A Revolução Francesa teve o
objetivo de derrubar com o Antigo Regime, assim como os privilégios da
sociedade feudal, através de um levante das massas e da burguesia francesa por
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
A situação da França durante o
governo de Luis XVI, não era muito satisfatória para a sociedade francesa, e
principalmente os representantes do terceiro estado compostos pela burguesia e
camponeses.
A sociedade francesa era dividida
em hierarquias, ou estamentos que impediam a mobilidade social. O Rei era o chefe absoluto do Estado, e como
representantes do 1º e 2º estado estavam o clero e a nobreza, que juntos viviam
sob um regime de privilégios sustentado pelo próprio absolutismo. Os camponeses
e burgueses não possuíam participação política nem tão pouco direitos dentro da
sociedade estamental francesa. A burguesia sofria com os impostos e a
dificuldade de comércio. Os camponeses viviam como servos, muitos não tinham
direito a propriedade, seguindo regras feudais de produção e pagamento de
tributos para os nobres como retribuição da oportunidade de trabalhar em terras
que não os pertencia.
Os reis da França não convocavam
os Estados Gerais - organização integrada por representantes do clero, da
nobreza e do povo; desde 1614. Centralizadores, convictos do absolutismo, a
monarquia francesa desprezava qualquer instituição que lhes criasse obstáculos
ao uso irrestrito do poder. Naquele início de 1789, no entanto, Luís XVI
resolveu chamar aquela antiga assembléia, cuja origem vinha dos tempos
medievais, na tentativa de resolver a grave crise financeira que se alastrava pela
França, ameaçando-a com o caos.
Nos debates que convergiam para a
formação de uma monarquia constitucional, os representantes do Terceiro Estado
insistiam na abolição de antigos privilégios e na supressão da votação por
estados. Desejavam que cada representante tivesse direito a um voto, o que
daria vitória a maioria representada pelo Terceiro Estado. Os eleitos pelo
clero e pela nobreza resistiram, insistindo em manter o antigo sistema no qual
cada ordem tinha um só voto, o que permitia aos nobres e ao clero continuar
controlando a votação.
No dia 17 de junho de 1789, o
Terceiro Estado, já em fase de descontentamento e rebeldia, proclamou a Assembléia Nacional, um órgão supremo
de representação do povo. Essa medida provocou a indignação de Luís XVI que
havia convocado os Estados Gerais, porém para discutir a superação da crise
econômica e não para garantir direitos como reivindicava a Assembléia.
No dia 14 de julho de 1789 a
multidão, que estava submetida as fortes tensões dos últimos dias, resolveu
atacar a Bastilha (uma fortaleza-prisão construída por Carlos V, entre 1369 e
1382, com oito torres, muralhas de 25 metros de altura cercadas por fossos). Ela
era o símbolo do despotismo, pois era lá que os inimigos da monarquia eram
encarcerados.
Nos últimos tempos ela estava
desativada. Quando a assaltaram havia apenas sete presos em suas masmorras,
nenhum deles fora detido por motivos políticos. A grande prisão do Estado
terminou sendo invadida por uma multidão de populares, que num primeiro
momento, dirigiram-se ao Arsenal dos Inválidos: o antigo hospital onde
concentravam um razoável arsenal de munições. Ali, fizeram uso de três mil
espingardas e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora, porém se
encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então
para lá. A massa insurgente era composta de soldados desmobilizados, guardas,
marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de
vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo de Paris. Estava
decretado que o povo não se colocaria mais a serviço do absolutismo
Com o inicio da revolução e a
fuga de Luis XVI, tornava-se necessário a criação de uma declaração de
direitos. A declaração de direitos pôs um fim nos privilégios da nobreza, o fim
do monopólio católico, assim como ficava ratificada a autonomia da burguesia.
Neste momento, três grupos
sociais distinguiam-se por suas ideias políticas, apesar de forma comum desejar
o fim da monarquia. Nasciam as classes sociais revolucionacionárias caracterizadas
pelos: jacobinos - representantes da
ala radical, composta pela média burguesia e sans cullotes, massa de camponeses exaltados, que lutavam pela
democracia, república, igualdade de direitos, sufrágio universal e o fim da
propriedade privada; os girondinos -
representantes da alta burguesia, acreditavam na manutenção do regime
monárquico através do parlamentarismo, o voto censitário e o liberalismo
econômico; e o grupo da planície ou montanha classificado como um grupo de
centro, pois sempre apoiava quem estava no poder.
Em setembro de 1791,
foi promulgada a primeira Constituição da França que resumia as
realizações da Revolução. Influenciada pelo exemplo dos Estados Unidos, a
França implantou uma monarquia constitucional, onde o
rei perdia os poderes absolutos. A carta estabelecia a separação entre os
poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e concedia os direitos civis aos
cidadãos.
A população foi dividida em cidadãos ativos e passivos. Somente os cidadãos
ativos, que pagavam impostos e possuíam dinheiro ou propriedades, participavam
da vida política. O voto era censitário. Os cidadãos passivos caracterizados
pelas mulheres, trabalhadores, desempregados entre outros, não votavam e não
podiam participar da vida política.
Apesar da constituição ter limitado os poderes do rei, este ainda tinha o
direito de designar seus ministros. A constituição abolia o feudalismo, nacionalizava os bens eclesiásticos e reconhecia a
igualdade civil e jurídica; procurando criar na França uma sociedade burguesa e capitalista, em substituição da antiga sociedade feudal e aristocrática.
No entanto, apesar das
conquistas, a revolução estava apenas começando. Discutiremos as fases da
revolução em um próximo artigo. Aguardem!
Obs: O documento histórico que ilustra a postagem apresenta a execução do rei Luis XVI, fato que trataremos no próximo artigo sobre Revolução Francesa.
2 comentários:
muito bom seu texto prof
excelente texto
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