Imagem dos países aliados à Tríplice Entente, aliança liderada por França, Inglaterra e Rússia. |
Antecedentes:
A
Primeira Guerra Mundial conhecida como a 1ª Grande Guerra determinou a ruína
econômica e uma reestruturação política dos Estados-Nação europeus.
Entre
uma das causas principais da guerra está o próprio imperialismo, que contribuiu
para a formação de grandes monopólios industriais responsáveis por ampliar as
rivalidades entre os países capitalistas avançados. As nações capitalistas
disputavam as riquezas naturais em domínios coloniais na África e na Ásia cujo
objetivo era conseguir matérias primas e ampliar o mercado consumidor mundial.
Essas rivalidades criaram uma política de aliança entre os diferentes países
europeus, gerando um forte nacionalismo e militarização, sobretudo na Inglaterra,
Alemanha, França e Rússia.
Cenário de
tensão e rivalidades anterior a guerra:
A
primeira rivalidade a ser destacada está entre França e Alemanha. Com a Guerra
franco-prussiana (1870/1871) cujo objetivo era a expansão industrial alemã e
aquisição de matérias-primas, que justificou sua unificação e construção do
Estado, a França perdeu a região da Alsácia-Lorena, rica em carvão, e a
Alemanha se transformou em uma grande potência capitalista industrial, o que
afetou diretamente a Inglaterra. O crescimento da Alemanha provocou uma
competição com a Inglaterra e França, e desequilibrou a conjuntura política
européia, na medida em que a Alemanha passou a se aproximar do império
Austro-Húngaro, o que na época estava em crise de esfacelamento diante da
diversidade cultural e nacionalidades que aspiravam por autonomia.
Minorias
étnicas como tchecos, eslavos, bósnios, sérvios, croatas e romenos lutavam pela
independência do domínio da Monarquia dos Habsburgo (domínio austro-húngaro).
Os sérvios se identificavam com os interesses nacionais e culturais dos russos,
criando diferenças com os austríacos.
A Rússia nutria um ressentimento em relação ao Império Otomano após a derrota na Guerra da Criméia em 1856. A Guerra da Crimeia foi um conflito que ocorreu entre 1853 a 1856, na península da Crimeia (localizada no mar Negro, ao sul da atual Ucrânia), no sul da Rússia e nos Bálcãs. A guerra envolveu de um lado o Império Russo e, de outro, uma coligação integrada pelo Inglaterra, França, e o Reino da Sardenha, formando a Aliança Anglo-Franco-Sarda, e o Império Otomano (atual Turquia). Esta aliança contou também com o apoio do Império Austríaco, em reação às pretensões expansionistas russas na região. A maioria dos países aliados temia a influencia russa na região dos Bálcãs, e a Inglaterra, sob o governo da rainha Vitória, temia que uma possível queda de Constantinopla diante das tropas russas, e isso poderia lhe retirar o controle estratégico dos estreitos de Bósforo e Dardanelos, cortando-lhe as comunicações com a Índia. A Guerra da Crimeia foi marcada pela utilização da marinha de corso, o que autoriza o ataque aos portos inimigos e a possíveis navios piratas – corsários.
A guerra terminou com a assinatura do tratado de paz em 1856. Pelos seus termos, a Rússia, devolvia o sul da Bessarábia e a embocadura do rio Danúbio para o Império Otomano e para a Moldávia, renunciava a qualquer pretensão sobre os Bálcãs e ficava proibido de manter bases ou forças navais no mar Negro.
Além disso, os russos defendiam a unificação dos povos eslavos, que incluía a união dos tchecos, sérvios, eslavos, poloneses e vários outros povos. Era o chamado pan-eslavismo com o objetivo de unir os povos eslavos da Europa Oriental e do Império Áustro-Hungáro. Porém a iniciativa russa entrava em conflito com o pan-eslavismo sérvio cuja missão era agrupar os eslavos do sul da Europa com os croatas, búlgaros, e outros povos.
A guerra terminou com a assinatura do tratado de paz em 1856. Pelos seus termos, a Rússia, devolvia o sul da Bessarábia e a embocadura do rio Danúbio para o Império Otomano e para a Moldávia, renunciava a qualquer pretensão sobre os Bálcãs e ficava proibido de manter bases ou forças navais no mar Negro.
