uma semana, dominou a Faixa
de Gaza, a Cisjordânia, as Colinas de Gola e Jerusalém Oriental.
Em 1973,
durante o feriado judaico, conhecido como dia do perdão, aconteceu a Guerra do
Yom Kippur. A Síria e o Egito atacaram Israel. O motivo principal da Guerra do
Yom Kippur foi à anexação dos territórios sírios e egípcios por Israel durante
a Guerra dos Seis Dias, em julho de 1967. Esses territórios eram: a Península
do Sinai, uma parte do Canal de Suez, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as
Colinas de Golã.
O cessar-fogo
teve a intervenção dos Estados Unidos, da ONU e da União Soviética. Em tempos de
Guerra Fria, a União Soviética chegou a ameaçar entrar no conflito a favor do
aliado sírio. Apesar do acordo, Israel não devolveu os territórios que havia
ocupado em 1967.
Esta guerra
deu visibilidade internacional à Questão Palestina, levando ao conhecimento
mundial a situação de milhares de palestinos expulsos de suas terras. Esta
realidade fortaleceu o papel político de Yasser Arafat e da Organização para a
Libertação da Palestina (OLP).
Outra
consequência importante da Guerra do Yom Kippur foi o boicote dos países árabes
produtores de petróleo e membros da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) aos países que apoiaram Israel. O petróleo passou a ser usado
como arma pelos países árabes, que aumentaram o preço do barril restringindo as
vendas, o que levou a queda das bolsas de valores no ocidente e uma crise no
capitalismo mundial, caracterizada como a Crise do Petróleo.
Em
1987, ocorreu na Palestina a Intifada. Uma rebelião popular urbana que culminou
em novembro de 1988 na criação do Estado Independente da Palestina, sob o
comando do Conselho Nacional Palestino, que rejeitou o terrorismo e manifestou
o interesse em participar da Conferência Internacional da Paz.
Em
1993, Israel e a OLP chegaram ao primeiro acordo sobre a autonomia da Palestina.
Itzhak Rabin e Yasser Arafat receberam o prêmio Nobel da Paz após concordarem
em garantir a autonomia da Cisjordânia, como uma área de domínio palestino.
Em
contraposição aos acordos entre ambos os líderes, começaram a aparecer na
região da Cisjordânia colônias judaicas ortodoxas. O terrorismo e os homens
bomba começaram a justificar atentados contra judeus em Israel. No ano 2000 foi
construído um muro na região da Cisjordânia para separar israelenses e
palestinos.
A
Faixa de Gaza possui o domínio civil palestino, mas é controlada pelo exercito
israelense como forma de conter os atentados, e tutelar os refugiados.
Atualmente, a Faixa de Gaza é uma área de confronto anunciado.
Muro na Faixa de Gaza |
O
Fatah e o Hamas assumiram uma postura religiosa radical e nacionalista como
forma de reafirmar o domínio palestino em contraposição ao Estado de Israel,
liderando atentados e ataques terroristas contra civis.
Essa
é uma guerra delicada de grande interesse internacional na manutenção dos
conflitos geopolíticos regionais, religiosos, e étnicos para justificar o
imperialismo de guerra e o domínio capitalista sob a produção do petróleo em
contraposição à soberania árabe-mulçumana.
APROFUNDE OS CONHECIMENTOS!
ASSISTA O ARQUIVO N SOBRE O CONFLITO ENTRE ISRAEL E PALESTINA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário