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18 de novembro de 2012

UNIFICAÇÃO ITÁLICA E ALEMÃ


A) UNIFICAÇÃO ITÁLICA:

Antecedentes:

A Revolução Francesa desencadeou uma série de revoluções na Europa quebrando a estabilidade deixada pelo Congresso de Viena. Na Itália a Revolução de 1848, desencadeava a iniciativa italiana de se unificar politicamente e aderir aos movimentos liberais nacionalistas. Em 1848 a Itália estava dividida em vários Estados independentes: Reino das Duas Sicílias, Estados Pontifícios, ducados de Toscana, Parma e Módena, Reino do Piemonte – Sardenha, e Lombardia e Veneza que ficavam sob o domínio do Império Austro – Húngaro.
Contra a descentralização e o absolutismo organizaram – se diversos movimentos como a Jovem Itália liderado pelos Camisas Vermelhos, que visavam a unificação sob regime italiano, comandado pelas camadas médias liderado por Giusep Garibaldi; e o Risorgimento, movimento da alta burguesia, que lutava pela unificação sob uma monarquia liberal, comandado por Camilo Cavour. Esses movimentos foram contidos pelas tropas austríacas e só foram concretizadas em 1870.

O processo de unificação e construção do Estado Nacional:


Em 1850 a Itália continuava dividida em diversos estados soberanos, e predominantemente agrária e atrasada em relação aos outros países europeus.
O nacionalismo se expressava principalmente através do Risorgimento.
O reinado de Piemonte conservou a monarquia constitucional, e sofreu um surto de industrialização, o que propiciou o fortalecimento da burguesia piemontesa. Com a ascensão de Cavour ao posto de primeiro ministro pelos partidários da unificação, tem inicio a retomada da luta pela unidade territorial italiana. Em 1858, Cavour firmar a aliança franco–piemontesa, organizando um pacto militar anti-austríaco.
A Franca havia se comprometido a dar apoio militar contra a Áustria. As tropas franco–piemontesas venceram a Áustria na Batalha de Magenta e Solferino, mas a ameaça de uma intervenção militar da Prússia levou a França a se retirar da Guerra, obrigando os piemonteses a assinar com a Áustria o Tratado de Zurique, que cedia as regiões de Lombardia, Piamontese, Nice e Sabóia à Franca, ficando Veneza com a Áustria.
Paralelamente, Garibaldi através de movimentos patrióticos na Itália Central, conseguiu conquistar: Toscana, Módena, Parma e parte dos Estados Pontifícios, que foram anexados a Piemonte formando o Reino da Alta Itália.
Giusep Garibaldi.
 Em 1860 as tropas piemontesas estabeleceram a ligação terrestre entre norte e sul da Itália, onde foram incorporados ao Reino da Alta Itália formando em 1861 o Reino da Itália.

Conclusão da Unificação Italiana 1866 - 1870.

 
Para a conclusão da unificação italiana restavam ser anexados os estados de Veneza ainda sob o comando austríaco, e Roma que estava sob o domínio de Napoleão III. A França se opunha a unificação, pois temia o surgimento de uma nova potencia próxima a sua fronteira. A Prússia, que também estava promovendo sua unificação, se opôs a Áustria e a França, unindo-se a Itália numa aliança ítalo– prussiana contra seus inimigos comuns.
A aliança ítalo–prussiana venceu os austríacos, que foram obrigados a ceder Veneza aos italianos, ficando pendentes os Estados de Tirol, Trentino e Ístria. Em 1870 foi desencadeada a guerra franco–prussiana, e a derrota da França possibilitou a incorporação de Roma à Itália.
A unificação política nacional concluiu – se sob o governo de uma monarquia constitucional e parlamentar. A Itália atrasou seu desenvolvimento capitalista industrial. O sul do país permaneceu agrário dominado pelas elites rurais, já o norte conseguiu um relativo desenvolvimento industrial, mas a falta de mercado consumidor e matéria prima impediu o crescimento industrial.
Para a plena unificação italiana ainda restavam duas questões a serem resolvidas: o irredentismo e a Questão Romana.
O irredentismo representava a luta pelos estados pendentes, que desencadearam fortes movimentos nacionalistas para libertá–los no século XIX. Em 1915 com a entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial, grande parte das províncias foram retomadas da Áustria. A Questão Romana ficou conhecida pela inexistência de relações políticas e diplomáticas entre Igreja e Estado, assim em 1929 com Pio XI no Tratado de Latrão sob o governo fascista de Mussolini estabeleceu relações diplomáticas e políticas com a Igreja concedendo–lhe a Praça de São Pedro, conhecida como Estado do Vaticano.

