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17 de abril de 2013

As Revoluções Inglesas do Século XVII



Imagem da rainha Elizabeth I, símbolo do Absolutismo inglês.

 ANTECEDENTES:

Henrique VIII (1485-1509) inaugurou o inicio da dinastia Tudor introduzindo o Absolutismo e consolidando o Estado Nacional inglês. O rei mantinha relações diretas com o Parlamento e realizou a Reforma Protestante em seu reino, fundando o Anglicanismo como religião oficial da monarquia através do Ato de Supremacia em 1534.
O reinado da rainha Elizabeth I filha de Henrique VIII, consagrou o período áureo do absolutismo inglês, pois a Inglaterra desfrutava de grande prosperidade graças à política mercantilista. Durante o governo de Elizabeth I, foi iniciada a colonização da América do Norte na Virginia, juntamente com a política de pirataria (corsários), que consagrou o avanço naval inglês.
O comercio de lã e de manufaturas somados a colonização e a pirataria produziram uma burguesia rica e forte. A alta burguesia tinha acesso à corte, era ligada a nobreza, e recebiam da Coroa concessões mercantis que resultavam em lucrativos e poderosos monopólios.
O poder real também encontrava legitimidade ao lado dos proprietários de terras, pois estes eram beneficiados pela política de cercamento dos campos, que consistia na tomada e cercamento de parcelas de terras, onde se expulsavam os camponeses, substituindo a atividade agrícola pela criação de carneiro, ou pela monocultura do algodão para o abastecimento da indústria têxtil nascente. Os camponeses afetados pela política de cercamento dos campos constituíram uma grande massa de desempregados, que expulsos do campo direcionavam-se para as cidades em busca de emprego e melhores condições de vida.
Com o crescimento da burguesia e da industria, esta classe em ascensão crescente passou lutar contra o monopólio mercantilista exigindo a substituição do absolutismo por um regime liberal, do qual obtivesse maior participação política e pudesse criar leis que favorecessem o desenvolvimento do capitalismo industrial.

DIFERENÇAS RELIGIOSAS:

As diferenças religiosas correspondiam em termos gerais à divisão de classes da sociedade, que por sua vez desdobraram-se em interesses políticos distintos. Os anglicanos ocupavam as classes dominantes como a nobreza. O rei era o chefe da igreja e a hierarquia clerical era composta pela elite da nobreza e dos setores mais ligados ao monarca.
Os católicos eram provenientes da nobreza feudal e pelo clero. Estas classes defendiam o Absolutismo com receio de perder seus privilégios.
Os calvinistas, oriundos da burguesia, representavam a oposição ao Absolutismo, e dividiam – se me dois grupos: presbiterianos, liderados pela alta burguesia que defendiam a implantação da monarquia parlamentar; e os puritanos, liderados pela nova e pequena burguesia, que assumiam uma posição radical exigindo o regime republicano.

A DINASTIA DOS STUART:

Em 1603 com a morte da rainha Elizabeth I, seu primo Jaime I (1603/ 1625), também rei da Escócia, assumiu o trono e dirigiu um governo marcado pela ausência de habilidade política. Como a Inglaterra dominava a Irlanda, Jaime I tornou-se rei de três países: a Inglaterra, a Irlanda e a Escócia, formando o Reino Unido da Grã Bretanha.
Inicialmente, Jaime I desencadeou uma violenta perseguição aos católicos e calvinistas, visando o fortalecimento do Absolutismo pela consolidação da Igreja Anglicana. Aliado a grande nobreza, acabou por gerar a insatisfação da burguesia e do Parlamento que o considerava estrangeiro. Jaime I impôs uma política fiscal e tributaria de péssimas repercussões, criando novos impostos, e aumentando os já existentes.
O Parlamento reagiu invocando a Magna Carta de 1215, na qual deixava claro que o rei não podia criar ou aumentar impostos sem a aprovação dos representantes do povo. O Parlamento foi dissolvido em 1614. O Absolutismo na Inglaterra entreva em crise.
Neste período, em decorrência da perseguição religiosa muitos puritanos dirigiram-se para o Novo Mundo (para as colônias inglesas na América do Norte).
Em 1625 Carlos I, filho de Jaime I assumiu o reinado. As divergências do Parlamento contra a política tributaria persistiram em seu reinado, e em 1628, o Parlamento exigiu do rei o juramento da Petição de Direitos (a Bill of Rights), que reafirmava o conteúdo da Magna Carta. O Parlamento foi novamente dissolvido passando 11 anos em recesso.
Em1637, Carlos I convocou novamente por pouco tempo o Parlamento em busca de apoio popular pela anglicanização da Igreja presbiteriana, mas o Parlamento foi rapidamente dissolvido e revogado novamente somente em 1642, marcando o inicio da Guerra Civil Inglesa.

