A)
UNIFICAÇÃO ITÁLICA:
Antecedentes:
A Revolução Francesa desencadeou uma série de revoluções na Europa quebrando a
estabilidade deixada pelo Congresso de Viena. Na Itália a Revolução de 1848,
desencadeava a iniciativa italiana de se unificar politicamente e aderir aos
movimentos liberais nacionalistas. Em 1848 a Itália estava dividida em vários
Estados independentes: Reino das Duas Sicílias, Estados Pontifícios, ducados de
Toscana, Parma e Módena, Reino do Piemonte – Sardenha, e Lombardia e Veneza que
ficavam sob o domínio do Império Austro – Húngaro.
Contra
a descentralização e o absolutismo organizaram – se diversos movimentos como a
Jovem Itália liderado pelos Camisas Vermelhos, que visavam a unificação sob
regime italiano, comandado pelas camadas médias liderado por Giusep Garibaldi;
e o Risorgimento, movimento da alta burguesia, que lutava pela unificação sob
uma monarquia liberal, comandado por Camilo Cavour. Esses movimentos foram
contidos pelas tropas austríacas e só foram concretizadas em 1870.
O
processo de unificação e construção do Estado Nacional:
Em
1850 a Itália continuava dividida em diversos estados soberanos, e predominantemente
agrária e atrasada em relação aos outros países europeus.
O
nacionalismo se expressava principalmente através do Risorgimento.
O
reinado de Piemonte conservou a monarquia constitucional, e sofreu um surto de
industrialização, o que propiciou o fortalecimento da burguesia piemontesa. Com
a ascensão de Cavour ao posto de primeiro ministro pelos partidários da unificação,
tem inicio a retomada da luta pela unidade territorial italiana. Em 1858,
Cavour firmar a aliança franco–piemontesa, organizando um pacto militar anti-austríaco.
A
Franca havia se comprometido a dar apoio militar contra a Áustria. As tropas
franco–piemontesas venceram a Áustria na Batalha de Magenta e Solferino, mas a
ameaça de uma intervenção militar da Prússia levou a França a se retirar da
Guerra, obrigando os piemonteses a assinar com a Áustria o Tratado de Zurique,
que cedia as regiões de Lombardia, Piamontese, Nice e Sabóia à Franca, ficando
Veneza com a Áustria.
Paralelamente,
Garibaldi através de movimentos patrióticos na Itália Central, conseguiu
conquistar: Toscana, Módena, Parma e parte dos Estados Pontifícios, que foram
anexados a Piemonte formando o Reino da Alta Itália.
Giusep Garibaldi. |
Em
1860 as tropas piemontesas estabeleceram a ligação terrestre entre norte e sul
da Itália, onde foram incorporados ao Reino da Alta Itália formando em 1861 o
Reino da Itália.
Conclusão
da Unificação Italiana 1866 - 1870.
Para
a conclusão da unificação italiana restavam ser anexados os estados de Veneza
ainda sob o comando austríaco, e Roma que estava sob o domínio de Napoleão III.
A França se opunha a unificação, pois temia o surgimento de uma nova potencia
próxima a sua fronteira. A Prússia, que também estava promovendo sua unificação,
se opôs a Áustria e a França, unindo-se a Itália numa aliança ítalo– prussiana
contra seus inimigos comuns.
A
aliança ítalo–prussiana venceu os austríacos, que foram obrigados a ceder
Veneza aos italianos, ficando pendentes os Estados de Tirol, Trentino e Ístria.
Em 1870 foi desencadeada a guerra franco–prussiana, e a derrota da França
possibilitou a incorporação de Roma à Itália.
A
unificação política nacional concluiu – se sob o governo de uma monarquia
constitucional e parlamentar. A Itália atrasou seu desenvolvimento capitalista
industrial. O sul do país permaneceu agrário dominado pelas elites rurais, já o
norte conseguiu um relativo desenvolvimento industrial, mas a falta de mercado
consumidor e matéria prima impediu o crescimento industrial.
Para
a plena unificação italiana ainda restavam duas questões a serem resolvidas: o
irredentismo e a Questão Romana.
O
irredentismo representava a luta pelos estados pendentes, que desencadearam
fortes movimentos nacionalistas para libertá–los no século XIX. Em 1915 com a
entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial, grande parte das províncias foram
retomadas da Áustria. A Questão Romana ficou conhecida pela inexistência de
relações políticas e diplomáticas entre Igreja e Estado, assim em 1929 com Pio
XI no Tratado de Latrão sob o governo fascista de Mussolini estabeleceu
relações diplomáticas e políticas com a Igreja concedendo–lhe a Praça de São
Pedro, conhecida como Estado do Vaticano.
B)A
UNIFICAÇÃO ALEMÃ
Antecedentes:
A
Revolução de 1848 na Alemanha, assim com a Itália também exigia governos liberais
e a formação de um só Estado.