Além disso, os russos defendiam a unificação dos povos eslavos, que incluía a união dos tchecos, sérvios, eslavos, poloneses e vários outros povos. Era o chamado pan-eslavismo com o objetivo de unir os povos eslavos da Europa Oriental e do Império Áustro-Hungáro. Porém a iniciativa russa entrava em conflito com o pan-eslavismo sérvio cuja missão era agrupar os eslavos do sul da Europa com os croatas, búlgaros, e outros povos.
Todo
esse clima de rivalidade, competição, nacionalismo entre as diferentes
culturas, foram decisivos para a eclosão da Primeira Grande Guerra iniciada em
1914.
Mapa da Europa antes da Primeira Guerra. |
Formação de
Alianças e a Paz Armada:
Em
meio às rivalidades ocorridas ao longo do século XX, uma política de alianças
passou a ser formada entre os países europeus. A Alemanha sob o governo de
Bismark objetivava a aliança como forma de garantia da paz internacional, no
entanto, alguns países como a França estavam munidos de um sentimento de
revanchismo, o que contribuiu para que formassem-se diferentes alianças.
A
Alemanha se aproximou do Império Austro-Húngaro e da Itália, formando em 1879 a
Tríplice Aliança. Em 1907 a Rússia, França e Inglaterra formaram a Tríplice
Entente. A disputa hegemônica e política entre as potências acentuadas pelo
militarismo e o nacionalismo dividiu a Europa em dois blocos rivais. A qualquer
momento um conflito envolveria uma guerra entre todas as nações incluídas na
política de alianças.
Na
primeira década do século XX, a Europa passou a investir cada vez mais na
indústria bélica e nas Forças Armadas, mobilizando a nação através de
propagandas que visavam o patriotismo e o civismo. A ausência de conflitos
durante o inicio do século XX determinou um momento caracterizado como Paz
Armada, ao mesmo tempo que, as nações aramavam-se e se preparavam para uma
guerra diante da aceleração industrial e bélica.
Cartaz de propaganda de alistamento ao exército alemão. |
Cartaz de propaganda inglês para alistamento ao exército. |
O estopim e o
inicio da guerra:
O
estopim da guerra foi o assassinato do príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro
Francisco Ferdinando e de sua esposa na cidade de Sarajevo em 1914, capital da
Bósnia, ocorrido por um nacionalista sérvio. Francisco Ferdinando desejava
assumir o trono e reconhecer as nações eslavas como terceiro parceiro do
império Austro-Húngaro. A ideia ia de desencontro com os interesses sérvios que
queriam a independência e formar a Grande Sérvia. Esse episódio levou com que
os russos se posicionassem a favor dos sérvios mobilizando tropas militares. A
Alemanha logo declarou guerra a Rússia e a França, o que em seguida incluíra os
demais membros das alianças a Itália e Inglaterra.
Lados e alianças contrárias definiram o conflito direto na Europa. |
Uma guerra com
forte desenvolvimento tecnológico e de trincheiras:
As
trincheiras se transformaram em uma marca da Primeira Grande Guerra. As
trincheiras eram cavadas ao longo de um extenso território que protegia e
incitava o ataque ao inimigo sem, no entanto, permitir o avanço de ambos os
exércitos, o que determinou uma guerra lenta. Ao mesmo tempo a guerra contava
com um forte arsenal bélico, que incluía metralhadoras, submarinos, aviões,
tanques de guerra, armas químicas, lança chamas, bombardeios, e navios
encouraçados de artilharia pesada.
Tricheiras: tática de guerra que determinou alentidão do conflito. |
Submarinos desenvolvidos pelos alemães. |
Armas químicas. |
Navios Encouraçados de artilharia pesada. |
Metralhadoras: grande novidade no front de artilharia. |
Tanques de guerra |
A vitória a principio tendia para o lado alemão, que demonstravam superioridade militar e avançavam sob as tropas francesas em terra, como ocorreu na famosa batalha de Verdun em 1916 na região do rio Reno.
