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8 de maio de 2017

A ARTE MÁGICA DOS POVOS PRIMITIVOS.

1) ASPECTOS DA EVOLUÇÃO HUMANA.

A teoria do evolucionismo ou darwinismo explica de forma científica a evolução humana e das espécies. Para Darwin (1809/1882) os homens e gerais organismos têm origem de seres mais simples, e ao longo do tempo sofreram transformações cujas características se diferenciaram através da capacidade de adaptação de cada espécie ao meio que vivem. Os animais mais adaptados ao ambiente têm mais chances de sobreviver e gerar descendentes, que herdarão as mesmas características, no processo denominado seleção natural.
No século XIX, os estudos realizados por naturalistas buscavam compreender o passado a partir do estudo dos fósseis, ou seja, de organismos ou parte deles – plantas, animais petrificados, ossos, conchas, ou qualquer vestígios arqueológicos como parte de habitações, utensílios, pistas que ajudam a reconstruir a História do homem.



No que se refere a evolução da espécie humana o gênero Homo deu origem a diferentes espécies de hominídeos que evoluíram a partir do primeiro gênero bípede Australopithecos, que posteriormente, há 2 milhões de anos atrás, originou o Homo Habilis – primeiro da espécie do gênero Homo a fabricar instrumentos de ossos, pedra e madeira, vivia e caçava em pequenos grupos, era nômade.
O Homo Sapiens, surgido há aproximadamente 190 mil anos, espécie à qual pertencemos, desenvolveu a técnica de cerâmica, metais, a agricultura, domesticou animais, construiu cidades e elaborou a linguagem falada e a escrita.



A Pré-História pode ser dividida em três períodos: o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais.
Embora a evolução humana não esteja associada a perspectiva artística e sim de sobrevivência ao meio, se compreendermos a arte como um impulso irresistível de reestruturar a si próprio e ao meio ambiente, através de ideias, da invenção e fabricação de utensílios e de instrumentos para aprimorar o cotidiano e técnicas, da criação de símbolos e registros de comunicação como expressão do mundo ao qual estavam inseridos, compreenderemos que a relação da arte com o homem abrange diferentes significados e perspectivas ao longo da História.

2) A Arte nas cavernas: o período Paleolítico.

Durante o período Paleolítico os grupos humanos eram formados por um número reduzido de indivíduos nômades, que dividam o espaço e o trabalho coletivamente, migravam de acordo com a necessidade de caça e coleta de alimentos, fabricavam armas, dominavam o fogo e utilizavam peles de animais como vestimentas.
Na transição do período Paleolítico para o período Neolítico, denominada com Mesolítico, observou-se o aperfeiçoamento da fabricação das armas, como o desenvolvimento do arco e flecha, e um processo de sedentarização de alguns grupos que passaram a fixar moradia nas cavernas como forma de defender-se dos predadores e proteger-se do frio. Este processo também atribuiu a divisão de tarefas entre homens e mulheres, diferenciando a caça da coleta, preparação de alimentos e cuidado com os filhos.
Neste período iniciaram-se o cultivo de plantas e produção de cerâmicas.
As pinturas rupestres, caracterizadas como a arte das cavernas, representavam uma forma de comunicação e registro da caça e do cotidiano dos homens pré-históricos. Pintar as cavernas e contar histórias era um ritual mágico. Estes homens acreditavam que retiravam o espírito vital dos animais caçados ao pintá-los na parede, garantindo assim uma boa caça. Outra interpretação das pinturas rupestres, durante o período a escassez dos grandes animais na Glaciação, o ritual tinha como objetivo não mais “matar” e sim “criar” para aumentar o número de animais para uma caça bem sucedida.
Os homens do Paleolítico também criaram pequenas esculturas do tamanho de uma mão, utilizando ossos, chifres ou pedras cortadas com talhadeiras rudimentares. Esculturas arredondas que demonstravam de forma mágica na época a fertilidade, as características femininas como a imagem da Vênus de Willendorf.



3) O período Neolítico e o início da vida em pequenas comunidades.

A Revolução Neolítica datada há 10 mil anos atrás, institui a sedentarização e mudanças importantes que modificaram as relações sociais, culturais e de sobrevivência do homem. Além de caçar e coletar frutos, para subsistência o homem passou a criar animais e a cultivar o próprio alimento através do desenvolvimento da agricultura.
O aparecimento inicial das técnicas agrícolas ocorreu na região da Crescente Fértil, que se estende desde o vale do Rio Nilo no Egito, até a Mesopotâmia, área banhada pelos rios Tigre e Eufrates que hoje corresponde aos territórios do Iraque e da Síria.



A Revolução Neolítica ou Revolução Agrícola ampliaram o domínio do homem sobre a natureza, permitindo também maior produção de alimentos e consequentemente o aumento populacional, dando origem às primeiras comunidades.
As comunidades eram organizadas em forma de clã, que tinham como liderança a figura do patriarca, o homem chefe de família, líder religioso e político, que tinha o papel de proteger a comunidade contra os ataques de grupos rivais e garantir a sobrevivência da aldeia em busca de alimentos e animais domesticados.



O crescimento das aldeias determinou o processo de formação das cidades, cercadas com muros para proteção. Os habitantes passaram a desenvolver técnicas de irrigação para garantia da agricultura no período de estiagem, e construíram diques para conter as enchentes nos períodos de inundação dos rios, garantindo o aumento da produção de alimentos gerando um volume maior de excedentes, permitindo o escambo, ou seja, a troca de mercadorias.
Mesmo com o pequeno domínio da natureza, os elementos inexplicáveis como a importância do Sol para geração da vida e dos alimentos, as mudanças ocorridas com a mudança da Lua, que inclui a fertilidade da mulher e o nascimento, a cheia dos rios, o respeito a determinados animais predadores, caracterizavam a arte primitiva como representação do desconhecido atribuindo as esculturas um aspecto religioso que revela o misticismo e o politeísmo da época.
O mundo dos espíritos não se satisfazia apenas com rituais e oferendas, ele precisava de danças, cerimônias dramáticas, e a confecção de máscaras e vestimentas para representação e incorporação das divindades sagradas.
Com o surgimento do Estado, teocrático, que representava na figura real a união das instituições: políticas, jurídicas, administrativas, econômicas, militares e religiosas, culminou no surgimento de uma administração autônoma com território próprio e independente, denominada por Cidade-Estado.
O aparecimento do Estado está relacionado com a necessidade de diversificação das atividades econômicas, tendo o rei-sacerdote como responsável pela coordenação das obras de interesse coletivo como diques, canais de irrigação, regulamentação do comércio, julgamento de crimes e imposição de penalidades.
Com as cidades-estados é possível observar as grandes construções como Templos – Zigurates, os grandes palácios, uma arquitetura cuja base foi a mão de obra escrava e passou a determinar a necessidade do domínio de uma cidade sob a outra gerando a criação dos grandes impérios.

Templo da Lua - Ur



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