A GUERRA CIVIL INGLESA (1641-1649):

Imagem de Oliver Cromwell
Ao lado do rei encontravam-se anglicanos e católicos conhecidos como exército dos “cavaleiros”, e ao lado do Parlamento os “cabeças redondas”, que eram representados por presbiterianos e puritanos.
Em 1649 os “cabeças redondas” (receberam esse nome por causa do cabelo com corte arredondado, que desprezava a moda dos cabelos longos entre os membros da corte) derrotam os “cavaleiros” dando inicio a chamada: República Commonwealth.
Seu principal líder foi Oliver Cromwell, comandante do exército puritano, que possuía um caráter essencialmente burguês, sendo responsáveis por executar o rei e expulsar do Parlamento os antigos presbiterianos.
Em 1650, Cromwell criou os Atos de Navegação, ou seja, decretos que estabeleceram que somente os navios ingleses poderiam realizar o comércio de mercadorias procedentes da Inglaterra ou a ela destinada. Com esta política a Inglaterra consolidou a hegemonia naval nos mares.
Em 1653, Comwell dissolveu o Parlamento e se declarou Lorde Protetor da Inglaterra, dando inicio a um governo ditatorial.
Em 1658 Oliver Comwell morreu, diante da incapacidade de seu filho Ricardo seguir com o governo, foi restaurada a dinastia dos Stuart, onde o Parlamento foi revogado.
Em 1660 Carlos II foi coroado rei. Carlos II promoveu uma política de aproximação aos franceses, que deixou a burguesia e a nobreza temerosa de perderem seus privilégios diante da simpatia do soberano pelo catolicismo.
Em 1679 o Parlamento reagiu promovendo o Ato de Exclusão, onde os católicos foram excluídos dos postos de governos e cargos públicos; e também votaram a lei do Habeas Corpus: medida jurídica que garantia ao individuo proteção legal contra as detenções arbitrárias e liberdade pessoal perante os detentores públicos.
Em 1683 o Parlamento foi dissolvido mais uma vez e dois anos mais tarde após a morte Carlos II, Jaime II assumiu o governo em seu lugar, ameaçando restabelecer o catolicismo como religião oficial, retomando o Absolutismo. Esta situação implicava em sérias perdas dos interesses da nobreza anglicana.

A REVOLUÇÃO GLORIOSA:
Em 1688 Guilherme de Orange assumiu por título de Guilherme III, que substituiu em 1689 o Absolutismo pela Monarquia Constitucional, onde a realeza ficou submetida ao Parlamento. O novo rei jurou a Declaração de Direitos conhecida como “Bill os Rights”, que assegurava ao Parlamento o direito de aprovar ou rejeitar impostos, garantia a liberdade individual e a propriedade privada; e estabeleceu também a divisão dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O primeiro ministro, que liderou o ministério tornou–se chefe do governo, e o monarca passou a ser chefe do Estado cujo cargo era caráter limitado a uma figura ilustrativa.
A participação da burguesia nas decisões políticas levou a substituição do mercantilismo pelo liberalismo econômico.
A Inglaterra inaugurou o famoso ditado: “O Rei reina e o Parlamento governa”.
 

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