Os ingleses apresentavam uma grande ofensiva no mar, mas tiveram muito trabalho diante do ataque dos submarinos à marinha mercante, o que causava grandes danos a população civil europeia. Outra tática eram os ataques aéreos que surpreendiam com bombardeios em terra.
A Tríplice Entente sofria uma baixa, sobretudo, com a saída da Rússia na guerra em 1915 após ter perdido a Polônia e a Lituânia. Além disso, internamente a Rússia vivia uma situação de crise e revolução, que culminou em 1917 na Revolução Russa, uma revolução comunista que depós o czar e instituiu um governo de bases socialistas.
Os ingleses apresentavam uma grande ofensiva no mar, mas tiveram muito trabalho diante do ataque dos submarinos à marinha mercante, o que causava grandes danos a população civil europeia. Outra tática eram os ataques aéreos que surpreendiam com bombardeios em terra.
A Tríplice Entente sofria uma baixa, sobretudo, com a saída da Rússia na guerra em 1915 após ter perdido a Polônia e a Lituânia. Além disso, internamente a Rússia vivia uma situação de crise e revolução, que culminou em 1917 na Revolução Russa, uma revolução comunista que depós o czar e instituiu um governo de bases socialistas.
A
situação da Tríplice Entente começou a mudar com entrada dos EUA na guerra. A
princípio o papel dos norte-americanos era fornecer alimentos e armas aos
ingleses e franceses, mas 1917, a posição de neutralidade deu lugar a uma
atuação fundamental. Além da entrada dos EUA, a Itália resolveu em 1915 trocar
de lado.
Os
exércitos chegaram a exaustão, a fome assolava a Europa e a crise econômica era
uma realidade.
Em
1918 ao atacar a França, a Alemanha sofreu um fracasso ao lutar contra 700 mil
homens, o que somada às sucessivas perdas austríacas desestabilizou a Tríplice
Aliança e o Império Austro-Húngaro.
Diante
da derrota o governo assinou o armistício em 11 de novembro de 1918. Neste
contexto o imperador alemão Guilherme II abdicou sob forte pressão popular.
Como
balanço da guerra calcula-se a morte de milhões de pessoas em grande maioria
homens com menos de 25 anos. Alemanha saiu arruinada, e os impérios Otomanos e Austro-Húngaro
se desfizeram. Os países europeus ficaram arrasados economicamente. As colônias
na África e Ásia iniciaram um movimento nacionalista pela autonomia e
independência, após forte participação como soldados nos exércitos de suas
metrópoles. Os EUA se transformaram em uma potencia mundial atingindo um papel
hegemônico no capitalismo mundial.
Mobilização dos exércitos americanos através da propaganda de guerra. |
Nacionalismo e grande mobilização civil: os EUA anteriormente eram responsáveis pelo abastecimento bélico e alimentício da Tríplice Entente. |
Acordos de Paz?
Em
1918 o então presidente Woodrow Wilson lançou os “14 pontos de Wilson”, que
consistia em um plano para encerrar a Grande Guerra. Entre os pontos estavam:
- Abolição da diplomacia secreta;
- Liberdade de navegação;
- Fim das barreiras econômicas entre as nações;
- Limitação dos arsenais bélicos;
- Redefinição dos limites territoriais italianos;
- Reformulação das práticas colonialistas levando em consideração os interesses dos povos colonizados;
- Restauração da Sérvia;
- Devolução da Álsacia-Lorena à França;
- Autonomia dos povos submetidos ao Império Turco-Otomano;
- Criação da Liga da Nação.
A
Liga das Nações consistia negociação entre os países cujo objetivo garantir a
Paz. No entanto os EUA não fizeram parte da Liga das Nações.
Em
1919 foi assinado entre os países vitoriosos o Tratado de Versalhes realizado
após a Conferência de Paris. Deste tratado a Alemanha saiu totalmente
humilhada, tendo que ceder a Álsacia-Lorena à França e as minas de carvão da
bacia de Sarre, além da Bélgica, Dinamarca, Lituânia e Polônia. Todas as
colônias alemãs foram transferidas para o poderio francês e inglês. A Alemanha
também teve que indenizar os países vitoriosos, reduzir seu exército a 100 mil
homens, e ainda foram proibidos de produzir canhões, aviões e artilharia
antiaérea. Os submarinos e navios mercantes de guerra foram entregues à
Inglaterra, França e Bélgica.
