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23 de maio de 2013

CRISE DE 1929: O CRACK NA BOLSA NOS EUA E SUAS CONSEQUÊNCIAS MUNDIAIS.



Definição: A crise de 1929 ou Grande Depressão consistiu no declínio da economia americana, proveniente da superprodução e do excedente de mercadorias, o que gerou uma queda de investimentos e no mercado das empresas, determinando a quebra da bolsa de valores e uma decadência econômica interna avassaladora, que acabou por trazer repercussões mundiais.



Os EUA no Pós-Guerra (1918/1929): 

Imagem da linha de produção da Ford. Linha com grandes estoques para consumo em massa.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, os países da Tríplice Aliança: EUA, França e Inglaterra, saíram da guerra vitoriosos, com vantagens econômicas e novos territórios adquiridos com o Tratado de Versalhes. Porém, a Europa saiu da guerra com grandes problemas estruturais de caráter político, econômico e social, em função dos bombardeios e conflitos, o levou o continente a sofrer um processo de reconstrução.

Os EUA, por sua vez, diante de uma posição isolacionista, conseguiram um grande salto industrial e passou a ser credor das potencias européias, concedendo empréstimos para reconstrução do país, objetivando também manter as relações comerciais e as taxas de produção e exportação como de costume.

A economia do inicio do século XX era marcada pelo liberalismo econômico definido pela não intervenção do Estado na economia e pelo livre comércio. Isto significava que a participação do Estado na economia era mínima, o que garantia as empresas o domínio e autonomia total do comércio e das relações comerciais. A livre circulação implicava, por sua vez, na implementação de taxas mínimas de tarifação sobre os produtos, garantindo que a concorrência, a demanda e a oferta equilibrassem a balança de investimento do mercado.

O desenvolvimento industrial americano estava associado a novas formas de produção baseadas no taylorismo e no fordismo. É importante perceber que tal sistema só terá seu ápice nas décadas de 1940 e 1950, conhecido como “American Way of Life”.

Inicialmente, o taylorismo determinou o ajustamento de movimentos e tempos de produção, introduzindo a famosa expressão “Time is Money” – tempo é dinheiro; o que significava produzir a maior quantidade de produtos no menor tempo, organizando e coordenando os movimentos do corpo e ações para dinamizar o processo de produção.

O Fordismo se apropriou das idéias tayloristas, anexando nas indústrias de carro Ford a esteira transportadora, o que garantiu ao trabalhador a concentração em uma única tarefa, onde o ritmo era ditado pela gerência e pela velocidade da esteira.

Este modelo de indústria garantia a produção de grandes estoques, independente da demanda do mercado. O processo era rígido, ou seja, os trabalhadores eram designados a funções específicas como apertar parafusos, encaixar peças, e etc, os produtos obedeciam a um mesmo padrão estético, como diria Ford: “podem comprar carros, desde que sejam pretos”. As jornadas de trabalho eram longas e os salários não eram tão satisfatórios, se acaso a produção caísse muitos trabalhadores acabavam desempregados sem garantias mínimas de sobrevivência em função da não intervenção do Estado e da ausência da regularização dos direitos trabalhistas.



A Crise:


Imagem da quebra da bolsa de New york em 1929.

Os americanos mantiveram o ritmo de sua produção para um mercado frágil. A Europa fechou-se para reconstrução diminuindo a taxa de importações e consequentemente a procura aos produtos americanos. Em resposta, os EUA, para não perder o ritmo, diminuiu também as importações concentrando a atenção na produção.

As consequências foram avassaladoras para os EUA. O grande excedente em quantidades enormes de estoques determinou a falência de empresas, o desemprego, a quebra dos créditos e dos bancos e também a perda de investimento na bolsa de valores levando ao declínio econômico, a crise social e a estagflação. O presidente Hoover tentou controlar a crise obedecendo às regras liberais de não intervenção do Estado e equilíbrio natural da economia, mas não adiantou. A crise capilarizou os setores internos da sociedade, criando as filas do pão, trazendo a fome e a miséria.

A imagem apresenta  a fila do pão, onde milhares de pessoas esperavam pela doação de alimentos.

Esquema da Crise de 1929.



O “New Deal” e a implementação o Estado de Bem-Estar Social. Uma nova fase econômica contra o liberalismo.



 
Presidente Franklin Roosevelt

Com a eleição de Franklin Roosevelt em 1932 , os EUA passou a adotar uma nova política para conter a crise e reativar a economia baseada nos estudos e nas teorias econômicas de Keynes. O New Deal consistiu em um plano de intervenção do Estado no planejamento econômico, visando a manutenção do capitalismo. Foram adotadas medidas de financiamento e empréstimos pelo governo aos bancos e empresas, e medidas sociais concentradas na implementação de políticas públicas voltadas para o combate ao desemprego objetivando a melhoria e a participação da sociedade civil no mercado de interno como forma de aquecer o mercado consumidor.

Em relação às políticas sociais o Estado regularizou os direitos trabalhistas através da concessão do seguro desemprego - salários desempregos, das férias remuneradas, do aumento do salário mínimo, do estabelecimento das jornadas de trabalho em 8hs diárias, da abolição do trabalho infantil, e da criação do sistema de previdência social. O Estado também investiu maciçamente em programas voltados para grandes obras públicas para absorver os desempregados como: estradas, sistemas de irrigações, barragens, hidrelétricas, etc.

Inaugurava-se nos EUA o Estado de Bem-Estar Social baseado no keneysianismo.

A crise de 1929 comprovou a dificuldade do capitalismo de manter sua autonomia econômica sem a manutenção do Estado para garantir o básico à sociedade: saúde, educação, assistência e seguridade social. Contra o socialismo, o keneysianismo transformou-se em uma boa saída para manter o funcionamento do capitalismo, e também conter greves e organizações sindicais, inviabilizando o crescimento da ideologia socialista.

O período entre guerras anunciou diferentes formas de intervenção do Estado pra saída da crise capitalista. O Estado de Bem-Estar Social apresentou uma saída para manutenção da democracia liberal, enquanto na Europa surgiam regimes nacionalistas de extrema direita como os fascismos e o nazismo.

VÍDEO SOBRE PERÍODO ENTRE GUERRAS: TELE CURSO DE HISTÓRIA.

2 comentários:

Meu Bloco de Viagens disse...

Excelente artigo. A crise que até hoje é lembrada como "parâmetro" para as economias atuais. Como ainda estamso sob a ègide do capitaleismo, todo cuidado é pouco, com relação à falta de gerenciamento da economia. Parabens!

Clarissa F. do Rêgo Barros disse...

Obrigada!