Em
1848 os rebeldes organizam a Convenção de Frankfurt, visando redigir uma nova
constituição para a Alemanha unificada, mas a Áustria sufoca as rebeliões em
seu império, onde apenas em 1871 a Alemanha consegue retomar a luta pela
unificação.
O
processo de unificação e construção do Estado Nacional:
Mapa da Alemanha antes da unificação |
O
conjunto de 38 Estados alemães formava a Confederação Germânica, dominada pela
hegemonia austríaca, que recusava a unificação alemã.
Esta
divisão contribuía pra retardar o desenvolvimento econômico capitalista,
permanecendo a economia alemã predominantemente agrária, com exceção da região
renana – pertencente à Prússia – onde ocorrera uma relativa expansão comercial
e industrial. Na década de 1830 foram criadas as Zollverein – a união
alfandegária dos estados alemães, que permitiu um avanço econômico na economia
alemã.
Depois
do fracasso em 1848, a Prússia estava decidida a derrotar a Áustria e sabia que
só o faria por guerra, pois a tentativa parlamentar foi frustrada. Com o inicio
e a consolidação dos Zollverein, se estabeleceu uma aliança política entre a
alta burguesia e os Junkers, que compunham uma aristocracia que controlava a
administração e o exército. Os Junkers promoveram a modernização militar
comandada pelo general Von Moltke. Este processo de fortalecimento da Prússia
culminou em 1862 com a nomeação de Otto Bismarck representante da aristocracia
Junkers para primeiro ministro
Otto Bismarck |
Em
1864 a Alemanha declarou guerra a Dinamarca para anexar os ducados
dinamarqueses concedidos no Congresso de Viena em 1815, firmando alianças com a
Franca e Itália.
Em
1866 iniciou–se a Guerra austro–prussiana denominada como a Guerra das Sete
Semanas, na qual os prussianos venceram os austríacos na Batalha de Sadowa.
O
Tratado de Praga permitiu a substituição da Confederação Germânica, pela
Confederação Germânica do Norte, que reagrupou os Estados da Alemanha
setentrional sob a direção da Prússia. A tentativa de anexação dos Estados
alemães ao sul esbarrou na oposição de Napoleão III, que em 1866 declara guerra
a Prússia.
A
batalha de Sedan selou a vitória da Prússia sobre a França, o que possibilitou
a anexação dos estados do sul em 1871. Guilherme I foi coroado rei da Prússia
marcando o II Reich (império) – O I Reich foi o Sacro Império Romano Germânico.
Com
a unificação alemã ocorreu uma ruptura de um suposto equilíbrio europeu deixado
pelo Congresso de Viena; quebrado pelo revanchismo francês através do tratado
assinado em 1871, que anexava jazidas de ferro da província da Alsácia Lorena a
Alemanha, que se transformou numa das principais causas da Primeira Guerra
Mundial.
A
Revolução Industrial Alemã, realizada na passagem do século XIX para o XX, se
deu com os minérios da Alsácia Lorena, que impulsionaram o desenvolvimento
industrial alemão, colocou a Alemanha lado a lado com a Inglaterra. A
necessidade de mercados externos levou a concorrência industrial, comercial e
naval entre as duas potencias, o que determinou a disputa por domínios
coloniais.
A
Política de Alianças, visando promover o isolamento francês na Europa e evitar
as consequências do revanchismo francês por ter perdido a Alsácia Lorena,
determinou em 1873 a criação de alianças
entre a Áustria e a Rússia, conhecida como: Liga dos Três Imperadores, que
durou até 1878. Em 1882 na política de alianças, a Alemanha incorpora a Itália
fazendo surgir a Tríplice Aliança.
No
final do século XIX a França tentando quebrar este isolamento, se aproximou da
Inglaterra e Rússia formando a Tríplice Entente. A divergência entre estas duas
poderosas alianças contribuiu para a eclosão da Primeira Guerra Mundial em
1914.
RESUMINHO RÁPIDO!
As unificações Itálica e Alemã estiveram associadas aos movimentos nacionalistas que emergiram durante o século XIX. O nacionalismo tinha um caráter liberal e reforçou movimentos sociais voltados para a defesa da nação e do Estado. Neste cenário a burguesia busca manter a lógica de reprodução do capital e da produção industrial através do dominio do Estado.Tal inciativa determinou uma ruptura com os interesses da classe operária, visto que, o Estado burguês busca a manutenção da exploração da classe trabalhadora - a base do modo capitalista de produção. O movimento operário passou a defender um regime político revolucionario, que exclui a burguesia, apoiando-se nos ideias socialistas e comunistas. O contexto histórico da Unificação Itálica e Alemã esteve relacionado diretamente com o desenvolvimento industrial e expansão das relações capitalistas de produção. A burguesia unificou o território para ampliar a produção e tomou o Estado para regular e promover o crescimento industrial.
PARA REVER O QUE ESTUDAMOS:
VÍDEO ANIMAÇÃO OS NAVEGANTES: UNIFICAÇÃO ITÁLICA E ALEMÃ:
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