Mapa da Europa após a Primeira Guerra Mundial. |
ESPECIAL: MULHERES NA PRIMEIRA GUERRA.
A mobilização masculina para o front de guerra contribuiu para entrada da mulher no mercado de trabalho na indústria e alistamento no exército para trabalhar com os feridos. Abaixo estão selecionados documentos e fotos de época interessantes desta mudança no papel das mulheres na sociedade contemporânea.
Propaganda de mobilização das mulheres para auxiliar na guerra como força de trabalho. |
Mulheres alistadas no exército. |
Mulheres trabalhando na indústria. |
Visite também: http://www.firstworldwar.com/
9 comentários:
Olá Clarissa!
Seu blog é muito bom e, como o meu, é para os "mais crescidos".
Já o estou seguindo, como vc disse, por contribuir para uma educação de qualidade.
Abraço
Prof. Carlos
http://fontes-energeticas.blogspot.com.br
Olá Multiplicadora Clarisse, é com enorme satisfação que recebemos sua participação na família Educadores Multiplicadores.
Enquanto seu blog não é divulgado naquele espaço, conheça outros Multiplicadores, continue nos visitando, conheça o blog MARQUECOMX (ele é parte da parceria).
Faça novas parcerias (se quiser), amizades e comente em seus blogs e eles (os multiplicadores) virão visitar o seu.
Para saber mais sobre a parceria saudável e tirar proveito dela, é muito importante que você leia o texto no EDUCADORES MULTIPLICADORES.
Abraço, fiquemos na Paz de Deus e até breve! Agora é só aguardar a sua publicação.
IRIVAN
Olá Multiplicadora Clarissa, estamos felizes por você fazer parte deste projeto. Como prometido, seu blog já foi divulgado. Fizemos de coração, esperamos que goste!
Aqui está o link da publicação:
http://www.educadoresmultiplicadores.com.br/2013/03/blog-pensando-alto.html
Faça uma visitinha especial ao blog Educadores Multiplicadores, abra as páginas e veja como ficou sua divulgação.
Multiplicadora, (se quiser) escreva um pequeno post mostrando sua chegada ao Educadores Multiplicadores (divulgaremos nas redes).
E já sabe, seu blog poderá ficar em evidência todos os meses, conforme as regras da parceria (saiba tirar proveito dessa parceria dinâmica).
Quando quiser acessar o link: Educadores Multiplicadores e o Marquecomx, fique a vontade! (o Marquecomx é parte da parceria).
Parabéns pelos excelentes textos, fiquemos na Paz de Deus, abraço e até breve!
IRIVAN
Olá, Clarissa.
O fundo e a imagem de apresentação do seu blogue fizeram-me evocar a viagem inesquecível que tive o privilégio de fazer ao Egito há 20 anos...
Já sou seguidor.
Abraço.
António Pereira (educador multiplicador)
http://acordo-ortografico.blogspot.com
http://portuguesemforma.blogspot.com
olá Clarissa! adorei conhecer teu blog. Deus assuntos são bem interessantes!
seja bem-vinda ao Ed. multiplicadores! Uma Honra tê-la entre nós!!
abraço!
Educar para Transformar
gostei do seublog parabens
indico tambem esse video muinto bom
https://www.youtube.com/watch?v=s25JGNCSu4M
seu blog é bem interessante, muito útil, já estou te seguindo.
geoplanetaonline.blogspot.com.br
Que bom que pessoas como você ainda acreditam na educação. Te encontrei no Educadores e Multiplicadores. Estou te seguindo. Meu cantinho é Consultório Psi http://veronicaribeiropsicologa.blogspot.com.br/ e http://www.facebook.com/psicologaveronicaribeiro. Boa semana e Feliz Páscoa.
Ótimo Artigo. Meu site também trata sobre temas da história do mundo, quem quiser pode dar uma olhada. Link: www.fotografandoomundo.com
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