A tortura é considerada um ato de agressão física e psicológica ao outro. As acusações por crime de heresia e o desespero dos não cristãos assolou a Europa no período em que o poder de conversão da Igreja perseguia e acusava diferentes culturas e religiões, e levou muitos indivíduos a queimarem em praça pública como um espetáculo ao badalar dos sinos.
Com a desestruturação do Império Romano no século V e as invasões bárbaras, a perseguição contra não-cristãos era necessária, visto que a Igreja Católica Apostólica Romana já havia sido consolidada como instituição comum em todo o antigo Império Romano. Neste sentido, a manutenção da religião católica mantinha um vínculo com a identidade greco-romana e com o próprio império, que mesmo que frágil e ameaçado a esfacelar-se com as guerras e as relações com os povos bárbaros, dividiu-se como forma de sobrevivência. Na Europa Ocidental o feudalismo se caracterizava por um novo sistema político, econômico e social, onde os feudos - unidades territoriais; eram cercados com muros como forma de proteção. Já na Europa Oriental, a cidade de Constantinopla passou a ser a nova capital do Império Bizantino, a unidade oriental do Império Romano que mantinha unidade política e religiosa por meio do cristianismo.
Na Alta Idade Média, a Igreja crescia com o objetivo de converter ao cristianismo todos aqueles que não seguiam a cultura greco-romana. Entre os séculos X e XV, a perseguição aumentou aos considerados hereges, a tortura era mantida como forma de ameaça e a inquisição como forma de controle. Os inquisidores prendiam mulheres acusadas de bruxaria por serem belas, homossexuais, pagãos e judeus acusados de heresia e crimes contra o deus cristão. O anti-semitismo permitia perseguir e proibir os hábitos e costumes judaicos. Se o judeu estivesse em shabbat – dia do descanso para cumprimento das mitzvá, o inquisidor poderia acusá-lo e levá-lo à fogueira em praça pública, caso não se convertesse imediatamente.
A sociedade medieval mantinha-se enclausurada em tempos de guerras. Os feudos eram verdadeiras fortalezas de pedras e os castelos cercados por muros altos. Neste cenário, a inquisição se transformou em uma arma da unidade cristã, e a Igreja era uma instituição a ser seguida, que cobiçava o lucro e encarregava-se de cobrar pela salvação dos pecadores.
Nesta iluminura é possível observar uma cena típica do contexto apontado. Reparem as mulheres queimando aos olhares das pessoas, estas aparecem acostumadas com o que vêem, o que significa que a sociedade julga a morte dos que ardem nas chamas visto que a fogueira era o símbolo máximo da punição de crimes por heresia.
Acompanhe na outra postagem uma reprodução de um vídeo do Discovery sobre os métodos de tortura durante a Inquisição. Veja simulações comuns e muito utilizadas pela Igreja como punição no documentário: “Máquinas Mortais”.
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