B)A UNIFICAÇÃO ALEMÃ

Antecedentes:

A Revolução de 1848 na Alemanha, assim com a Itália também exigia governos liberais e a formação de um só Estado.
Em 1848 os rebeldes organizam a Convenção de Frankfurt, visando redigir uma nova constituição para a Alemanha unificada, mas a Áustria sufoca as rebeliões em seu império, onde apenas em 1871 a Alemanha consegue retomar a luta pela unificação.

O processo de unificação e construção do Estado Nacional:

Mapa da Alemanha antes da unificação
O conjunto de 38 Estados alemães formava a Confederação Germânica, dominada pela hegemonia austríaca, que recusava a unificação alemã.
Esta divisão contribuía pra retardar o desenvolvimento econômico capitalista, permanecendo a economia alemã predominantemente agrária, com exceção da região renana – pertencente à Prússia – onde ocorrera uma relativa expansão comercial e industrial. Na década de 1830 foram criadas as Zollverein – a união alfandegária dos estados alemães, que permitiu um avanço econômico na economia alemã.
Depois do fracasso em 1848, a Prússia estava decidida a derrotar a Áustria e sabia que só o faria por guerra, pois a tentativa parlamentar foi frustrada. Com o inicio e a consolidação dos Zollverein, se estabeleceu uma aliança política entre a alta burguesia e os Junkers, que compunham uma aristocracia que controlava a administração e o exército. Os Junkers promoveram a modernização militar comandada pelo general Von Moltke. Este processo de fortalecimento da Prússia culminou em 1862 com a nomeação de Otto Bismarck representante da aristocracia Junkers para primeiro ministro

Otto Bismarck
Em 1864 a Alemanha declarou guerra a Dinamarca para anexar os ducados dinamarqueses concedidos no Congresso de Viena em 1815, firmando alianças com a Franca e Itália.
Em 1866 iniciou–se a Guerra austro–prussiana denominada como a Guerra das Sete Semanas, na qual os prussianos venceram os austríacos na Batalha de Sadowa.
O Tratado de Praga permitiu a substituição da Confederação Germânica, pela Confederação Germânica do Norte, que reagrupou os Estados da Alemanha setentrional sob a direção da Prússia. A tentativa de anexação dos Estados alemães ao sul esbarrou na oposição de Napoleão III, que em 1866 declara guerra a Prússia.
A batalha de Sedan selou a vitória da Prússia sobre a França, o que possibilitou a anexação dos estados do sul em 1871. Guilherme I foi coroado rei da Prússia marcando o II Reich (império) – O I Reich foi o Sacro Império Romano Germânico.


Com a unificação alemã ocorreu uma ruptura de um suposto equilíbrio europeu deixado pelo Congresso de Viena; quebrado pelo revanchismo francês através do tratado assinado em 1871, que anexava jazidas de ferro da província da Alsácia Lorena a Alemanha, que se transformou numa das principais causas da Primeira Guerra Mundial.
A Revolução Industrial Alemã, realizada na passagem do século XIX para o XX, se deu com os minérios da Alsácia Lorena, que impulsionaram o desenvolvimento industrial alemão, colocou a Alemanha lado a lado com a Inglaterra. A necessidade de mercados externos levou a concorrência industrial, comercial e naval entre as duas potencias, o que determinou a disputa por domínios coloniais.
A Política de Alianças, visando promover o isolamento francês na Europa e evitar as consequências do revanchismo francês por ter perdido a Alsácia Lorena, determinou em  1873 a criação de alianças entre a Áustria e a Rússia, conhecida como: Liga dos Três Imperadores, que durou até 1878. Em 1882 na política de alianças, a Alemanha incorpora a Itália fazendo surgir a Tríplice Aliança.
No final do século XIX a França tentando quebrar este isolamento, se aproximou da Inglaterra e Rússia formando a Tríplice Entente. A divergência entre estas duas poderosas alianças contribuiu para a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914.

RESUMINHO RÁPIDO! 

 
 As unificações Itálica e Alemã estiveram associadas aos movimentos nacionalistas que emergiram durante o século XIX. O nacionalismo tinha um caráter liberal e reforçou movimentos sociais voltados para a defesa da nação e do Estado. Neste cenário a burguesia busca manter a lógica de reprodução do capital e da produção industrial através do dominio do Estado.Tal inciativa determinou uma ruptura com os interesses da classe operária, visto que, o Estado burguês busca a manutenção da exploração da classe trabalhadora - a base do modo capitalista de produção. O movimento operário passou a defender um regime político revolucionario, que exclui a burguesia, apoiando-se nos ideias socialistas e comunistas. O contexto histórico da Unificação Itálica e Alemã esteve relacionado diretamente com o desenvolvimento industrial e expansão das relações capitalistas de produção. A burguesia unificou o território para ampliar a produção e tomou o Estado para regular e promover o crescimento industrial.

PARA REVER O QUE ESTUDAMOS:

VÍDEO ANIMAÇÃO OS NAVEGANTES: UNIFICAÇÃO ITÁLICA E ALEMÃ:





 

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